sábado, 29 de março de 2014

Vai que é sua, São Judas Tadeu!








Irmãos flamengos,


teremos, na próxima quarta-feira, mais um jogo decisivo pela Taça Libertadores da América.

Tudo indica que o planejamento para este jogo tão importante é, simplesmente, não ter planejamento.

Esta semana, nosso amigo Carlos Eduardo fez uma observação, sobre o jogo diante da Cabofriense, que sintetiza muito bem um problema crônico que tem acompanhado o time este ano: mesmo quando joga com uma formação teoricamente mais defensiva, a equipe tem concedido muito espaço aos adversários.

Tal fato decorre, a meu ver, da falta de posicionamento adequado dos jogadores do meio de campo e dos laterais.

Isso pode ser corrigido? Claro, mas requer muito treino e muita aplicação tática.

O time do Flamengo em 2014 não é o mesmo de 2013 e até agora não encontramos um padrão de jogo eficiente.

Por isso, digo que o time precisa de muito treino: tático (posicionamento defensivo em jogadas de bola parada, recomposição quando da perda da bola, jogadas ensaiadas, contra-ataques e tudo o que envolve esse tipo de treinamento); técnico (sim, jogador de futebol tem de se aprimorar constantemente nos fundamentos do jogo: domínio, passe, cruzamento, finalização); e físico (temporada longa, com muitos jogos de intensa disputa, não se pode descurar do aspecto físico).

Além desses elementos gerais que o treinamento consistente propicia, há, também, as questões particulares relativas ao adversário a ser enfrentado.

Todos ficamos surpresos com o conhecimento que o técnico do Bolívar, Xabier Azkargorta, demonstrou acerca do plantel rubro-negro. Não apenas nomeou nossos principais jogadores, como fez questão de destacar características peculiares de alguns.

Não foi à toa, portanto, que eles foram muito superiores taticamente e que, dos seis pontos disputados, conquistamos apenas um.

O Flamengo, na minha modestíssima opinião, deveria fazer o mesmo quanto aos dois jogos restantes da fase de grupos da Taça Libertadores: treinar, focar, analisar e estudar com seriedade os rivais.

Uma das regras mais importantes de qualquer atividade que requeira o mínimo de estratégia é conhecer o adversário.

Conhecendo o adversário, pode-se avaliar seus pontos fortes e suas fraquezas, explorando-as ao máximo.

O Flamengo, tradicionalmente, sempre teve em sua história grandes técnicos que tinham por hábito estudar com muito afinco o adversário. Nomes como os de Flávio Costa, Fleitas Solich e Cláudio Coutinho.

O Coutinho, inclusive, em história contada por meu pai, chegou ao ponto de, numa excursão do Flamengo à Europa, ciente de que o adversário marcava de acordo com o número da camisa dos jogadores, trocou toda a numeração do time: o Zico ficou com a de número dois, o Adílio com a três, o Júnior com a nove, o Andrade com a sete, o Leandro com a onze, enfim, todos os jogadores mudaram seus números.

A ordem era para que, na saída de bola, todos se posicionassem de acordo com o número de suas camisas. Assim, o Zico foi para a lateral direita, o Adílio para a zaga-central, Júnior para o ataque, etc. Iniciada a partida, os jogadores imediatamente retomaram sua posição de origem, ou seja, Zico como ponta-de-lança, Adílio, na meia, Andrade na cabeça de área. Passados alguns minutos de jogo, o adversário se deu conta do que ocorria, mas aí já estava dois ou três a zero Mengão. Grande Cláudio Coutinho.

Essa história pitoresca serve para ilustrar que, conhecendo atentamente os jogadores adversários, seria possível ao Jayme orientar individualmente os jogadores quanto a certas carcacterísticas dos jogadores rivais. Isso previne surpresas e erros.

Mas tudo isso só seria possível se houvesse dois fatores a caminhar juntos: foco total na disputa da Taça Libertadores e tempo hábil para estudos e treinamentos.

Tempo, nós tivemos de sobra, desde o jogo contra o Bolívar. Contudo, o foco, ao que me parece, está dividido entre a Libertadores e o Carioca.

E por causa dessa indecisão, o time perdeu preciosíssimos dias de trabalho, que poderiam agregar grande melhora à qualidade do futebol praticado até aqui, de modo a corrigir defeitos, ganhar consistência tática, técnica e física, estudar os adversários e aumentar, por conseguinte, as chances de êxito nos confrontos decisivos que se delineiam em data próxima.

A opção, porém, de escalar o time principal nos jogos das semifinais do Campeonato Carioca, frustrou, obviamente, qualquer possibilidade de uma preparação específica para os dois jogos fundamentais que teremos pela Taça Libertadores da América.

Como todos sabemos, em véspera de jogo não se treina, faz-se apenas aquele velho e batido rachão. Dia seguinte a jogo também não há treino forte, em virtude do desgaste sofrido pelos jogadores na peleja.

Como jogamos na quarta-feira passada e jogaremos hoje, em uma semana perdemos aproximadamente seis dias de treinos. E nem como teste essas partidas servirão, pois estão sendo escalados jogadores, como Luiz Antonio e Marcio Araújo, que não participarão dos nossos dois próximos compromissos pela Libertadores.

O Flamengo, todavia, parece não aprender com seus erros e gosta de esticar a corda e elevar a tensão a níveis máximos.

Aliás, quem disse que torcer para o Flamengo é fácil?

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O futebol deveria se espelhar no basquete flamengo, que, com muita raça e categoria, conquistou, no último sábado, a Liga das Américas.

Vibrei muito com a conquista. A comemoração adentrou a noite. Como disse Olivinha: parecia futebol.

Menção honrosa à Nação Rubro-Negra, a maior e melhor torcida do mundo. Fiquei impressionado com a repercussão do título e da grandeza da torcida junto aos nossos irmãos latino-americanos e até mesmo na Europa.

Torcidas existem muitas. A do Flamengo é única e incomparável.

E o time de basquete, repito, deveria servir de exemplo ao de futebol. Todas as entrevistas pós-título ressaltaram o trabalho árduo, de muito treino, cobranças e estudo dos adversários. Isso é preparação.

Nosso time de basquete tem muita qualidade técnica e possui um plantel homogêneo, com bons atletas em todas as posições.

Além disso, o time preto e encarnado ostenta também muita força de vontade. Mesmo nos momentos mais adversos, a equipe mantém o ritmo, marcando forte e lutando pela bola laranja em cada palmo da quadra.

Essa postura tipicamente rubro-negra engrandeceu ainda mais o título e fez com que todos os envolvidos inscrevessem seus nomes no panteão dos heróis flamengos, honra para poucos, pouquíssimos.

Parabéns aos jogadores e à comissão técnica por essa conquista tão especial.

E parabéns, também, à diretoria do Clube de Regatas do Flamengo, que, além de montar toda a equipe campeã, ainda teve a ousadia de trazer o Final Four para o Rio de Janeiro, organizando um evento de altíssimo nível, sem precedentes na história da competição. Dado o reduzido lapso de tempo desde o anúncio oficial do Rio como sede da disputa, acho que o Flamengo mostrou grande competência dentro e fora das quadras.

Agora é vencer o Mundial e coroar com chave de ouro essa campanha maravilhosa.
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A festa no Maracanãzinho foi tão especial e emocionante que inspirou nosso zagueiro Wallace, que estava presente, a se aventurar pelos montes suaves da poesia.

Olhem o que nosso zagueirão postou em seu twitter após o título a que presenciou ao vivo, juntamente com o Hernane:

“Hoje compreendo o que é ser FLAMENGO na essência. Sinto orgulho por poder vestir essa camisa, quero dizer, pele!!!! Essa paixão visceral que hoje vi de perto, percebo como essa torcida é única. Sei que é clichê escrever isso. Se eu queria vencer no MENGÃO, agora quero muito mais!!!! Depois de todas as manifestações que presenciei, George Orwell disse: ‘Todos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros’. Concordo, mas a frase que definiria a torcida do FLAMENGO seria: ‘Todas as torcidas são iguais, mas a do FLAMENGO é diferente e única.’"

Pois é, Wallace, pois cabem a vocês, meu amigo, defensores do Manto dentro das quatro linhas, a tarefa de conduzir o futebol do Clube de Regatas do Flamengo aos mais altos degraus da escada que nos leva ao topo das Américas e, quem sabe, do mundo.

Sabemos das dificuldades, potencializadas pela insistência em dividir atenção com o Campeonato Carioca, que, sim, também queremos vencer.

Quem é Flamengo quer vencer tudo.

Vencer, vencer, vencer.

Creio, nesse contexto, ser muito oportuno solicitar a sempre providencial ajuda de nosso santo padroeiro, São Judas Tadeu.

É a ele, em honra a ele, que publico, com muita fé e devoção, o hino de São Judas Tadeu.

Vai que é sua, São Judas Tadeu, pois nosso amado Mengo necessita de ti:

Ó glorioso São Judas Tadeu
Nosso grande e celeste patrono
Intercede por nós junto ao Trono
Que mil graças a ti concedeu.
        És de Cristo o seu servo e parente
Nosso santo e fiel protetor
Combatendo, venceste o insolente
Inimigo cruel, tentador.    
Nossos rogos serão atendidos
A esperança nos vem reafirmar
Prometeu o Senhor nos pedidos
Do seu Santo fazer triunfar.



P.s: de minha parte,  a respeito do mais recente disse-que-disse na Gávea, e posso falar à vontade, pois não participo, e jamais participei, de qualquer direção do clube, manifesto a opinião de que a atual diretoria do Flamengo vem realizando um excelente trabalho, digno dos mais altos elogios. Sem medo de agradar ou desagradar a fulano ou Beltrano, ações em benefício do clube têm sido adotadas desde o início do mandato do presidente Eduardo Bandeira de Mello. Credibilidade, honradez e orgulho retornaram ao Flamengo. Como rubro-negro, agradeço-lhes a dedicação em prol do clube. Eles merecem todo nosso apoio.
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Abraços, Saudações Rubro-Negras e bom fim de semana a todos.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.