sexta-feira, 21 de março de 2014

Vamo lá, p...

Quando o jogo acabou nesta quarta eu fiquei preocupado e fui dar uma olhada na tabela da Libertadores. Testei algumas combinações de resultados e me lembrei do que foi comentado aqui no Buteco sobre o jogo decisivo ser aquele contra o Emelec. Nisso, comentaristas de dois canais diferentes falam sobre o clima no estádio em Guayaquil, as arbitragens que sentem a pressão da torcida e concluí peremptoriamente: não vai dar.

Durante a tarde de quinta um amigo me convenceu que se não conseguíssemos vencer em La Paz era mais interessante perder do que empatar. O raciocínio, até bastante simples, indica que um empate faria com que o Bolívar chegasse a última rodada praticamente eliminado, situação na qual não teria por que oferecer grande resistência ao Emelec, que disputa a vaga conosco. A vitória mantém os bolivianos na briga mesmo que percam para o Leon na próxima rodada o que é bom para nós. Desde que, é claro, voltemos do Equador sem sermos derrotados.

E aí é que me aparece o problema. Vendo os jogos do time na Libertadores esse ano, não dá para identificar aquele brilho, aquele algo mais que distinguia o time que venceu a copa do Brasil em 2013 daquele que brigou para não cair. Naquela situação, era nítido que a atitude do time era outra e que alguns jogadores até se poupavam durante os jogos. Dava para perceber várias vezes alguém evitando divididas ou mesmo maiores esforços para não arriscar uma contusão. A postura do técnico também não deixava dúvidas sobre qual era a prioridade do Flamengo, poupando titulares em jogos importantes, por vezes gerando questionamentos da torcida que se preocupava com o fantasma do rebaixamento.

É verdade que o Flamengo jogou alguns jogos do estadual com o time reserva, especialmente para alongar a pré-temporada, mas a partir do primeiro clássico, a coisa começou a mudar. Não se percebe um foco claro e exclusivo na competição mais importante, ou que deveria ser tratada dessa forma, na opinião de alguns de nós. Ao contrário, o time não vem demonstrando concentração e mesmo a força da torcida no Maracanã não está tendo a mesma efetividade que teve no ano passado.

Penso que o Flamengo deveria montar uma “operação de guerra” para tentar sobreviver na Libertadores. O Jayme deveria estudar detalhadamente o Emelec, sem descanso durante todo o tempo até o jogo. Saber como jogam, quais os pontos fortes, fracos, como reagem a adversidade, como a torcida se comporta, os gandulas, etc. Teremos provavelmente um adversário fraco nas semi-finais do estadual e podemos nos dar ao luxo de focar exclusivamente na Libertadores por duas semanas que sejam. Reservas na última rodada da taça Guanabara e titulares no primeiro jogo da semi-final e reservas no segundo. Viajar no final de semana, se aclimatar, fazer reconhecimento do gramado e tudo que tem direito. 

Mantendo a concentração no máximo, como foi na copa do Brasil, dificilmente seremos derrotados ainda que o time não tenha encaixado. É só olhar para o que fizemos até aqui, cometendo erros decisivos em três dos quatro jogos. O Flamengo precisa perceber que priorizar não é apenas poupar jogadores mas saber dedicar mais tempo, estudo e reflexão às exigências de uma competição do que às de outra.

Vou bancar o advogado do diabo e lançar uma questão para os amigos do Buteco tentarem se colocar no lugar dos cartolas rubro-negros. Sabendo do enorme déficit que ainda enfrentamos esse ano e da urgência de pagar as contas, qual competição deveria ser priorizada? Uma extremamente difícil, cujas cotas de premiação virão apenas no segundo semestre ou uma que lideramos com folga mesmo jogando diversos jogos com reservas e cujo prêmio em dinheiro não apenas é maior, mas será pago no final de abril? Lembrando que todo mês vence uma parcela da renegociação que fizemos dos nossos impostos atrasados e que isso é que permite ao clube manter as CNDs e os patrocínios da caixa e dos esportes olímpicos.

Encerro convocando todos os rubro-negros para comparecerem ao Maracanãzinho e empurrarem o Flamengo rumo ao título da Liga das Américas, a Libertadores do basquete. Pra cima deles, Mengo!


abraços a todos e SRN!