quarta-feira, 3 de junho de 2015

O mkt do Flamengo nem sempre é o mordomo da história

 
A vida me concedeu oportunidades de conhecer um pouco das pessoas que militam no futebol, principalmente jogadores que pensam ser o que não são e jamais serão, imaginam estar num olimpo reservado aos "Zicos" onde nunca pisarão e vivem com o nariz empinado quando deveriam agradecer aos céus a possibilidade de olhar para a frente, mesmo usando as digitais como instrumento de assinatura dos seus milionários contratos no universo de bençãos em que se transformou o velho esporte. Creio que o passado glorioso do futebol brasileiro estragou muitas mentes de atletas em formação;

Apesar de tudo, ainda me decepciono ao ler a reprodução da conversa do ex-Gerente de Eventos e Relacionamento de Marketing do Flamengo, Fred Mourão, com Diogo Almeida (Twitter:@DidaZico), postada no Mundo Rubro-Negro no dia 01 Jun, 2a feira passada, na qual o ex-dirigente relata as dificuldades impostas pelo Departamento de Futebol, jogadores incluídos, para envolvê-lo em ações de marketing visando gerar benefícios para o próprio futebol do clube (http://www.mundorubronegro.com/fred-mourao-fora-do-marketing-do-flamengo-oficialmente-hoje-concede-entrevista-exclusiva-ao-mrn/);

Em certo momento, Fred declara: "O grande problema é que tudo que a gente fez teve que buscar saídas fora do futebol profissional. Apesar do ST querer alguma relação com os jogadores, com o técnico, com o CT,...tudo que a gente teve que fazer foi fora! Então o Bate Papo do Nação tem que ser feito com ex-jogadores ídolos. Júlio César, Adílio, Paulo Henrique, chamamos inclusive jornalistas, como Sérgio Du Bocage...". E prossegue o Fred:"Só que a gente também gostaria de ter a participação de jogadores do elenco! A gente não consegue! Teve uma com o Cirino, mas teve com o Cirino porque eu conheço o empresário do Cirino! Veja bem, eu me aproximei pelo empresário do jogador e consegui marcar uma data. O que acontece é: o futebol é um mundo à parte...A falta de apoio do futebol no marketing é um ponto fundamental. O futebol acha que está fazendo um favor ao marketing quando autoriza alguma ação com o patrocinador ou com o ST, quando na verdade isso é uma simbiose...Gera receita, vão entrar outros patrocinadores, quando gera mais receita o futebol tem mais dinheiro, com mais dinheiro a gente pode investir em mais jogadores, pagar melhores salários, conquistar mais craques para o Flamengo. Círculo virtuoso...Eu conseguia trazer o Adílio, eu conseguia trazer o Rondinelli, eu conseguia envolver até o Zico! Mas não conseguia envolver o futebol profissional atual...".

Mais uma promissória com a forma de uma bola para debitar na conta do azuis, que lograrão a façanha homérica de pagar quase 1 bilhão de dívidas, fazendo do Flamengo um clube viável financeiramente, porém, não dão conta de rodar o programa chamado futebol, que segue emperrado e emperrando o sucesso absolto da atual gestão;

Outra decepção é o cérebro não espremido do Léo Moura depois de uma longa passagem pelo Flamengo, coroada de sucesso, conquistando vários Estaduais, duas Copas do Brasil e o Brasileirão de 2009. Sou-lhe grato por tantas emoções positivas que fizeram muitos dias de minha vida mais felizes e o considero o terceiro melhor lateral-direito que vi atuar com o manto, atrás apenas de Leandro, o mago da bola, e de Jorginho;

Entretanto, infelizmente e com indesejado oportunismo barato, tem destilado toda a sua mágoa com parte da torcida que não o desejava mais atuando pelo clube, tendo em vista sua baixa produtividade ao longo do último contrato, indevidamente renovado pelos azuis, quando o Moicano passava os jogos trotando em vinte metros pra cá e pra lá da linha do meio de campo;

Os mais distraídos devem pensar, através das manifestações do jogador, que ele foi atuar num clube de ponta da Europa ou até mesmo do Brasil, e não se esconder na North American Soccer League (NASL), a Segunda Divisão do futebol dos EUA, um verdadeiro atestado de fim de carreira no país onde predomina a bola oval, mostrando que não podia mais atuar em alto rendimento pelo Flamengo, conforme exigido pelas competições cada vez mais acirradas fisicamente;

E hoje a agonia da vez vem das alterosas, das montanhas das Minas Gerais, onde vamos encarar o Cruzeiro com o novo velho treinador Vanderlei Luxemburgo, que tem a vantagem de conhecer o elenco do Flamengo, mas não possui a menor ideia de como o seu  adversário vai atuar, pois aqui deixou um espectro de time como legado que não serve para oferecer-lhe alguma dica valiosa e que seja passível de utilização como estratégia de jogo;

Enfim, sou mais Flamengo logo mais para selar a sua primeira vitória no Brasileirão.

SRN!