quarta-feira, 23 de abril de 2014

Deixa o homem trabalhar...


Nos primeiros anos deste século, o time do Flamengo teve em seu comando a incrível marca próxima dos 20 treinadores, o que não foi refletido em equipes melhores ou mais competitivas. A fórmula mambembe "para cada má fase um técnico diferente", dos mais badalados aos interinos. pouco produziu de interessante dentro de campo. Ironicamente, nesse espaço de tempo, as melhores e maiores conquistas aconteceram sob o comando dos profissionais sem grife no mercado. Andrade sagrou-se Campeão Brasileiro, em 2009, e Ney Franco e Jayme de Almeida levantaram a Copa do Brasil, em 2006 e 2013, respectivamente;

Nomes de peso na vitrine do futebol brasileiro e de milionários salários como Abel Braga, Cuca, Celso Roth, Vanderlei Luxemburgo e Dorival Júnior nada ganharam de relevante para o clube, no cenário nacional, e foram dispensados sem a possibilidade de realizarem um trabalho ao longo de um bom tempo, obedecendo a esdrúxula praxe ditada pela impaciência, que levou os dirigentes a formularem diagnósticos errados para cada caso e atenderem aos reclamos emocionais da torcida;

O atual treinador, Jayme de Almeida, está longe de ser um Pep Guardiola tupiniquim, que a todos encanta, porém, dentro das quatro linhas, encontra-se muito próximo dos "professores" acima citados, alguns bons nos verbos após as partidas disputadas para justificar atuações medíocres de suas equipes e até no marketing pessoal, fator no qual o velho zaqueiro rubro-negro não tem por hábito investir;

Se perguntarem a um quero-quero, que frequenta as laterais do gramado do Maracanã qual o persistente problema do Flamengo, de primeira o pássaro responderá o que todos sabem na ponta da língua: o elenco mal montado, algumas vezes por contratações caras e equivocadas, casos recentes de Diogo, Deivid e Carlos Eduardo e, em outras ocasiões, por questões relativas ao necessário aperto financeiro para reestruturar o clube depredado por irresponsáveis administrações que ficaram no passado para sempre, também casos recentes de Val, Diego Silva, Bruninho e outros que nem vale a pena a triste lembrança técnica;

Evidentemente que sobra para o técnico de plantão extrair de um elenco fraco um time decente e disputador de títulos, compatível com a gloriosa história do Flamengo e com as necessárias exigências de sua gigante torcida. Como Jayme ainda não realiza "milagres", e não reconheço em nenhum profissional que atue no futebol brasileiro condições para tal, esse time desejado não será feito, dando margem para os torcedores pressionarem ainda mais por sua dispensa, atendendo ao padrão estabelecido, que também será válido para o próximo treinador, se for o caso, o que espero que não aconteça. É preciso aprender com o passado, que ainda se encontra logo ali, voltando um pouquinho no tempo;

Abro exceção para uma mudança abrupta, quebrando a reserva de mercado, contra treinadores estrangeiros, existente no Rio de Janeiro: a contratação de um treinador estrangeiro reconhecidamente competente, hermano ou não, para a realização de um trabalho a médio/longo prazos, inclusive nas divisões de base, um verdadeiro calcanhar de Aquilles desde a década de 90.

E os amigos do Buteco, o que acham disso?

SRN!