sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Treino e Ritmo


Antes de mais nada, gostaria de falar da grata surpresa que tive ao ver o gramado do Eduardo Guinle, que eu havia criticado na quarta pela manhã num comentário na coluna do Mouta. Muito, mas muito acima do esperado e, apesar da grama aparentemente alta, num nível excelente para os padrões do nosso triste estadual. Quem dera tivéssemos gramados bons como o de Friburgo em Bangu, Macaé, Resende, Volta Redonda, Cabo Frio...

Sobre o time, gostaria de abordar o setor que foi mais mexido na mudança de temporada, o meio de campo, para falar de uma questão que considero muito importante que é o planejamento de toda a temporada. Nesse momento, o Flamengo conta com uma daquelas situações de calmaria em que a torcida está ao lado das decisões da diretoria, inclusive quanto a usar os reservas no estadual para garantir uma melhor pré-temporada e, consequentemente, um bom rendimento físico do time ao longo do ano. O grande problema é que o primeiro jogo da Libertadores é daqui a duas semanas...

O time que venceu a Copa do Brasil, apresentava uma configuração de meio bastante interessante em que se notavam claramente duas linhas de marcação com algumas variações. Nos jogos contra o Goiás e o Atlético-PR fora de casa, por exemplo, Amaral se posicionou entre as duas linhas quando o time se defendia variando para o 4-1-4-1. A variação que considero mais interessante, porém, ocorria quando o time se defendia no Maracanã, já preparado para sair em velocidade no contra-ataque. Desde a surra no Botafogo, Paulinho fechava o lado esquerdo, Luiz Antonio o lado direito, Elias e Amaral no meio com o Brocador recuando e deixando o sonolento Carlos Eduardo mais a frente, com a missão de prender e girar a bola caso essa não chegasse imediatamente ao Paulinho.

A troca de Elias por Elano e de Luiz Antonio por Muralha até o momento desarticulou essa linha defensiva. Na partida da última quarta foi possível ver o novo camisa 7 do Flamengo várias vezes fora de posição, mesmo no início da partida, avançando para marcar a saída de bola e deixando um buraco no posicionamento. O fato de Elano se posicionar pela esquerda também é um fator de preocupação pela falta de poder de marcação do André Santos, deixando naquela ala um espaço perigoso.

É claro que não dá para exigir que, com apenas dois jogos na temporada, o time já volte a apresentar a eficiência que conseguiu nas partidas de mata-mata da copa do Brasil. Aquele time apresentava além da boa consistência tática, uma intensidade de jogo que não deve aparecer nos certames do estadual, especialmente nos jogos sob intenso calor. Ocorre que em 12 dias teremos o jogo que deve ser o mais difícil da fase de classificação da Libertadores e o time está mostrando que precisa treinar.

Segundo foi dito desde a classificação para a Libertadores, o estadual seria deixado de lado e usado apenas como preparação para a competição mais importante. No entanto, o time jogou sábado, viajou na terça, jogou na quarta e jogará novamente sábado, não dispondo de tempo para treinar e acertar o posicionamento dos novos jogadores por exemplo. Sei que há o dilema entre a necessidade de treinos e a de adquirir rapidamente o ritmo de jogo, mas fica a pergunta no ar: Se os preparadores físicos, técnicos e jogadores falam tanto da importância da pré-temporada para o bom rendimento do time ao longo do ano, por que não estão aproveitando a oportunidade agora de usar o time B (ou C) que vinha dando conta do recado e planejar não apenas o jogo com o Leon, mas toda a temporada com mais cuidado?

abraços a todos e SRN!