sábado, 26 de abril de 2014

A Luta do Flamengo





Irmãos flamengos,

esta humilde coluna foi inspirada em certos acontecimentos recentes, como a verdadeira briga política pela aprovação de mudanças no estatuto do clube, bem como por certas notícias veiculadas num pretenso órgão de imprensa, que em verdade é instrumento de divulgação panfletário. 

Amigos, nosso amado clube tem lutado em três frentes distintas: a primeira, nas lagoas, quadras, campos, piscinas, tatames e ginásios; a segunda, nos gabinetes e escritórios, com o equacionamento das dívidas, a moralização da gestão, o resgate da credibilidade do Flamengo, o trabalho para o desenvolvimento dos esportes olímpicos, o aperfeiçoamento da estrutura física do clube, com a modernização de suas instalações, dentre muitas outras atividades.

Por fim, quanto à terceira frente, esta tem se desenrolado no seio do próprio clube, na luta árdua e diária contra uma oposição oportunista e saudosa de tempos pretéritos, em que se visava não o bem do Flamengo, mas sim dele tirar proveitos pessoais.

Tracemos o quadro: imaginem, meus amigos, o clube de maior e melhor torcida do mundo, o maior do Brasil, com mais de quarenta milhões de torcedores. 

Um clube com capacidade inigualável de captação de recursos, que lidera as vendas de camisas e produtos licenciados, pay per view, e cujo programa de Sócio Torcedor, o mais caro do país, saiu de zero para sessenta e cinco mil em apenas um ano. Ou seja, um clube que pode anunciar a venda de roupa íntima velha e usada com a certeza de que venderá aos milhões.

Um clube que atrai investidores e parceiros com muita facilidade, mesmo com toda a bagunça e falta de transparência que então imperavam até a chegada da atual diretoria. 

Imaginem, portanto, esse clube, com todo esse potencial, sendo administrado por uma patotinha, cujo horizonte não enxerga um palmo além dos seus próprios interesses.

Um clube que celebrava contratos milionários com vários atletas de eficiência duvidosa, com as contas sendo pagas até hoje, e cuja base era sucateada e fatiada entre empresários e investidores de fachada.

Um clube que, ao assinar cada contrato, seja com atleta, seja com patrocinador, invariavelmente negociava o pagamento de uma comissãozinha ao sócio, dirigente ou terceiro que intermediasse o negócio.

Um clube que, por sua grandeza, sempre permitia, se não a entrada direta de recursos em contas bancárias, ao menos um empreguinho aqui, outro acolá, além da barganha traduzida em favorecimentos de ordem não pecuniária, em troca de votos e apoio nas propostas postas à votação, como se não se tratasse de uma instituição esportiva centenária e tradicional, mas de uma feira, onde se negociava de tudo.  

Um clube cuja administração era feita sem transparência alguma, em que contratos eram celebrados sem nenhum controle substancial, onde valores simplesmente sumiam no momento da elaboração do balancete e que despesas, muitas vultosas, eram realizadas sem a devida comprovação da contrapartida ou mesmo de um simples recibo. 

Pois é, meus amigos, todo esse patrimônio e toda essa magnitude eram utilizados em benefício de meia dúzia de pessoas interessadas não em viver para o Flamengo, mas do Flamengo.

Gente que, acostumada a tratar o clube como instrumento de realização de interesses privados, entendia, ou melhor, entende, que o Flamengo lhes pertence e que deve permanecer, ad eternum, como fonte inesgotável de seu sustento.

Gente que habituou-se à falta de transparência em tudo que envolve o clube, disso resultando a facilitação plena de seus empreendimentos nefastos.

Gente que vê o Flamengo como uma vaca leiteira, cujas tetas devem ser mamadas vorazmente, ainda que isso implique na inviabilidade administrativa, financeira e esportiva do clube.

Gente que não admite ver o Flamengo caminhar por si, que não aceita o fim da bocada, que resiste, com todas as forças, a assistir o trem pagador partir finalmente da estação a qual, salve São Judas Tadeu, jamais retornará. 

Gente que, no afã de defender seus interesses escusos, utiliza todas as armas de que dispõe, inclusive a mentira, a perfídia e a violência.

Pois é esse tipo de gente que todo aquele que deseja o bem do Clube de Regatas do Flamengo terá de enfrentar. Que o diga o Zico.

E a resistência oposicionista não se faz mediante a troca de ideias, ou através da demonstração clara e inequívoca dos desacertos das propostas e atos que têm sido feitos, mas sim na base da ofensa pessoal, da agressão física, da intimidação.

Parece, e aqui voltamos ao início do texto, que a oposição inclusive encontrou um veículo de comunicação para externar as suas teses escatológicas.

Um veículo, aliás, que não merece ser referido como órgão de imprensa, mas como um canal por onde escoam as fezes pútridas e fétidas das viúvas de uma fase em que o Flamengo, infelizmente, sofria nas mãos daqueles que, em benefício próprio, praticavam a prodigalidade com os recursos da instituição.

A coisa vai a tal ponto que tem gerado forte reação na própria imprensa. Muitos jornalistas têm apontado com firmeza como certo órgão tem atuado mais como distribuidor de panfletos do que como veículo de comunicação.

A verdade passa longe dessas bandas. 

E é muito bom verificar que a torcida do Flamengo tem percebido perfeitamente onde estão os inimigos do clube.

Eu manifesto, até que me provem o contrário, pleno apoio à atual diretoria do Clube de Regatas do Flamengo. Vejo que tem sido feito um belíssimo trabalho de reconstrução do clube. 

Sou muito grato, de coração, a todos aqueles que dispõem de seu tempo e de seu saber para labutar em prol do bem do Mengo, às vezes intermináveis horas que poderiam ser destinadas ao lazer, à família e aos amigos.

Erros existem e existirão sempre. Mas uma coisa é o erro pontual, decorrente de uma opção legítima que mostrou-se, posteriormente, ruim; outra coisa, bem distinta, é o erro motivado por má-fé, cuja justificação é mero exercício de retórica falaciosa para esconder a sua verdadeira motivação.

Mas que fique o alerta: é preciso atenção e fibra constantes. A luta pela defesa do Clube de Regatas do Flamengo é eterna.
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Quanto ao jogo de amanhã, apenas um recado: prefiro o Jayme a qualquer medalhão caríssimo que temos no Brasil.

É rubro-negro, filho de um Tricampeão, e tem história no clube.

Mas é preciso fazer esse time jogar. Se continuar como está, a situação em dado momento poderá ficar insustentável. 

Mais que uma crítica, um apelo: Jayme e jogadores, por favor, tragam essa vitória domingo para a torcida rubro-negra.


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Abraços, Saudações Rubro-Negras e bom fim de semana a todos.
Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.