sábado, 31 de maio de 2014

Férias


É o que tenho a dizer sobre a palhaçada de dar 15 dias de férias aos jogadores do Flamengo:





Ritmo de festa que balança o coração...
Festa divertida, colorida de emoção...
Dia de alegria, então sorria e vem pra cá...
A festa continua, a casa é sua, pode entrar!
Hey! Hey! Hey! Hey! Hey!
Hey! Hey! Hey! Hey! Hey!
Ritmo, é ritmo de festa!
Ritmo, é ritmo de festa!
Ritmo, é ritmo de festa!
(intermináveis vezes)




SRN!

* Toda sorte ao orgulho da Nação. A sorte que acompanha os competentes.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Desastre ou piada? Pode escolher...

Nesta quinta-feira eu tive o desprazer de voltar dois ou quatro anos no tempo. Vendo o jogo em um bar, vi o Flamengo voltar a ser motivo de piada tanto de torcedores rivais quanto de (pseudo) rubro-negros, talvez inconformados com a situação atual do time. Era algo que eu imaginava ter ficado para trás junto com os trevosos tempos da nadadora. Infelizmente, o crescimento invejável que o Mais Querido alcança fora das quatro linhas, parece ser inversamente proporcional ao desempenho dentro do campo em 2014.

Me parece até covardia tentar traçar um paralelo, por exemplo, entre o basquete e o futebol rubro-negros. Descontadas as diferenças de orçamento e a capacidade de bancar um time caro em relação ao padrão da modalidade, temos como diferenças fundamentais o comprometimento dos atletas e da comissão técnica com a excelência e o fato de o departamento ser dirigido por pessoas que conhecem do assunto, no caso, dois ex-jogadores de basquete do próprio Flamengo (Póvoa e Vido). O crescimento da modalidade, que já era de altíssimo nível, continua de forma constante e sustentável. O torcedor rubro-negro sabe que o time pode até perder – faz parte do esporte – mas vai sempre ser uma equipe de primeira linha, disputando todos os campeonatos e chegando a patamares cada vez mais altos. O convite para participar da pré-temporada da NBA é mais uma prova nível de excelência em que se encontra o basquete Rubro-Negro.

No futebol, ao contrário, o cenário é desastroso, aterrador. Ver o time jogar é quase uma tortura para quem gosta do Flamengo ou minimamente de futebol. Chega a ser inacreditável chegar à metade de uma temporada e constatar não apenas que o time não fez sequer UM bom jogo, mas também não tem nenhuma perspectiva de melhora, a não ser a boa e velha esperança.

Ao observar uma sequência de jogos do Flamengo, mesmo com mudança dos jogadores é possível perceber alguns absurdos. Temos dois goleiros que cometem erros semelhantes, laterais que erram o posicionamento da mesma forma, volantes que deixam os mesmos buracos em campo e, pasmem, trocamos de treinador e cometemos o mesmo erro de escalar quatro atacantes e ninguém para armar o time no meio. Temos um time que precisa desesperadamente de treinos e, quando jogamos dois jogos seguidos na mesma cidade, voltamos ao Rio de Janeiro entre os dois jogos.

Existem erros em outros departamentos? É claro que sim! Mas em cada um deles, vemos os responsáveis mostrarem que sabem o que estão fazendo, inclusive quando erram – exceção feita ao ainda inexplicado caso André Santos. No futebol, vemos a coisa caminhando mal, conduzida por vezes de forma inexplicável e sem que os gestores demonstrem saber ao certo que ações levaram ao sucesso, como na vitoriosa campanha da Copa do Brasil, ou ao fracasso retumbante apresentado em 2014.

A situação é terrível. Se jogar como fez ontem, esse time vai levar uma surra no final de semana. Talvez sirva ao menos para que a direção do clube perceba o absurdo que é dar férias para esse elenco incapaz de apresentar alguma coisa parecida com futebol na temporada 2014.

abraços a todos e SRN!

P.S.: Boa sorte ao novo diretor e que ele seja capaz de mudar esse panorama desastroso que vem se desenhando.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Flamengo x Figueirense


Campeonato Brasileiro 2014 - Série A - 8ª Rodada

FLAMENGO: Felipe; LeonardMoura, Wallace, Samir André Santos; Amaral, Márcio Araújo,  Elano e Luiz Antonio; Paulinho e Negueba. Técnico: Ney Franco.

Figueirense: Tiago Volpi; Leandro Silva, Thiago Heleno, Marquinhos e Guilherme Lazaroni; Luan, Paulo Roberto, Marco Antônio e Giovanni Augusto; Everaldo e Ricardo Bueno. Técnico - Guto Ferreira. 

Data, Local e Horário: Quinta-feira, 29 de maio de 2014, as 19:30h (USA ET 18:30h), no Estádio Cícero Pompeu de Toledo ou "Morumbi", em São Paulo/SP.

Arbitragem: Thiago Duarte Peixoto, auxiliado por Daniel Paulo Ziolli e Anderson José de Moraes Coelho, todos de São Paulo.



Calúnia do Rúbio Negrão

Já cantava o grande pensador e contemporâneo da não menos filosófica Valesca Popozuda, Zeca Pagodinho: “Tá ruim, mas tá bom.”

Sejemos cinseros e analfabéticos: longe de mim tentar captar a verdadeira e mais profunda essência da máxima proferida por tão ilustre pagodeiro; trabalharei, portanto, com o sentido literal que dela consegui absorver.

Cenão vejemos e erremos: tá ruim o time do Flamengo, mas tá bom porque dele o Ney Franco extirpou Felipe, André Santos e Elano.

Tá ruim a colocação do Mais Querido do Mundo na tabela do Brasileirão, mas tá bom porque pelo menos é do Brasileirão da Série A.

Tá ruim o Paulo Victor como goleiro titular, mas tá bom porque o seu reserva é o César.

Tá ruim porque o preparo físico dos jogadores rubro-negros é lamentável, mas tá bom porque eles não estão muito a fim de correr mesmo.

Tá ruim porque o Wallim se mandou pros Estados Unidos, meus leais detratores, mas tá bom porque parece que não foi pra trazer nenhum jogador americano.

Tá ruim porque o Flamengo tá demorando demais pra contratar reforços, mas tá bom porque pelo menos tá economizando em salários.

Tá ruim porque cheguei até a ouvir que o Fla tinha interesse no Richarlyson, mas tá bom porque é boato.

Tá ruim porque o Mengão está longe de ter um time, mas tá bom porque sem Felipe, André Santos e Elano já deixou de ter um bando.

Tá ruim porque o Ney Franco deverá escalar novamente Felipe, André Santos e Elano contra o Figueirense, mas tá bom porque, caso isso aconteça, deverei estar assistindo à série “House of Cards” bem na hora do jogo.

Tá ruim porque os nossos jogadores não estão honrando o sacrossanto manto, mas tá bom porque pelo menos não estão jogando fantasiados de Seleção brasileira.

Tá ruim porque este preâmbulo da Calúnia saiu uma droga, mas tá bom porque não me deu trabalho.


Duplex Toc Zen

1 - Notícia não é o Mengão dormir no Z4: Notícia é o Botafogo dormir fora.

2 - Flamenguista sacaneando vascaíno: “Time grande não cai!”

3 - Vascaíno sacaneando fluminense: “Time grande não cai pra Série C!”

4 - Fluminense sacaneando americano: “Time grande não cai pra Série D!”

5 - Americano sacaneando botafoguense: “Passa fora, vira-lata!”

6 - Time grande não cai: Ou seja, Vasco, Fluminense, América, Botafogo, Palmeiras, Corinthians, Grêmio e Atlético-MG enganaram todo mundo.

7 - “Ney Franco prioriza finalização no Ninho do Urubu”: Só de joelhada voadora ele apagou uns 8.

8 - Eu sei que tá fazendo frio, mas...: Hoje me bateu um desejo incontrolável de levar o Ney Franco pra comer peixinho frito na praia...

9 - O novo diretor executivo de futebol não me preocupa: Afinal, o que é um Ximenes onde já tá cheio de Xinoves?

X - Só mesmo super-heróis pra resolver o problema do Mengão: Daí, agradeço sinceramente ao professor Charles Xavier por ter nos emprestado o X-menes. #OuSeraQueEntendiErrado? #ReiDaInfamia #TracadilhoDoCoralho

11 - Já que o Ney Franco evita ao máximo utilizar os estrangeiros Cáceres, Mugni e Erazo, o abrigo dos suplentes rubro-negros vai mudar de nome: “Banco de reservas de mercado.” 

12 - “Produtos piratas do Flamengo são apreendidos na Bahia”Pegaram um camelô vendendo o Wilson, o Marcelo Lomba e o Juan.

13 - Parece que o Fluminense só consegue dar “lavadas” como o 5x2 no São Paulo dentro de casa: Primeira lavanderia sem serviço de delivery.

14 - “O Lúcio me chamou de gay como se eu fosse um monstro.” – Emerson Sheik: Exagero do Lúcio, porque a drag nem tava montada.

15 - A seca do festejado Gareca no Palmeiras prova que treinador gringo não funciona no Brasil: Pelo menos os gringos vindos do exterior.

16 - Como brasileiro, estou envergonhado com a roubalheira que rolou antes da Copa: Envergonhado por não ter faturado um centavo sequer.

17 - “O Brasil concedeu à FIFA isenção total de impostos”Como sempre, quem paga a conta é o pobre e pacato cidadão, que vai precisar queimar a mufa pra conseguir sonegar alguns trocados ao agora ávido fisco. 

18 - Felipão: “Será que não tem um macho aqui pra dar uma cusparada na cara do Schwein... Schweinst... daquele brancão ali, chê?!”

19 - Quando eu começo a enxergar o copo meio cheio...: Vêm o André Santos e derrama.


20 - É isso mesmo: A Footstats analisa o jogador, e eu analiso a Footstats.

21 - Twitter Cassetadas da semana (em tempo real só em @rubionegrao)

Como o Flamengo vai conseguir "se defender como time pequeno" com 2 playboyzões em clima de rachão nas laterais?

O insinuante Talisca me lembrou o Gabriel, também revelado pelo Bahia. Só que a promessa vêm jogar cá no Mengão, e nada.
Ou melhor, afunda.

"A presença de um jogador como o Elano em campo é um escárnio, um tapa na cara, uma ofensa." - Melo, BUTECO DO FLAMENGO

Mesmo o Bahia tendo chutado a gol 23 vezes contra apenas 3 do Flamengo, se o juiz não tivesse arrumado uma falta marota iriam perder o jogo.

Graças aos medalhões rubro-negros, consegui entender por que "paneleiro" em Portugal quer dizer viado. 

A única coisa que o Fla-Futebol tem em comum com o Fla-Basquete são os jogos decididos nos últimos segundos.

O Rodrigo Alvim nos foi um lateral-esquerdo muito melhor e mais útil que o André Santos.
Porque não jogava.

Contra o TapetenC, Rogério Ceni me lembrou um filme da Disney.
Aquele em que o Bambi saía caçando borboletas.

O Walter deve ter ganho uns 5 quilos contra o São Paulo.
Porque encerrou seu jejum de gols.

@sergiomrvieira Vai ver foi isso mesmo. O Felipão não chamou o Walter porque ele é chegado a uma panela.

O momento do Flamengo pede muita calma e ponderação, de modo que o torcedor não deve baixar a porrada em quem não mereça.
Grato.

O Ney devia dizer pro Mugni, único 10 do elenco: "Vou te dar 20 jogos pra mostrar teu futebol. Depois conversamos."
Mas não. Escala o Elano.

"Eu diria que não há bem um fim de lua de mel ou de divórcio entre torcida e diretoria, mas sim uma DR." - @aafsouzanit 

E no Flamengo, Léo Moura e André Santos continuam cada vez mais lentos. Até os salários já conseguiram ultrapassá-los.

Matuzalém? O Flamengo tá mapeando o mercado ou mapeando a Bíblia?

Tempos atrás, quando o Flamengo decidiu contratar um lateral-esquerdo, mapeou o mercado e localizou o André Santos na Praça Mauá.

Trocar Cazedú por Elano não foi trocar seis por meia dúzia, porque o Elano faz questão de jogar.

"Insanidade é continuar fazendo a mesma coisa e esperar resultados diferentes" - Einstein.
LM, AS e Elano.
Heriton Castello Branco, BUTECO

O gol que o Paulinho perdeu até o Messi faria!

Faltam 39 pontos e 4 jogadores.
Pelo menos.

"[Mugni não tem jogado porque] Perguntou pro Bap porque a Sky sai do ar quando chove." - Andre Cardoso@ButecodoMengo 

"Já estamos com a mão na taça." - Parreira
Tipo em 1950.

Playboy de apartamento, Fred chegou à Granja entusiasmado pra ver e conhecer pés de alface, pés de feijão e pés de de mesa.

Como insider profundo do Flamengo, cravo seco e sem vaselina: Van Persie e Sneijder chegando à Gávea antes da Copa. #Confirmadíssimo

Cicero por LA e Negueba. Acho que é um mau negócio. Com um pouco mais de conversa, conseguimos empurrar o Muralha também." - Andre Cardoso

Como insider profundo do Flamengo, cravo seco e sem vaselina: Özil e Schweinsteiger chegarão em breve ao Brasil pra vestir vermelho e preto!

Luiz Antônio hesita em aceitar troca por Cícero. Diz que ainda precisa PROCESSAR A SITUAÇÃO.

Quando Bruno era do Fla e Felipe do Corinthians, a mírdia paulicha dizia q ambos eram os melhores do Brasil.
Hoje vemos a forçação de barra.

Se o Mengão ferrar o Figueira ficará a 7 pontinhos do líder. #AindaDaPraBuscarSaporra

"E o Lucio bem que avisou, treinador estrangeiro não da certo. ;D" - Ballem, BUTECO DO FLAMENGO

“Eu roubo, mas faço.” – Paulo Maluf
“Eu não roubo, mas também não faço.” – Rúbio Negrão

(Ás do quinta-colunismo esportivo, Rúbio Negrão, vulgo Rubro-Negão Trolhoso, vulgo RNT, é cria dos juniores do blog da Flamengonet, e aceita doações de camisas oficiais novas do Flamengo no tamanho G.)

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Um gol perfeito


A bola chutada pelo craque do time, quando a partida final do Campeonato se encaminhava para o fim, parecia ter como destino as lendárias Gerais do Maracanã. Atrás do gol, o amigo ao meu lado jogou as mãos para o alto, disse um palavrão e virou as costas aborrecido. Mas a redonda fez a curva desejada pelo artista da camisa 10 e, com precisão, obedecendo ao comando de um compasso invisível centrado na torcida do Flamengo que o girava com toda a força do seu pensamento, balançou para sempre as redes inimigas;

Alguns rápidos segundos se passaram com o respiração parada pela expectativa gerada pelos movimentos da bola e do goleiro, uma contra o outro, os batimentos cardíacos em franca aceleração e um grito de gol preso na garganta pronto para explodir e se expandir, fazendo tremer a cidade como cantado numa canção, o que aconteceu depois que a coruja foi cruelmente acordada, exatamente no único espaço disponível entre a mão do esforçado arqueiro e os "paus" da baliza. Gol do Pet. Gol do Flamengo. Gol de mais um Tricampeonato conquistado há 13 anos, no sacrossanto 27 de maio de 2001, comemorado no dia de ontem;

Nos melhores momentos de minha gloriosa vida de torcedor rubro-negro está inserido aquele gol do nosso último super craque, num lance que Zico, o melhor entre eles, assinaria com prazer e com louvor ao sérvio, jogador da linhagem daqueles que no primeiro toque matava a bola vinda de um passe recebido e no segundo a enfiava onde desejasse. Ouso dizer que se o companheiro não saísse do lugar a bola bateria nele, a não ser que Pet marcasse um encontro dele com a bola na frente do goleiro adversário ou, como falava Claudio Coutinho, num ponto futuro;

Na véspera do jogão contra o arqui rival Vasco da Gama, fui à Gávea comprar os respectivos ingressos. Já com os bilhetes na mão, percebi que os portões haviam sido abertos para alguns torcedores assistirem o final do treinamento ministrado pelo treinador Zagallo e aproveitei para entrar também. No momento em que sentei na arquibancada, estavam Pet e Cássio treinando cobranças de faltas e Edilson cobrando penaltis. O gringo de cada cinco cobranças, marcava três ou quatro gols, todos na "gaveta", ora de um lado, ora de outro;

Desde então sempre me perguntei até quanto aquela e anteriores preparações influenciaram naquele sucesso no dia fatal para os vascaínos. Difícil mensurar, mas tenho a certeza que influência tiveram, pois uma obra perfeita feita pelo homem não nasce por acaso, principalmente sendo conhecedor dos princípios profissionais do sérvio mais rubro-negro do planeta, que ainda viria sagrar-se Campeão Brasileiro pelo Flamengo mais de oito anos depois do grande feito;

Obrigado Pet, pela sua arte, pelo seu talento e por ter sido jogador do Flamengo!

SRN!

terça-feira, 27 de maio de 2014

Sócio que é Sócio - Parte 2


O tema “ingresso do Flamengo” é bastante discutido nas redes sociais por nós torcedores e entre os sócios do clube. Na semana passada, anunciei em minha coluna aqui no Buteco, a calculadora de ingressos e o site Sócio que é Sócio, um projeto que visa demonstrar a qualquer pessoa o quanto sobra para o Flamengo em seus jogos no Maracanã. Como o prometido, a calculadora evoluiria e hoje apresento uma calculadora de ingressos dos jogos do Cruzeiro na Minas Arena.

O que o Flamengo tem a ver com isso? A calculadora do Cruzeiro tem como perspectiva informar aos torcedores do Cruzeiro o quanto seu clube recebe dos seus jogos, e por consequência, traz a comparação real cm os números do Flamengo. Teremos assim, uma base comparativa importante, partindo de um clube que também não é dono de seu estádio e negociou seu contrato com uma concessionária. Os números são muito distantes e causam um sentimento de derrota. Ao menos para mim. Sinto que o clube praticamente está escravo de diversos fatores que influenciam seus lucros nas partidas no Mario Filho. Vale ressaltar que o modelo de contrato foi proposto pelo clube, existiam outras opções para obter receita. Ninguém chega impondo nada, tudo é negociável.

A diferença entre os contratos e as receitas entre Flamengo e Cruzeiro chega a dar vergonha. De um público de 20.000 pessoas e uma receita bruta de R$ 1.000.000,00 o Flamengo fica com apenas R$ 278.750,62. Se tivesse o acordo do Cruzeiro na Minas Arena, levaria para casa R$ 783.302,83, numa proporção de 90% do lucro, enquanto no Maracanã tem apenas os 54%. Outras proporções podem ser encontradas no comparativo.

Temos como intenção informar ao torcedor e promover o debate, sempre com o objetivo de um Flamengo mais forte. Com “clubismo”, mas sem passar por cima de ninguém. Só dentro de campo. Os valores dos ingressos disponíveis para a partida no Morumbi, se mostraram e provaram bem inferiores aos praticados no Maracanã e a comparação com outras realidades comprovam o escárnio que foi a licitação do estádio. apenas os clubes foram prejudicados.

Novas comparações, estatísticas, novidades estarão disponíveis no Sócio que é sócio, para o crescimento do Flamengo. De minha parte tentarei informar por aqui, por minha coluna, mas não por participar do site. Por ser ponte da parceria de casas rubro-negras na blogosfera, que trazem informações relevantes para nós, torcedores do mais querido. É um orgulho levar o nome do Buteco do Flamengo para qualquer canto e unir forças sempre pensando no bem coletivo, dos torcedores e do clube em conjunto com o Soufla, o Acima de tudo rubro-negro e o Twitômetro, de maneira leve, informativa, propositiva. 

segunda-feira, 26 de maio de 2014

A (Verdadeira) Estreia de Ney Franco

Buongiorno, Buteco! Muito longe de uma boa apresentação e um jogo tecnicamente fraco, no qual ao menos o Flamengo foi o melhor e não venceu por conta da não marcação de um claríssimo pênalti em Leonardo Moura no primeiro tempo e pela falta de categoria apresentada por Paulinho de cara com o goleiro no final da partida. Mas para mim o que valeu foi, pela primeira vez desde a derrota para o Fluminense, o início da crise e a demissão de Jayme, que o Flamengo se apresentou de forma minimamente organizada em campo. Foi também a primeira vez que Ney Franco abriu mão do que vinha há tempos dando errado e efetivamente modificou a escalação do time, barrando dois dos jogadores que, como vínhamos discutindo há tempos aqui no Buteco, apresentavam-se com condições físicas evidentemente inferiores aos demais jogadores do elenco. Foi o bastante para o Flamengo jogar com um mínimo de dignidade. Eu digo então que, na minha opinião, ontem Ney Franco efetivamente estreou como treinador do Flamengo e tomou decisões afetas ao seu cargo.

Ney encontrou a formação ideal, inclusive em nível tático? Evidentemente que não se pode chegar a tal afirmação tão cedo, até porque o time esteve longe de se apresentar em alto padrão e o Flamengo tinha seus desfalques. O adversário estava bastante desfalcado? Sim, mas como adjetivar um Flamengo em plena crise, jogando fora de casa, sem dois jogadores contratados com os mais altos salários do elenco que foram barrados, ainda mais com uma escalação que nunca jogou junta e sem centroavante? Então, se não podemos nos empolgar com uma apresentação tão pobre tecnicamente, não vejo motivos para deixar de reconhecer o progresso feito em uma partida, tanto pelo avanço representado pela barração de jogadores mais badalados, porém sem condições técnicas e físicas, como também porque foi um time mais compacto e com a defesa guarnecida dentro de campo, tendo dominado a maior parte da partida e criado as oportunidades mais claras.

O Santos só chegou a incomodar no início do segundo tempo, penetrando pelo meio e pela esquerda da defesa do Flamengo. As entradas de João Paulo e Igor Sartori, porém, deram de novo o controle do jogo ao Flamengo, não porque esses jogadores tenham se destacado individualmente, mas por uma simples questão de posicionamento tático e fôlego renovado em campo. O aspecto mais negativo do esquema tático de Ney foi a falta de objetividade no ataque pela ausência de um jogador mais incisivo. Talvez tivesse sido o caso de entrar com o Arthur desde o início.

Então, seja bem vindo de volta, Ney. Que de agora em diante você faça o necessário para o Flamengo voltar a vencer e tenha respaldo da Diretoria para tanto.

***

Não achei que jogador algum tenha se destacado individualmente. Considero justo, porém, mencionar Samir, pela correta atuação improvisado na lateral esquerda, e Negueba, que reverteu as expectativas negativas em torno de sua escalação e se revelou o melhor jogador do time, inclusive com bons passes, além das habituais movimentação e aplicação tática. Luiz Antonio irritou por alguns erros e Éverton pouco apareceu. Mas foi Paulinho que mais irritou, por tentar concluir a gol de forma acrobática e com jogadas de efeito em lances importantes quando um time em crise pede o simples e objetivo, de modo pragmático. Não por acaso isolou três bolas e perdeu um lance inacreditável na cara do goleiro ao final da partida. Defensivamente, porém, ao meu ver, ninguém comprometeu e a defesa jogou a maior parte do tempo guarnecida, o que sem dúvida foi um avanço.

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Olhando a tabela, penso que esse exato elenco tem a obrigação de, no mínimo e uma vez feita a preparação adequada nas partes física, técnica e tática durante a Copa do Mundo, figurar em décimo lugar na classificação, e isso sendo pessimista. Reforços virão? Ótimo. Mas é preciso muita atenção na hora de identificar as posições carentes e onde se deve investir mais. Penso, a propósito, que a lateral esquerda reclama uma completa renovação, vejo a necessidade de um primeiro volante, embora sem necessidade de alto investimento, dadas as características da posição, e, havendo possibilidade, investiria mais alto na contratação de um meia e um atacante de movimentação (mas que soubesse concluir a gol). E se desse para trocar o goleiro, melhor ainda.

Nomes? Preferiam outras posições? Com a palavra, @s amig@s do Buteco.

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Considero crucial a Diretoria apoiar Ney Franco e revogar os prometidos dez dias e férias durante a parada para a Copa do Mundo. Se há um momento para mostrar aos jogadores que as coisas realmente mudaram no Departamento de Futebol é esse. Dez dias de futebol para um elenco que pratica futebol em nível tão baixo? Impensável. Eis então o momento de ter coragem e firmeza de decisão, além de apoiar o treinador.

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Onde está Wally(m)?

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Bom dia e SRN a tod@s.

domingo, 25 de maio de 2014

Santos x Flamengo


Campeonato Brasileiro 2014 - Série A - 7ª Rodada

Santos: Aranha; Cicinho, David Braz, Jubal e Zé Carlos; Arouca, Renato, Cícero e Lucas Lima; Geuvânio e Stefano Yuri (Diego Cardoso ou Victor Andrade). Técnico - Oswaldo de Oliveira.

FLAMENGO: Paulo Victor; Chicão, Wallace e Samir; LeonardMoura, Amaral, Márcio Araújo, Luiz Antonio e Éverton; Paulinho e Negueba. Técnico: Ney Franco.

Data, Local e Horário: Domingo, 25 de maio de 2014, as 16:00h (USA ET 15:00h), no Estádio Cícero Pompeu de Toledo ou "Morumbi", em São Paulo/SP.

Arbitragem: Jadilson Macedo de Freitas (FIFA), auxiliado por Alessandro A. Rocha de Matos e Adson Márcio Lopes Leal, todos da Bahia.



Alfarrábios do Melo


O calor sufoca.

Inclemente, o sol espraia-se sem cerimônia pelos mais afastados recônditos, assando mentes, corpos e corações que se entregam à sua dura rotina diária. Que suam e porejam o seu sustento, desafiando o clima senegalês que se lhes condena a um perene desconforto.

A ampla e arborizada área que abriga o gramado da Gávea instiga o irromper de uma suave brisa, que fenece em sua inglória luta de tornar menos inóspito o clima brutal. Que, quente, também está denso. E tenso. No centro do gramado, vários corpos empapados em suor circundam a maciça figura de um senhor, cuja expressão transmite uma falsa sensação de fragilidade e cansaço. Mas seus olhos cintilantes e agudos denunciam uma mente vivaz. E voraz.

Fleitas Solich está irritado.

O treinador paraguaio explode numa arenga que se torna ainda mais pesada por conta do clima. As palavras entram na cara dos jogadores de maneira forte, quente. Fleitas abusa dos sopapos verbais, brada todo seu descontentamento, mostra não aceitar, não admitir e não tolerar o recente desempenho de sua equipe.

O Flamengo acaba de ser goleado pelo América.

Foi a segunda partida da decisão do Campeonato Carioca de 1955 (que transbordou até abril do ano seguinte). Decisão iniciada com uma sofrida vitória por 1-0, gol a dois minutos do fim (marcado por Evaristo), e que teve continuidade com o verdadeiro vareio de bola sofrido pelos bicampeões, uma goleada inapelável, irretorquível, 1-5. Resultado que faz com que toda a imprensa já considere os rubros como os virtuais campeões da cidade, afinal o Flamengo vem em uma trajetória nitidamente descendente, ganhou os dois primeiros turnos mas viveu uma queda absurda em seu futebol. O América, que venceu o terceiro turno de forma invicta, está voando e vem praticando o melhor jogo do momento, como aliás atesta a ampla superioridade mostrada até aqui nas finais. Falta apenas uma partida, a “negra maluca”. Para muitos, apenas um protocolo para o título americano.

Fleitas Solich termina seu esporro. Vai começar o treino. Última atividade antes da finalíssima.

O treinador inicia a distribuição das camisas dos titulares. Vai jogando as peças aos atletas. Evaristo, Zagalo, Joel, Chamorro. Dequinha, Pavão, Tomires, o garoto Duca (que vem substituindo o goleador Índio, lesionado). Súbito, o choque que estaca todos em um pesado imobilismo, deixa atônitos até mesmo os curiosos que por acaso estão por perto.

As últimas duas camisas são destinadas a Servílio e Dida. Estão fora Jadir e Paulinho.

Ninguém entende absolutamente nada. Em silêncio, parvos, os jogadores realizam o treinamento, cumprindo as instruções de Fleitas. O aguçado olhar do Feiticeiro percebe alguns focos de inquietação cá e lá, mas Solich age com naturalidade, não denuncia o menor sinal de indecisão ou vacilo. O treino é encerrado, e no ato algumas rodinhas se formam, enquanto o treinador vai ganhando o rumo do vestiário.

Fleitas Solich sabe que o time não vem bem e anda em declínio. Também tem plena consciência de que a temporada não foi fácil, o grupo, após a (relativamente) tranquila conquista do bicampeonato em 53-54, começou a dar sinais de acomodação, cujo expoente maior foi o craque Rubens, que tanto aprontou que acabou afastado do elenco, numa briga que até hoje traz sequelas. Há jogadores que perderam a flama, o medo, o temor da competição interna e se julgam titulares vitalícios, sabe o Brujo. E as consequências começaram a se mostrar na forma de aviso, no terceiro turno do campeonato, em que o Flamengo alcançou um desastroso quarto lugar, o pior desempenho da equipe em três anos. E a goleada na final mostra enfim a Fleitas que a necessidade de mudar é premente. Convicções precisam ser revistas, ideias repensadas. Do contrário, o preço será a perda do sonhado tricampeonato.

Do ponto de vista meramente técnico e tático, Fleitas Solich percebe que o sistema defensivo do Flamengo anda muito vulnerável no jogo aéreo, peculiaridade da qual o troncudo e grandalhão atacante Leônidas da Selva (não confundir com o craque Diamante Negro) tem se servido nas finais. O Feiticeiro também percebe que, com a lesão de Índio, o ataque flamengo perdeu consistência, em nada lembrando o tal Rolo Compressor. Sem movimentação e entrosamento, o time vem sendo facilmente neutralizado pelas defesas adversárias.

As peças a serem sacrificadas não são propriamente iniciantes. O médio-direito Jadir (posição precursora da atual lateral-direita) forma há anos com Dequinha e Jordan uma das melhores linhas do país. Jogador extremamente voluntarioso e raçudo, é um dos atletas mais queridos da torcida, que costuma exaltar suas costumeiras demonstrações de garra. No entanto, Jadir não atravessa boa fase, e nas duas partidas das finais foi envolvido pela ala esquerda do ataque americano, formada pelo irrequieto Romeiro e por Leônidas. Mesmo assim, ninguém imagina que esteja em risco a posição de um dos mais sólidos titulares da equipe.

Já o atacante Paulinho é simplesmente o artilheiro do campeonato e vive a melhor fase de sua carreira, coroada com a convocação para a Seleção Brasileira. Protagonizou a (até aqui) maior atuação individual do campeonato, ao marcar 3 vezes nos 6-1 impostos ao Fluminense no segundo turno (o jogo que acabou com a carreira do goleiro Veludo). Insinuante e de faro goleador, Paulinho é um dos principais nomes do campeonato. Não atravessa um grande momento (não marca gols há seis jogos), mas é reconhecidamente uma das armas do Flamengo para a busca do título. Mas o Feiticeiro tem outros planos.

Os escolhidos são Servílio e Dida. O primeiro é um defensor duro, ríspido e um verdadeiro “bate-estaca” na área, jogador muito difícil de ser batido pelo alto. O que lhe falta em habilidade lhe sobra em vigor físico e especialmente na capacidade de intimidação. Já Dida, que é tratado como uma “joia sendo lapidada”, é um atacante extremamente talentoso, de velocidade alucinante e índole goleadora, o que inclusive mostrou em alguns jogos, como o inesquecível clássico contra o Vasco (2-1), em que transformou o consagrado médio-volante Eli do Amparo em um “jovem desamparado”, segundo os jornais. Mas Dida, ainda muito jovem, acanhado e tímido, aparentemente não tem o estofo necessário para a disputa de um jogo final, de uma decisão. Isso é o que diz a lógica.
Mas Fleitas banca as duas alterações. Troca um dos ídolos do time por um reserva esforçado e substitui o artilheiro da equipe por um garoto acanhado. E não dá o menor sinal de arrependimento.

Chega o dia do jogo. O Maracanã explode em um dos maiores públicos de sua história. Estima-se mais de 200 mil pessoas no estádio, pois os portões estão arrombados por uma multidão histérica. O Presidente Juscelino Kubitschek está nas tribunas. Tudo aponta para uma das partidas mais emblemáticas da história.

Como esperado, a decisão de Fleitas repercute mal no grupo de jogadores. Paulinho, de temperamento mais contemporizador, reconhece em entrevistas a má fase e demonstra aceitar a opção do treinador, embora manifeste seu descontentamento com os colegas. Mais virulenta é a reação do passional Jadir, que chuta portas, xinga litros e vai atrás do presidente Fadel Fadel. “Quero minha rescisão de contrato, estou sendo posto de bode expiatório, assim não pode ser”. Fadel o acalma, “tenha tranquilidade, espere passar o jogo, pense melhor, não se faz nada de cabeça quente”.

O Feiticeiro sabe que as medidas são impopulares. Não está atrás de amor, está buscando vitórias. Tem a ampla certeza de que o respeito e a credibilidade se conquista dentro do campo, não fora dele. Não é bobo, sabe que os jogadores também estão descontentes com a fase do time, e no fundo anseiam por mudanças. Mais do que gostar, jogador admira e aprecia o comandante que demonstra segurança, firmeza e capacidade. O líder que ousa, age e ajuda os comandados a devolverem resultados. O comandante que, mesmo de temperamento odiado, fará com que todos cresçam profissionalmente.

É nisso que Fleitas aposta. Sabe ser admirado, reverenciado, até quase temido, pelos jogadores que não se cansam de mostrar espanto com a forma como o treinador é capaz de fazer alterações táticas profundas sem mexer em nenhum jogador em campo (até porque substituições são proibidas). E nesse momento de turbulência, irá se impor com a demonstração viva de que tem a mais absoluta certeza do que está fazendo. A história despreza os volúveis, os frágeis, os que se sujeitam as contingências e por elas são subjugados.

Preleção no vestiário. Antes, alguns jogadores tentam interceder pelos jogadores barrados. Mas Fleitas ignora os argumentos. E, em seu curto discurso, limita-se a dizer, com sua voz empostada, sotaque ainda algo carregado, “Esqueçam o antes, o durante e o depois. Vivam o agora. Ganharemos esse título. Seremos campeões. Eu confio em vocês. Apenas o que peço é que confiem em mim. Deem seu máximo. Joguem na plenitude, e vocês farão feliz essa torcida aí fora mais uma vez.”

“Apenas confiem. E lutem.”

* * *

1- O Flamengo derrotou o América por 4-1, tornando-se tricampeão estadual. A grande figura da partida foi o jovem Dida, que marcou os quatro gols da decisão. Dida, ao lado do jovem Duca, com quem havia formado dupla nos aspirantes, mostrou-se inteiramente à vontade no jogo, como previra Fleitas. Servílio foi apontado como o outro destaque, tendo anulado inteiramente o atacante Leônidas, que teve atuação apagada. Como também planejou o Feiticeiro.

2 - Apesar da ameaça, Jadir não rescindiu com o Flamengo. Permaneceu atuando pelo rubro-negro até 1962. Até hoje é lembrado como um dos principais jogadores da história do clube.


sábado, 24 de maio de 2014

Mudanças Necessárias



Irmãos rubro-negros,

está evidente para todos que o futebol do Flamengo apresenta-se muito aquém da expectativa em 2014.

Fizemos apenas uma boa partida no ano, contra o Emelec, no Equador, lembrando que já estamos no final de maio.

A crise está forte e, em casos que tais, a paixão do torcedor sempre fala mais alto.

Embora respeite de coração a opinião de alguns amigos rubro-negros, que acham que a bagunça vigente no futebol do clube se compara a de gestões antigas, inclusive a que antecedeu a atual, eu, humildemente, divirjo.

Que o futebol do Flamengo está bagunçado, ninguém duvida e os resultados em campo o comprovam. Mas a situação, ainda assim, é muito diferente do que ocorria até dezembro de 2012.

Em primeiro lugar, não lemos mais aquelas notícias diárias de que fulano chegou atrasado, beltrano foi treinar bêbado, virado da noite, ou que sicrano foi “liberado” do treino para levar a vovozinha ao médico.

Tampouco se lêem notícias, como outrora era comum,  de brigas e discussões em treinos ou reclamações de atletas quanto ao pagamento dos salários.

Então, podemos dizer que a situação melhorou.

Mas também devemos reconhecer que, diante da enorme grandeza do clube, o futebol do Clube de Regatas do Flamengo ainda encontra-se longe, muito longe, do patamar em que merece estar.


É preciso, portanto, atentar com cuidado e carinho ao que não tem funcionado.

Mais ainda, é indispensável implantar uma nova concepção, uma nova filosofia no Mengo. Uma filosofia que valorize a genuína tradição rubro-negra.

Hoje, o que vemos são jogadores, técnicos e profissionais do futebol descompromissados e indiferentes ao momento de crise vivido pelo clube.

Vemos jogador saindo para noitada, feliz e pimpão, mostrando desavergonhadamente todos os dentes da boca, como se estivesse tudo uma maravilha.

Vemos técnico indo à praia, “comer seu peixinho”, após derrotas vexaminosas, sem perceber que, como comandante da equipe, deveria ser o primeiro a dar exemplo de contrição e serenidade.

Vemos jogador “esquecendo”, veja só que beleza, de ir treinar depois de um empate com gosto de derrota e tendo esse atleta inclusive falhado no gol de empate do adversário. Esquecer de pagar as contas ou de ir ao cabeleireiro e à manicure ele não esquece, né.


Pois essa é a realidade do futebol profissional nos grandes clubes brasileiros, e mesmo no sofisticado mundo europeu, onde alguns jogadores do Barcelona, por exemplo, fizeram sinais obscenos à torcida como se fosse a coisa mais natural do mundo. Fosse há quarenta, cinqüenta ou sessenta anos atrás, não teriam coragem de tamanha ignomínia.

A realidade, porém, é essa e é preciso enfrentá-la com sabedoria e firmeza.

Nesse contexto, torna-se importante destacar que nem todos os atletas que compõem o elenco do Mengão se caracterizam pela leniência, vagabundagem e falta de raça que têm contaminado parcela do grupo.

E à diretoria cabe separar o joio do trigo, distinguir quem está a fim de jogo, quem compreende e valoriza a importância de vestir a camisa do Flamengo, daqueles que estão acomodados com o “bem-bom” da vida de jogador milionário, vedete de futebol.

Esse é o papel que a diretoria tem de exercer sem receio, firme em suas convicções, as mesmas que os têm conduzido a fazer uma gestão fantástica à frente das demais searas do clube.

Portanto, repito ser fundamental construir, ou melhor, resgatar os valores mais essenciais da alma flamenga: raça, respeito ao clube e à torcida, comprometimento, dedicação, humildade.

Nem falo de amor e paixão à camisa porque, conquanto eu seja saudosista de outras eras, não sou ingênuo a ponto de defender o retorno de sentimentos há muito sepultados pela excessiva mercantilização do futebol.

Mas podemos exigir, sobretudo pagando em dia, raça, respeito ao clube e à torcida, comprometimento, dedicação, humildade. Esse é o mínimo do breviário de quem pretende vestir o Manto Sagrado.  

As mudanças, pois, são necessárias, porquanto temos visto exatamente o oposto de tudo que o Flamengo merece.

A demissão do Jayme foi providencial, mas foi apenas um passo, que se não vier acompanhado de outros, poucos frutos trará.

Parece evidente a muitos flamengos apaixonados a necessidade de extirpar do clube certas maçãs podres, de todos conhecidas, que acabam contaminando os demais. Afinal, quem correrá por um chupa-sangue vagabundo?

Tem jogador que, chegando junho, sequer entrou em forma. Inacreditável. Estamos quase em junho e o sujeito continua a abrir a boca com vinte, trinta minutos de jogo. Isso é o cúmulo da safadeza e do descompromisso com o clube e a torcida que lhe pagam o altíssimo salário.

Tem jogador que processou o clube, foi reintegrado ao elenco, e continua a se portar com a mesma falta de vontade de antes. Esse, mais que qualquer outro, até por ser cria da base, tinha de comer grama, sujar o uniforme e encharcar o Manto de suor. Mas não é isso o que ocorre, infelizmente.  

E os casos de rebeldia no que tange ao dever de respeito ao clube e à torcida, sobretudo quanto à postura dentro de campo, se sucedem em certos círculos do elenco. 

Há jogador, ex-selecionável, com salário de astro, cujo valor o Flamengo paga a metade, e já é muito, dado o futebol apresentado, ou melhor, não apresentado, que, recém chegado, vive no departamento médico e, quando liberado para jogar, não marca, não corre, não luta e não briga, como se estivesse a disputar não uma partida de futebol pelo Flamengo, mas um jogo de damas com as senhorinhas da quermesse. 

Outros, com muitos anos de casa e pose, só pose, de liderança, estão muito mais preocupados com seu projeto pessoal de jogar até os quarenta, quem sabe até os quarenta e cinco anos, e recebendo, obviamente, uma bela soma a título de salário, do  que com os verdadeiros interesses do clube ao qual diz amar. E o clube nisso? Ora, o clube é um mero detalhe. O que importa é esticar a carreira ao máximo, ainda que em detrimento da boa performance da equipe dentro de campo.

E há, ainda, aquele tipo de jogador que gosta de reclamar de tudo e de todos: reclama que o jogo é longe, reclama que tem medo de viajar de avião, reclama que a bola é redonda e que o atacante adversário sempre a chuta com muita força. Em suma: um reclamão. E quando abre a boca para fazer qualquer declaração que não seja uma lamúria, invariavelmente diz besteira, demonstrando grande incapacidade intelectual para dar uma simples entrevista. E o pior, tem tomado gosto, e que gosto, por falhar seguidamente, além de esquecer, com a ingenuidade de uma criança que pega um brigadeiro da bandeja antes do parabéns, de aparecer para o treino da manhã. 

Pois o que vejo é a premência do Flamengo oxigenar seu elenco e suas referências dentro de campo.

Então, diretoria flamenga, fica aqui o humilde recado de um rubro-negro, que muito admira o vosso trabalho, louco de amor e paixão por esse clube, essa instituição mística, mítica, cósmica e divina:

Botem pra fora do clube os chinelinhos, os traidores, os chupadores de sangue. Todos sabemos quem são.

Tentem negociar os direitos econômicos dessas ervas daninhas pelo melhor valor possível; se não for viável, vendam por preço vil mesmo; e se nem isso conseguirmos, negociem então uma rescisão amigável.

E tratem, também, de reforçar o time. Aqui abro um parêntese, pois acho que nosso time está na média dos demais, salvo, claro, Cruzeiro, Internacional, Atlético-MG, Fluminense e, talvez, Grêmio. Basta ver a escalação do Bahia, do Goiás, do Criciúma e de vários outros para constatar que o nosso elenco é fraco, mas não é inferior à maioria.

Mas, de todo modo, trata-se de um elenco que tem carência em diversas posições, as quais necessitam ser reforçadas. Gol, laterais direita e esquerda, volante, meia e ataque. Todas requerem jogadores mais qualificados para encorpar o time.

Não tem dinheiro? Usem de criatividade, busquem parceiros, livrem-se de jogadores caros e inúteis do elenco, enfim, ninguém imaginou que seria fácil.

Isso, aliás, tem de ser feito com toda a brevidade.

Porque se as coisas caminharem como estão, talvez o Ney Franco não chegue nem à Copa do Mundo à frente do comando técnico do Flamengo.



...
Antes de finalizar, uma observação: clube grande se faz grande dentro e fora de campo. Futebol, e o brasileiro, nesse mister, mostra-se ímpar, é um meio nojento, asqueroso.

Todos já observamos que o Flamengo tem sido sistematicamente prejudicado no Campeonato Brasileiro. No último jogo, então, foi descarado.

O sujeito, além de inverter faltas e truncar o jogo quando isso nos atrapalhava, não marcou um pênalti no Alecssandro no primeiro tempo, deu uma falta inexistente a favor do adversário no apagar das luzes, e ignorou, na frente de todos, a falta que o jogador do Bahia fez ao empurrar os atletas que compunham a barreira do Flamengo.

Naturalmente, isso não apaga a lamentável atuação do time que, como reconheceu nosso técnico, foi inferior ao adversário.

A despeito disso, todo cuidado é pouco e quanto antes o clube firmar posição, melhor. Não se trata de beneficiar indevidamente o clube, de modo algum; basta não prejudicá-lo. 
 ...

Abraços, bom fim de semana e Saudações Rubro-Negras a todos.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.