sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Voa, Urubu!






Irmãos rubro-negros,


três vitórias nas três primeiras rodadas do returno; nove pontos conquistados em nove disputados; seis gols a favor e um sofrido; de candidato ao rebaixamento e à parte de baixo da tabela, ao oitavo lugar, a apenas quatro pontos do g4, restando ainda dezesseis rodadas por jogar.

Esse é o Flamengo de Oswaldo de Oliveira no Campeonato Brasileiro.

Domingo tem Fla-Flu.

Se o Flamengo vencer, ultrapassará o rival na tabela, o que, três semanas atrás, soaria inimaginável até para o mais otimista torcedor rubro-negro.

Mas tudo indica que o Flamengo entrou na briga.

A atuação na quarta-feira passada, se não foi um primor, ao menos mostrou um time equilibrado, solidário, bem postado em campo, sobretudo após o primeiro gol.

Revi a partida e arrisco dizer que foi a atuação mais consistente do Flamengo no ano.

O time tocou a bola com tranquilidade, sem afobação; verticalizou as jogadas quando surgiam espaços, aproveitando que a defesa deles postava-se em linha; parou o jogo e diminuiu o ímpeto do adversário sempre que se fazia necessário.

O Avaí talvez não seja parâmetro para uma avaliação mais precisa. Achei que no segundo tempo eles deram espaço e afrouxaram um pouco a marcação.

Isso, porém, não desmerece a boa atuação do Flamengo.

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Quantas loucuras, a que gangorra nos impõe o Mengo. Numa semana, a gigantesca decepção de uma eliminação precoce; na outra, a esperança humilde e sincera de uma arrancada inesperada, para incendiar de vez esse campeonato modorrento, insosso, feito à feição, com ajuda determinante da arbitragem, para os times paulistas.

Mas como ser diferente? Um clube que arrasta multidões apaixonadas por onde passa.

Em Natal, a torcida do Flamengo proporcionou um espetáculo único de amor e devoção ao clube.

E domingo, no Rio de Janeiro, não será diferente: a Nação Rubro-Negra já acumula filas em todos os pontos de venda de ingressos para o clássico do Maracanã.

No vocabulário do torcedor do Flamengo não existe fase ruim, não existe desânimo, não existe derrota capaz de arrefecer o entusiasmo da massa vermelha e preta.

E como domingo é dia de Fla-Flu, encerro a coluna compartilhando com os amigos excerto de um texto escrito pelo tricolor David Nasser:

"E se o Flamengo perde, o torcedor humilde não enrola a bandeira, não rasga a carteira, só volta para casa, quase sempre um cortiço, uma favela, um subúrbio, guarda o pavilhão humilhado para a próxima vitória – que há de chegar, que às vezes chega, que ontem chegou.

E então é aquele festival de noite e de sangue no ar, sangue de alegria, noite de festa rubro-negra. Vá você explicar uma coisa dessas! Vá dizer que o Flamengo é a alegria do pobre, que o Flamengo é o ópio do povo, que o Flamengo é isto ou aquilo, que é mistura de carnaval, Flamengo é macumba, Flamengo é cachaça, Flamengo é esperança, Flamengo é reza, samba, trem da Central, sinuca, caixa de fósforo, asfalto, Flamengo é pandeiro, bandeira alegre, bandeira triste, palavrão, superstição, decepção, bofetão, frangeiro é a mãe, rabo-de-arraia, capoeira, briga no barbeiro, tudo isto um Flamengo que se um fluminense quiser explicar – acaba maluco e a família não sabe.”

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Abraços e Saudações Rubro-Negras a todos.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.