segunda-feira, 6 de julho de 2015

O Que Fazer? Por Onde Começar?

Salve, Buteco! Time compacto, marcando no campo do Figueirense e ganhando as divididas e os rebotes; defesa segura, sem problemas na cobertura. O adversário concluiu a gol com perigo apenas uma vez, embora o Flamengo também tenha encontrado dificuldades para finalizar com perigo, tendo-o feito poucas vezes. Porém se via movimentação e muita pressão no ataque. Houve perda de intensidade nos quinze minutos finais, compensada pelo gol logo no início do segundo tempo. Esse foi o retrato do primeiro tempo da partida, que, após a abertura do placar, deu aos torcedores a impressão de que os três pontos viriam. Ledo engano.

Após a falha do inseguro César no gol de empate, o time, que já não havia retornado para o segundo tempo com a mesma pegada do primeiro, perdeu definitivamente a intensidade de seu jogo e se mostrou psicologicamente sem forças para reagir. Os jogadores do Figueirense perceberam o Flamengo claudicante e se motivaram. O scout do jogo, segundo Roger Flores, do Sportv, apontou trinta e sete desarmes por parte do time catarinense, certamente facilitados com a perda de solidez tática do Flamengo no segundo tempo - é muito mais difícil trocar passes sem ser interceptado pelo adversário com o time espaçado em campo. Vi o regresso ao desolador quadro vivido no final da passagem de Luxemburgo e no início com o próprio Cristóvão, com os jogadores não se encontrando em campo e até se escondendo para receber os passes. Após uma bola perdida por Emerson Shake, um contra-ataque fulminante do determinado time do Figueirense, que acabou premiado por sua força mental e aplicação tática até o último instante da partida, ambas superiores às apresentadas pelos jogadores do Flamengo.

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Gostei de Jorge e de Jonas; Canteros foi o único a demonstrar alguma lucidez e coragem no meio, embora longe de ser brilhante; Cirino começou bem, mas depois caiu vertiginosamente de produção, sem dar sequência às jogadas, colocando-se constantemente em posição de impedimento e jogando com a insegurança de partidas anteriores, até sair vaiado; Emerson Sheik não estava em seus melhores dias, mas mostrou o ímpeto e a coragem das partidas anteriores; Alan Patrick fez uma partida apagada, salvando-se pelo gol, e Éverton jogou dois tempos distintos: uma primeira etapa participativa e impetuosa, e um segundo tempo omisso e burocrático.

Ao contrário de partidas anteriores, Cristóvão demorou para reagir e fazer as substituições. Sua opção tática de jogar sem um típico homem-de-área, apesar do bom primeiro tempo, diminuiu a quantidade de finalizações a gol e a entrada de Eduardo da Silva aos quarenta minutos do segundo tempo não foi exatamente um exemplo de agilidade na leitura da partida. Temo pelo futuro de Cristóvão no Flamengo e mais ainda pela escolha que será feita para sucedê-lo no comando do time. O Flamengo não pode continuar a jogar tão mal, mas não se encontrará trocando de treinador em ritmo frenético. Um exemplo é a fraca execução e o péssimo aproveitamento nas bolas paradas. Como inserir essa jogada no plano tático do time, e como encontrar um padrão tático, se o Flamengo não consegue ter um mesmo treinador sequer por um semestre? Além disso, as opções são escassas e não animam.

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Todo mundo já percebeu o que o Flamengo enfrentará em nível de arbitragem nesse campeonato. A marcação da falta no primeiro gol do Figueirense ultrapassou as fronteiras do descaramento e da imundice. Mas desafiar o sistema exige estratégia. O que está sendo feito a respeito? Não custa chamar atenção para a fraqueza de espírito do elenco e de sua dificuldade em enfrentar situações adversas. Ontem essas mazelas ficaram expostas de forma evidente, contra o inexpressivo Figueirense de Argel Fucks. Deu pra entender?

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Conselho Gestor que não consegue dar um rumo ao Departamento de Futebol, diretor executivo e treinador balançando em seus cargos, contexto político ruim com a CBF, acarretando arbitragens desfavoráveis e tendenciosas; goleiro inseguro, elenco sem espírito, coragem e força mental para enfrentar as adversidades; resultados negativos se acumulando - três vitórias, um empate e sete derrotas, com dez gols marcados e quinze sofridos em onze jogos, ou seja, a segunda pior defesa do campeonato, em companhia de outras equipes, e pontuação de Zona do Rebaixamento.

O que você faria e por onde começaria?

De quebra, mandem a escalação para quarta-feira, contra o Internacional em Porto Alegre, sem Marcelo Cirino, suspenso pelo terceiro cartão amarelo.

Bom dia e SRN a tod@s.