quarta-feira, 12 de março de 2014

Mengo, faz mais um pra gente ver...



Já vai longe, nos anos 1980, aquela velha e bela tarde de domingo quando encontrei, nos bastidores do Maracanã, o então Tricampeão Mundial Zagallo tomado por esfuziante alegria de menino e debulhando-se em lágrimas decorrentes das emoções provocadas por vencer para o Flamengo mais uma Taça Guanabara, após acirrada disputa na final contra o nosso rival Fluminense;

Domingo passado, confesso que senti saudades daquela ansiedade curtida no pré-jogo durante a semana que o antecedeu e as emoções após a conquista suada. Tempos que não voltam mais pois, hoje, as expectativas são em maiores quantidades e mais elevadas, todas bem acima do "Campeonato da Várzea". Desta vez não tivemos troféu recebido pelos jogadores dentro de campo, volta olímpica ao redor do gramado emoldurado pelo cânticos da multidão rubro-negra e buzinaço dos carros nas ruas com bandeiras flamengas desfraldadas;

Mas, logo o sentimento passou, melhor assim, o Estadual se exaure em si mesmo, não leva a lugar algum além de efêmeras comemorações na noite de glória com os amigos e as gozações em cima da freguesia contumaz, não tendo sido criado o nefasto oba oba antes de uma partida que vale muito, agora pela Libertadores, pré-requisito para disputar o Mundial de clubes, estando ambos atrasados na agenda de conquistas do Flamengo;

O adversário da vez desceu a serra, vem de La Paz, o Bolívar estreando um técnico que retorna ao clube e pertencente à escola espanhola caracterizada pela realização de trabalhos em longos prazos, o espanhol Xabier Azkargorta, que tem como missão inicial tirar os bolivianos do último lugar do Grupo 7 do atual torneio;

Já o Flamengo, do ano passado pra cá, perdeu o seu motor do meio de campo, Elias (ele voltará), e o versátil Paulinho ainda "não voltou" das merecidas férias até o momento, além de entrar em campo com dois desfalques, os laterais Léo Moura e André Santos, face problemas musculares, jogando Leo e João Paulo em seus lugares. O vento sopra a favor e temos o Leo em boa fase, bem entrosado com o time e com o esquema do treinador Jayme de Almeida. Pela esquerda, se André Santos tem mais categoria que o seu substituto, João Paulo, este imprime maior velocidade às jogadas pelo setor. Creio que se equivalem;

Espero um adversário jogando em seu campo em busca dos contra-ataques e talvez um gol numa bola vadia. Como gosto de ver meu time jogar pra frente (não dói!), sonho em ver o ataque com dois atacantes, Hernane e Alecsandro, e quatro jogadores no meio de campo, sem esquecer a possibilidade, que não me surpreenderia, da entrada do Everton na esquerda em vez do João Paulo, o que obrigaria a segurar defensivamente o Leo na zaga direita;

Enfim, seja como for, no final das contas o que ficará valendo são os três pontos advindos de uma grande vitória, pois temos tudo para que tal aconteça. Estarei a bordo do Maracanã, se o Divino deixar, emitindo energias positivas, empurrando com o pensamento bolas rubro-negras para os fundos das redes bolivianas.

SRN!