quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Mudanças


A bola está parando de rolar em 2014. Tempo que convida às mais diversas reflexões sobre o velho esporte praticado nas quatro linhas, uma das maiores paixões do mundo esportivo e entre as transformações possíveis estão as relativas às fórmulas que vez por outra são modificadas e às regras, que muitos desejam que permaneçam imutáveis ao longo do tempo, diferentemente do antigo sonolento voleibol, época em que suas partidas duravam até três eternas horas, com pontos sendo marcados apenas quando um time tinha a vantagem do saque;

Lembro de um jogo entre Brasil e Rússia cujo resultado terminou em 3 a 2 para os russos e, enfastiado e cansado, desisti dessa modalidade de esporte que exigia da torcida, até então, a paciência de um jogo de xadrez. Mudanças se fizeram necessárias e elas foram introduzidas, passando todos os lances a valer ponto, tendo o emocionante tie-brake como a cereja do bolo em caso de empate por 2 a 2. O jogo foi revitalizado, levando-o a arrebanhar multidões mundo afora. Ali, compreendeu-se que o esporte não pode nunca ser uma atividade chata para o espectador;

Já o futebol resiste a mudar seus regulamentos. Tem programa mais enfadonho do que ir ao estádio e voltar com um triste empate em 0 a 0 para casa? Exemplificando, cito que para ir ao Maracanã ver uma partida que começa às 17 horas, o torcedor precisa se dirigir ao estádio, no mínimo, às 15 horas. O evento acaba às 19 horas e ele chega em casa, se tudo correr bem, às 20 horas. São cinco horas de envolvimento numa tarde/noite de domingo, para nada, não se esquecendo das madrugadas;

Nesse caso, igualmente urgem mudanças, que se impõem e precisam ser implementadas. Um resultado de 0 a 0 deveria impor aos clubes participantes algum tipo de perda ou não ganhar um ponto como ocorre atualmente, a fim de empurrá-los em busca da vitória, os laterais poderiam ser cobrados com os pés se assim o favorecido desejasse, criando jogadas de gol, o tempo de jogo deveria ser corrido para eliminar a cera e satisfazer a intenção da FIFA, que tenciona para cada parte do jogo 30 minutos de bola corrida e outras transformações como a de aumentar para cinco o número de substituições. E para o treinador Muricy Ramalho eu diria que quem gosta de espetáculo também vai ao teatro;

Domingo passado manifestei nas redes sociais que havia algo de errado num campeonato em que as emoções na parte de baixo da tabela eram maiores que na de cima. Alguns amigos argumentaram, com lógica, que o Brasileirão estava daquele jeito modorrento face os demais clubes não terem se organizado como o Campeão Cruzeiro. Citei, então, a Copa do Brasil com seus oitenta times desorganizados e que promoviam mais espetáculos e emoções do que o Campeonato Brasileiro. Garanti-lhes que daqui a alguns anos, todos vão se lembrar dos jogos protagonizados por Flamengo e Atlético MG, deste com o Corinthians e as finalíssimas entre os times mineiros. Desta competição que se encerrará no próximo final de semana, tenho lá minhas dúvidas se haverá um, apenas um jogo para ser lembrado daqui a um ano;

Veria com bons olhos uma fórmula para o Brasileirão que unisse os oito primeiros colocados em um mata-mata, oferecendo a vantagem do empate e o mando de campo para os quatro primeiros como prêmio por terem chegado na frente na fase classificatória, agregando espetáculo à competição, como tão bem fazem os nossos irmãos do Norte em seus torneios.

E o amigo do Buteco, o que pensa disso tudo?

SRN!