segunda-feira, 28 de abril de 2014

O Limite

Buongiorno, Buteco! 27 de abril de 2014 e o Flamengo é um bando em campo, tomando um vareio de bola no primeiro tempo de um time que foi eliminado, no Campeonato Paulista, na primeira fase, em um grupo que contava com Ituano, Botafogo/SP, Audax/SP e XV de Novembro de Piracicaba. Um time dirigido pelo treinador que desprezou esse mesmo grupo, contra o qual nossos jogadores não se mostraram capazes sequer de ter hombridade e igualar o jogo na base da vontade. Os resultados anteriores? Eliminação na primeira fase da Taça Libertadores da América, ficando atrás de bolivianos e mexicanos e um ponto à frente dos equatorianos. No Estadual, campeão sem uma atuação convincente sequer. No Brasileiro, estreia sem gols e sem ameaçar o desestruturado vice campeão goiano, eliminado na Copa do Brasil pelo "poderoso" Botafogo/PB. E o que é o Flamengo no apagar do primeiro semestre de 2014? Um time sem formação titular definida, um grupo que parece não mais respeitar seu treinador, um time comandado por um treinador que parece não saber o que faz e começa a ter ideias que pouco sentido fazem. Um time que jogou cento e oitenta minutos, fora os descontos, e não balançou as redes no Campeonato Brasileiro.

O que esperava Jayme ontem ao escalar André Santos na meia esquerda? Será que por algum momento ele imaginou que o Flamengo ganharia o meio de campo na marcação e no toque de bola ou então planejou jogar no contra-ataque? Qual das duas alternativas é a pior? O sufoco que o Flamengo tomou nos primeiros minutos acabou por levar à falha coletiva da defesa no primeiro gol, ao meu ver em escala crescente de gravidade - primeiro, Samir perdeu a dividida, para em seguida Leonardo Moura, que fez um horroroso e irresponsável primeiro tempo, simplesmente ficar estático junto à trave dando condições ao ataque adversário e, ao final, o inacreditável desleixo de André Santos, de costas para quem devia marcar e que apenas se direcionou à bola, girou e arrematou para o gol sem marcação.

Vem o intervalo e Jayme saca Alecsandro, insubordinado, mas que lhe dissera algumas verdades, talvez dolorosas, e não é que o time melhora com as entradas de Nixon e Mugni e a saída de André Santos? Jayme só percebeu que a formação não do primeiro tempo não daria certo no intervalo ou há algo que o impeça de sacar jogadores mais famosos do time? Ou será que acredita neles, lembrando que, ao escalar Elano contra o León, justificou a opção por se tratar de "um jogador de Copa do Mundo"?

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Por falar no Mundial, vem aí a parada da Copa do Mundo. O Flamengo tem uma oportunidade de ouro para começar de novo o ano em pleno final de semestre. Há um limite para errar e persistir em erros. Vejo em 2014 algo semelhante ao que ocorreu em 2010 após a conquista do Campeonato Brasileiro. Treinador "prata-da-casa" valorizado pela Diretoria, mas que passou a se achar mais do que era e perdeu autoridade com o grupo, jogadores perdendo a noção do profissionalismo e calçando o sapato alto, considerando-se "donos do time", o time naufragando na Libertadores (em 2014, antes do que se esperava), e sobretudo um trabalho fraco do Departamento de Futebol, em especial o seu produto raquítico dentro das quatro linhas.

Ok. Para ser justo: temos salários em dia, organização administrativa, seriedade e planejamento; entretanto, parece evidente que o grupo foi superestimado ou se superestima, ou talvez um pouco dos dois problemas esteja ocorrendo; mas o certo é que a sintonia e a união existentes em 2013 em busca de um objetivo comum, e principalmente a humildade desapareceram.

É hora de rever alguns conceitos, como diz aquela propaganda de automóvel. De cima abaixo. Se o Flamengo perder o timing, lutará para não cair esse ano, e talvez caia. Não se trata propriamente da qualidade do elenco, mas da qualidade do trabalho do Departamento de Futebol e da harmonia entre seus integrantes, atletas ou não, e seu comprometimento com os objetivos do setor.

Onde a Diretoria acha que chegaremos com o trabalho que está sendo feito pelos profissionais (atletas e demais profissionais) do Departamento de Futebol? E para onde nos levarão os autores da proeza, acaso sejam mantidos?

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2013 foi importante mas é hora de colocá-lo em seu devido e honroso lugar: na história do Flamengo. Falta dinheiro? Então é hora de rever os custos, a folha de salários, a começar pelos mais altos do elenco e o que vem sendo produzido. Há tempo e oportunidade para tanto. É hora de devolver André Santos ao Arsenal, de reconhecer o passado de Leonardo Moura no clube e acertar sua rescisão com dignidade. É hora de lucrar e, se for o caso, estudar propostas por Hernane e Paulinho e reinvestir o dinheiro em outros atletas, oxigenando e renovando o ambiente de trabalho. É momento de avaliar se não é o caso de substituir um treinador se ele não tiver mais respeito do grupo e virou seu refém, e se não demonstra capacidade, ímpeto e vontade para se reciclar e buscar outras alternativas, sobretudo táticas, visando aprimorar seu trabalho. É hora de escolher o treinador com o perfil (psicológico, tático, técnico, etc.) adequado para o que a Diretoria pretende executar no Departamento de Futebol (By Bcbfla). É ano de Copa do Mundo, de mercado efervescente, das oportunidades para os que não temem desafios e não se acomodam nem desistem na busca de seus objetivos.

Como de praxe, gostaria de saber a opinião d@s amig@s do Buteco a respeito.

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 "Fazer todos os dias as mesmas coisas e esperar resultados diferentes é a maior prova de insanidade." (Albert Einstein) By Unabomber Flamenina

SRN a tod@s.