sexta-feira, 14 de junho de 2013

Mano e o Maracanã

Os dois assuntos que mais chamaram atenção do universo rubro-negro nesta semana são temas polêmicos. É praticamente impossível encontrar um consenso quando se discute preferência por este ou aquele treinador. Mesmo que a maioria dos técnicos brasileiros não seja muito diferente, apostar em treinadores estrangeiros tampouco é consenso, ainda mais no Flamengo, na situação em que o clube está. E o outro é o Maraca, que teve sua concessão assinada e que é uma looooonga história.

Ainda que haja quase um consenso de que os técnicos brasileiros estão, na sua maioria, bastante defasados sobre o que há de mais moderno no futebol atual, o ex-treinador da seleção brasileira talvez seja uma das poucas exceções. Mano Menezes tem experiência na reestruturação de times e elencos. Levou o Grêmio da segundona a final da Libertadores e montou a base do Corinthians que o Tite levou ao Mundial de Clubes. Foi, ainda, responsável por gongar os medalhões da seleção brasileira e iniciar um processo de renovação no escrete canarinho. Nessa tarefa ingrata ele patinou muito e acabou demitido no meio da guerra política da cbf no momento em que parecia formar o time.

Gosto do estilo ofensivo dos seus times e fiquei bastante satisfeito com a contratação. Penso que era o melhor nome para este Flamengo de 2013 e espero que sua passagem pelo rubro-negro dê frutos muito positivos. A disciplina tática costuma ser um traço comum em seus trabalhos e isso é algo que eu espero ver no time do Flamengo de agora em diante. Seria interessante ver algumas variações táticas, jogadas ensaiadas e tudo aquilo que se espera de um grande time, mas com o elenco que temos não creio ser algo viável. Penso que é importante motivar os jogadores e, principalmente, afastar aqueles que não estiverem afim, dando início ao que interessa que é a montagem de um time para 2014.

O outro assunto importante dessa semana é o Maracanã e a negociação que envolve o consórcio que vai administrá-lo e os clubes. Sabe-se que o Flamengo endureceu a negociação e não aceitou a proposta que lhe foi feita pela concessionária. Aqui cabe um agradecimento a todos que se esforçaram para mudar a direção do Mais Querido. Tenho calafrios de imaginar o estrago que haveria no clube se gestão anterior estivesse negociando um contrato de 35 anos. Era capaz de o Flamengo acabar pagando aluguel progressivo referenciado por alguma taxa de juros insana e saírem dizendo que “reconquistaram o Maracanã para a Nação”.

O edital de concessão do estádio não é ruim apenas para o Flamengo. Ele é péssimo, tanto em termos de exploração das receitas, quanto de tempo de contrato. O clube leva a bilheteria e fica longe das principais fontes de receita como venda de camarotes, exploração de estacionamentos, bares etc. Felizmente, para nós rubro-negros, temos dirigentes que são bons de negociação, o que ficou demonstrado diversas vezes esse ano, desde a obtenção-relâmpago das CNDs até a demissão sem multa milionária do Jorginho.

Mas abrir mão do Maracanã também não é simples e o pessoal do outro lado da mesa sabe bem disso. Será fundamental manter firmeza nas posições em defesa dos interesses do clube e, ao mesmo tempo, buscar alternativas que minimizem os prejuízos técnico e financeiro pela falta da sua “casa tradicional”.

E é preciso ainda tomar cuidado com as notícias que tentam ressuscitar projetos salvadores das antigas lideranças da gávea que surgem com “soluções óbvias” para estádios na gávea ou na baixada. O Engenhão é um excelente exemplo de que um estádio não é um projeto simples e não basta apenas ter um terreno grande o bastante para construir. Muitos pontos devem ser considerados, como transporte, identificação com a torcida, segurança, conforto, etc, etc. É preciso um grande projeto, que além de todos esses fatores, concilie também os interesses políticos dentro e fora do clube. Nunca é demais lembrar que somos o trem pagador do Maracanã e do Engenhão. Por esse motivo, um estádio de médio/grande porte do Flamengo tende a inviabilizar tanto um quanto o outro, o que deve deixar muita gente contrariada.

O Flamengo precisa de um estádio mas não a qualquer custo e certamente não ficando preso a um contrato por 35 anos. É hora de jogar com o peso da Nação a nosso favor.

abraços a todos e SRN!