sábado, 19 de julho de 2014

Tristeza Não Tem Fim



  
Irmãos rubro-negros,

vida sofrida essa de torcedor do Flamengo, não é mesmo?

Que essa fase de reconstrução seria prenhe de dificuldades, todos nós sabíamos.

Mas figurar na última colocação do Campeonato Brasileiro, com apenas sete pontos em dez jogos disputados, isso nem o mais pessimista poderia imaginar.

Organizar administrativamente o clube, sanear finanças, estruturar o patrimônio físico, tudo isso tem sido feito com brilhantismo pela atual gestão.

O futebol, porém, tem sido um problema. Logo o futebol, que é onde a grandeza do Clube de Regatas do Flamengo melhor se manifesta.

Salvo o pagamento dos salários em dia e a conquista do Tricampeonato da Copa do Brasil e do Carioca, de resto, o futebol flamengo tem deixado muito a desejar.

Não vou aqui repetir a mesma ladainha que vem sendo dita há tanto tempo.

A torcida do Flamengo, em suma, tem pedido as seguintes medidas:

i.                 Dispensa de alguns jogadores;
ii.                Contratação de atletas qualificados;
iii.               Redução do preço dos ingressos.

No âmbito do futebol, é isso que tem sido reivindicado e não insistirei nesses tópicos para não me fazer repetitivo.

Mas é muito triste, muito mesmo, que um clube do gigantismo do Flamengo tenha de passar pela situação vexatória de lutar para não ser rebaixado quase todo o ano.

Até o presente momento, o futebol do Flamengo, sobretudo em 2014, tem justificado as mais acerbas críticas que lhe tem sido dirigidas pela torcida.

O momento não comporta brincadeiras nem galhofas, seja da parte dos jogadores, da comissão técnica ou da diretoria.
...

Mudando de assunto, acho injusta e oportunista a pecha que tentam impingir ao Flamengo de ter se tornado um clube elitista, ao majorar o preço dos ingressos em busca de aumentar a arrecadação de sua receita.

O fato é que o aumento do valor dos ingressos é uma tendência de todo o futebol brasileiro, sobretudo daqueles clubes que utilizam essas novas arenas, cuja manutenção é bastante cara e que se mostra ainda mais grave no caso do Flamengo, que se vê na contingência de dividir sua renda com terceiros ali colocados por interesses exclusivamente políticos.

A despeito disso, acho possível que o Flamengo, um clube verdadeiramente popular, encontre alternativas às fórmulas que se têm disseminado no nosso futebol, onde a conta sempre acaba sendo paga pela torcida.

A torcida do Flamengo não tem culpa da incompetência e má-fé daqueles que conduziram o clube ao estado caótico em que se encontram as suas finanças e a sua administração.

A torcida do Flamengo não tem culpa por derrubarem o Maracanã, construírem um estádio novo no local e terem colocado um intermediário para mamar nas tetas do clube.

Por tudo isso, acho uma solução muito simplória jogar a responsabilidade sobre os ombros da massa rubro-negra.

Ingresso a R$ 80,00, mesmo com meia-entrada, é caro, caríssimo pelo padrão de serviço oferecido e pelo futebol praticado em campo nos gramados brasileiros.

Mais que isso: trata-se de uma questão cultural. Não adianta forçar a corda, pois ela vai arrebentar, como já vimos no Campeonato Carioca.

Esse modorrento Campeonato Brasileiro por pontos corridos também é um fator a ser considerado. 

A impressão que se tem é que o campeonato começa e termina no meio da tabela. Não há emoção; não há fase final; não há os grandes jogos que sempre mexem com o coração do torcedor. É sempre aquela sensação de emoção em doses homeopáticas, em pequenas gotas.

Hoje, com pay-per-view em qualquer bar, sistema de transporte deficitário, violência e preço caro do ingresso, fica fácil afastar o torcedor.

O movimento, portanto, deve ser feito em sentido diametralmente oposto. É preciso aproximar o torcedor rubro-negro do clube. Até porque a fase é péssima e a Nação Rubro-Negra sempre é um fator de apoio e estímulo fundamental. 

E para isso, acho que uma medida salutar seria diminuir drasticamente o valor dos ingressos.

Então, fica mais uma vez minha humilde sugestão à diretoria: em se tratando do Flamengo, estádio bom é estádio cheio.



...

Como a moda agora é análise tática, e considerando que os profissionais encarregados de fazer o futebol do Flamengo funcionar dentro de campo, e que são muito bem remunerados para tanto, não têm obtido êxito, vou me aventurar e dar minha opinião sobre o assunto.

Desde o ano passado, é de conhecimento notório, menos daqueles a quem incumbe a tarefa de escalar a equipe, que dois laterais como Leonardo Moura e André Santos dificilmente trarão competitividade ao time.

Por não marcarem nem a própria sombra, eles acabam sobrecarregando todo o restante do time e a defesa, em particular.

Por isso, num sistema 4-4-2, eu jamais os escalaria juntos. Jamais.

Num esquema 3-5-2, eu só os poria em campo juntos se não houvesse ninguém em condições mínimas de realizar a função de ala.

Dito isso, e partindo da premissa de que o Bolaños será contratado, eu sugiro duas escalações, uma para o 4-4-2 e outra para o 3-5-2.

Seguem as escalações:

3-5-2: Felipe (Paulo Victor, César); Wallace, Chicão e Samir; Bolaños (Leonardo Moura, Léo), Cáceres, Canteros, Mugni (Éverton) e Éverton (André Santos); Eduardo Silva (Paulinho) e Hernane (Alecssandro).

4-4-2: Felipe (Paulo Victor, César); Leonardo Moura (Léo), Wallace, Samir e Éverton (André Santos); Cáceres, Canteros, Mugni e Eduardo Silva; Bolaños (Paulinho) e Hernane (Alecssandro). 

No 3-5-2, os alas teriam liberdade de atacar, pois haveria três zagueiros e dois marcadores no meio de campo. Já no 4-4-2, os laterais dariam mais ênfase ao aspecto defensivo, guardando posição e só avançando na boa, e quase nunca ao mesmo tempo.
 



E aí, qual é a opinião dos amigos? Deixo-os à vontade para exercitarem sua alma de treinador e, claro, também para criticar meus parcos conhecimentos técnico-táticos.

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Apenas para finalizar, pois domingo tem Mengão em campo:

Avante Flamengo!


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Abraços, bom fim de semana e Saudações Rubro-Negras a todos.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.