sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Bipolaridade do torcedor


Tenho ouvido muita gente falando nos últimos tempos que a torcida Rubro-Negra é bipolar. Isso acontece principalmente por conta das reações extremadas após os jogos, trovejando irreversíveis rebaixamentos após as derrotas e fazendo contas para arrancadas milagrosas após as vitórias.

Uma característica que sempre diferenciou o rubro-negro dos seus rivais foi justamente a capacidade de acreditar em reações improváveis em partidas e campeonatos que pareciam perdidos. Mesmo nos calamitosos tempos da nadadora-vereadora, vários de nós nos surpreendemos fazendo cálculos elaborados, combinando resultados na busca de arrancadas para as primeiras posições. Infelizmente, essas projeções serviram apenas para aumentar a angústia das lutas contra o rebaixamento em 2 dos últimos 3 anos.

E é daí que vem a tal bipolaridade. O torcedor quer acreditar, se empolga com os grandes jogos, apóia e por vezes acaba muito frustrado com atuações bem ruins, até para os padrões desse time, como contra o Corinthians. Nessas horas a paixão fala mais alto e as críticas vem cheias de mágoa, cegando as percepções racionais do momento em que o clube atravessa.

Mais uma vez, vivemos momentos difíceis no campeonato nacional. A expectativa de um time de baixo custo porém equilibrado, que passasse pelo campeonato sem sustos, não se confirmou. Temos hoje um time fraco, com um elenco mal montado no qual faltam jogadores em algumas posições e peças de reposição em muitas outras.

De positivo temos um excelente treinador – na opinião deste colunista, um dos melhores disponíveis – e um grande jogador, que vem sendo o ponto de equilíbrio do time: Elias. Nos grandes momentos dessas duas figuras, acompanhadas por boas partidas de outros jogadores, saíram os melhores jogos do Flamengo na temporada, como na grande vitória contra o Cruzeiro e no Fla x Flu em que fomos amplamente superiores.

Acredito que ficaremos nessa gangorra até o final do ano, alternando bons e maus jogos, dependendo do time, dos desfalques e de onde escolhermos nosso mando de campo. Pessoalmente, mantenho minhas expectativas bastante baixas, quase incompatíveis com a grandeza do Flamengo. Acho que, na situação atual, ficarei satisfeito se o time terminar o ano na metade de cima da tabela e não apanhar de mais ninguém no campeonato. Ficarei muito feliz se vencermos os três clássicos regionais do returno e, como todo torcedor bipolar, vou ter convicção de que o Flamengo vai rumo ao Tóquio (ou ao Marrocos) se vencermos a copa do Brasil.

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Uma rápida observação sobre a próxima partida, de novo contra o Cruzeiro, em Belo Horizonte. Ainda que o Flamengo não possa se dar ao luxo de poupar jogadores dada sua delicada situação no campeonato, acredito que seja hora de avaliar com inteligência o uso dos parcos recursos humanos de que dispomos. Após essa partida, na qual temos remotas possibilidades de vitória, meio da semana que vem, teremos um jogo importante contra o Santos no Maracanã. Me parece que seria prudente garantir que jogadores como Leo Moura e Chicão, por exemplo possam estar 100% fisicamente e que os que estão pendurados com cartões, caso de Elias, possam jogar.

abraços a todos e SRN!