segunda-feira, 15 de agosto de 2016

No Páreo, Sem Empolgar

Salve Buteco! E começou o segundo turno do Campeonato Brasileiro/2016, um dos mais equilibrados dos últimos anos. Nesse aspecto, lembra um pouco o de 2009, sem a pretensão de insinuar qualquer outra semelhança - falta um Pekovic, falta um Adriano, enfim, falta time para pensarmos em aspirar de verdade um título. Ainda assim, o Mais Querido está no páreo. E como não poderia estar? Mesmo com uma rodada desfavorável, encontra-se a "apenas" 5 (cinco) pontos do líder, distância que pode perfeitamente ser "tirada" em dezoito rodadas restantes. Mas a questão é: o time tem demonstrado regularidade e jogado bola para tanto?

Pensar na resposta para essa pergunta tem me levado a me lembrar dos confrontos diretos até aqui contra as equipes mais fortes do campeonato e confesso que não tenho me animado. Hoje em sexto, o Flamengo, enfrentando os cinco melhor colocados, conseguiu vencer apenas o Atlético/MG, empatou com um time muito desfalcado do Santos e perdeu para Grêmio, Palmeiras e Corinthians, deste último levando uma inesperada e acachapante goleada. Então, é exagero afirmar que, para aspirações maiores, inclusive o G4 e a vaga na Libertadores, é preciso melhorar o desempenho contra as melhores equipes do campeonato no confronto direto?

Muito embora o Sport Recife seja apenas o décimo colocado, nos últimos cinco jogos teve um desempenho compatível com os melhores do campeonato. Portanto, era de se esperar um jogo duríssimo na Arena Pernambuco. Aliás, na Ilha do Retiro, o forte e entrosado Grêmio levou indiscutíveis 4x2 há apenas algumas rodadas atrás. Logo, não se pode dizer que o resultado tenha sido vergonhoso; ao mesmo tempo, tampouco se pode aceitar que o time, durante os 90 (noventa) minutos, tenha agredido tão pouco o adversário, especialmente no primeiro tempo e se falando de quem pretende disputar o título.

Dito por outras palavras, a força do adversário jogando em casa e seu bom retrospecto recente não podem servir de muleta para o futebol de baixa qualidade e nem para a pobreza tática apresentados.

Os números não mentem: o Flamengo tem uma das defesas menos vazadas do campeonato, mas ao mesmo tempo há times na zona do rebaixamento e gravitando em torno dela com ataques mais positivos.  O ataque do Flamengo marca poucos gols e daí advém a grande dificuldade para "buscar" e reverter placares parciais desfavoráveis. O time se sai muito melhor no contra-ataque, é indiscutível. Foram poucos os jogos até aqui em que conseguiu ter volume de jogo e efetivamente exercer pressão com qualidade, como por exemplo na partida em Cariacica/ES contra o Atlético/PR, em especial na primeira parte do segundo tempo.

Mas como escrevi semana passada, Zé Ricardo chegou há relativamente pouco tempo e acredito em trabalhos a longo prazo. Seu próximo adversário, Roger, treinador do Grêmio, já está a bem mais tempo no cargo e por lá teve um primeiro semestre de 2016 com altos e baixos - foi mal na Primeira Liga, teve dificuldades no Campeonato Gaúcho e levou um verdadeiro baile do Rosario Central de Eduardo Coudet. Contudo, recuperou-se e hoje e continua, de forma justa, à frente de uma das equipes melhor treinadas do Brasil na atualidade.

O jogo do próximo domingo será um desafio, aumentado por ser disputado em Brasília, eis que, como se espera, haverá venda de ingressos para a torcida adversária em proporção maior do que fazem com o Flamengo em todo o resto do país e o próprio Flamengo faz em outras praças quando manda jogos, inclusive no Rio de Janeiro. Nada, porém, que a equipe e o treinador não possam superar com uma semana de trabalho sério, foco e muita raça e entrega dentro de campo.

Bom dia e SRN a tod@s.