Muricy, no meu modo de ver, acerta em cheio na escolha. O 4-3-3 é, talvez, o esquema mais flexível no futebol atual. Tentarei explicar com imagens, acho que fica mais fácil.
Sem a bola, os dois atacantes de lado recuam, formando num 4-1-4-1. Com ela, o volante recua para fazer a saída junto com os zagueiros e aparece um 3-4-3. Dependendo da necessidade da partida, Muricy pode até lançar mão de um 4-4-2, com Willian Arão abrindo na direita, como fez algumas vezes com a camisa do Botafogo.
Essa é uma formação que facilita bastante o uso de triângulos ou "pequenas sociedades", como eram chamadas no Barcelona do fim da década passada. Tanto no ataque quanto na defesa, há sempre três jogadores próximos, em qualquer setor do campo. Triângulos, equipe compacta, passes curtos em velocidade, essa é a base do que eu quero ver no Flamengo a partir desse ano. Já tivemos um aperitivo disso no treinamento de ontem, o primeiro em Mangaratiba. Depois de dois dias de testes físicos na Gávea, o primeiro treino já foi com bola e o treinador não "deu mole" para os jogadores, pedindo, a todo tempo, movimentação e passes rápidos.
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É lugar comum, no entanto, afirmar que ainda faltam duas peças nessas engrenagens, um zagueiro e um volante. Essa última já tem nome e sobrenome: Marcelo Díaz. Desejo antigo da Fla-Twitter, o chileno está mais perto do que nunca esteve. Na seleção de Sampaoli, ele faz esse papel com maestria, como primeiro volante ou como um terceiro zagueiro. Com outros dois jogadores que falem o mesmo idioma (literalmente ou não), a bola pode chegar redonda aos três atacantes. Diria até que, vindo o carepato, como ele é conhecido, aceitaria esperar o meio do ano por um zagueiro. Até porque só iremos começar a disputar alguma competição importante em maio.



