quinta-feira, 14 de abril de 2016

O Patrocínio

E o mercado de marketing esportivo ficou em polvorosa com a assinatura do contrato da Caixa Econômica junto ao Corinthians no valor de 30 milhões de reais. Em que pese ser um time de popularidade nacional, embora com torcida de foco mais concentrado em São Paulo, norte do Paraná e Mato Grosso do Sul, o Corinthians, além disso, forma a alguns anos equipes bem competitivas dentro e fora de campo, com arbitragens sempre prontas a "não errar" o máximo para eles, a ponto de exagerar e "errar contra" seguidas vezes, tal o desespero que o árbitro fica em campo. Conhecemos isto. Somos Flamengo e acompanhamos a desgraça que é a arbitragem brasileira neste período nefasto em que a paulicéia tomou conta. Mas não é disso que iria escrever, embora seja sempre pertinente. O Corinthians, seja com bons times formados, talvez, pelo melhor técnico brasileiro hoje em atividade, o Tite, seja pelo constante "12º jogador" em campo representado pelo apito amigo, o Corinthians apresenta resultados consistentes. É um time que disputa para ser campeão, está sempre nas cabeças, e dificilmente fica fora das Libertadores. Realmente apresenta uma boa visibilidade e identificação com bons resultados esportivos. O que falta ao Flamengo, reconhecemos.

Fora isto, com a grande ajuda de seu conselheiro e, dizem, eventual dono político do Brasil, o Lula, que viabiliza a construção de um estádio bilionário em Itaquera com investimentos a perder de vista do BNDES, fundos perdidos, etc, O Corinthians, campeão brasileiro, fica na crista. Mas e nós com isto? Dane-se este time. Não. O Flamengo disputa o mercado de marketing esportivo e sendo um time de maior torcida nacional, de enorme alcance no país inteiro, com administração recente séria e reconhecida, o Flamengo conseguiu um valor de patrocínio com preço menor que ainda exige a exibição de um pavoroso "X" na altura do ombro, no que foi dispensado o Corinthians.

Evidente que houve uma grita generalizada de torcedores rubro-negros contra o marketing do Flamengo. Ninguém gosta de perder, principalmente o flamenguista. E a sensação foi de perda. Mesmo considerando a "goleada" que este deu ao fechar o patrocínio da TV de 2019 em diante em condições bem superiores ao Corinthians. Ninguém quer saber. Perdeu? Ninguém presta. Ganhou? Não fez mais que a obrigação.

O Patrocínio é um dos segmentos do Marketing, que busca criar uma identificação da marca, licenciar produtos, etc. O Flamengo, um time de massa, administrado de forma séria porém sem resultados esportivos relevantes, não consegue melhores patrocínios. Teve que fechar com empresa pública, a Caixa, que patrocina outros clubes como o Vasco. O próprio Corinthians também só fechou com a Caixa. Tirando o Palmeiras que conseguiu talvez o melhor patrocinador de todos, a Crefisa, o resto dos clubes brasileiros minguam para conseguirem patrocínios. O modelo do futebol brasileiro é prejudicial. Estaduais longos demais e campeonato brasileiro, curto. E se um time não disputa nada no campeonato fica no limbo. Até a classificação para sul americana tiraram.

Fora a imensa rivalidade que faz com que uma empresa pense duas vezes em patrocinar clube A e não patrocinar B. Tomam como pessoal. Mesmo com dolar em alta, não há multinacionais aproveitando o ensejo para patrocinar clubes locais e alavancar produtos/serviços no mercado brasileiro pela exposição na camisa. Grandes marcas preferem patrocinar eventos, como a Olimpíada. 

Os clubes brasileiros, mal representados pela CBF, não formam um mercado atraente para exposição de marca. Escândalos, brigas, torcidas violentas, péssimas administrações, resultados vergonhosos, e clima de torcida ensandecido dificultam esta captação, suponho.

Mas creio que se um clube, com o tempo, conseguir se manter firme em seus propósitos administrativos corretos, investir em equipe, comissão técnica, fisiologia, estrutura, mantendo um ambiente de trabalho profissional e voltado a conquistas, pode se tornar um "símbolo de qualidade",  se tornar exemplo. E com isto facilitar a captação de patrocínios de empresas que queiram pagar caro para vincularem suas marcas a esta identidade, a este paradigma diferenciado. Creio que o Flamengo está a caminho disso. Faltam resultados esportivos consistentes. Ganhar títulos. E isto ser um padrão.  Vamos chegar lá.