quarta-feira, 19 de junho de 2013
Começar de novo (n + 1)
Uma nova tentativa para encontrar o caminho das vitórias foi iniciada na segunda-feira passada no futebol do Flamengo, com a apresentação do ex-treinador da seleção brasileira Mano Menezes, o terceiro a comandar o time no apagar das luzes do primeiro semestre da nova gestão rubro-negra. Se por um lado o fato revela a importante insatisfação com os resultados até aqui obtidos dentro de campo, por outro mostra que decisões erradas foram adotadas, sendo a mais relevante a aposta na contratação do técnico Jorginho, reprovado no "teste de proficiência a baixo custo";
Há outras "bolas fora" de menores relevâncias, no início da temporada, como as arriscadas renovações dos contratos do lateral Léo Moura e do volante Renato Abreu, tendo sido o vínculo com este desfeito no início desta semana, com enorme índice de aprovação da galera que veste o vermelho e preto. Tempos atrás, o marrento R11 já tinha exposto a sua tendência para conflitos nas relações interpessoais com o elenco e com a parte da torcida desorganizada e independente do clube, a qual se constitui em maioria absoluta nos estádios onde se apresenta o Flamengo. Contra a vontade dessa grande massa torcedora, a permanência do jogador foi celebrada, embora a renovação realmente desejada após a posse da nova diretoria fosse outra, a do time em si, que contava com alguns jogadores já desgastados dentro da equipe. O resultado da lambança está aí após cinco meses, com mais uma rescisão de 1,76 milhão a ser paga. Vida que segue, bola pra frente, olho no futuro, pois é lá que vamos viver;
Mano Menezes chegou bem disposto, sereno como de hábito e pronto para iniciar um novo ciclo em sua vida, desta feita carregando o desafio flamenguista sobre os ombros. Fez exigências de algumas contratações para o Flamengo voltar a competir em alto nível e promessas de olhar com atenção os garotos da base, visando o aproveitamento dos mesmos, gradativamente, com a transição para os profissionais. Material humano é o que não falta para ser garimpado, não sendo suficiente os dedos das mãos para contar as promessas que despontam entre os juniores, hoje, felizmente, sem os perniciosos rótulos de Zicos, Leandros e Adílios;
Que tenhamos paciência na semeadura é o que o tempo implacável exige. Porém, como dispor dessa virtude se as vitórias que, pelo menos mantenham o clube em níveis intermediário das tabelas dos campeonatos disputados, não vierem a reboque? Afinal, estamos tratando de Flamengo, clube de trajetória vencedora por natureza, dominado e impulsionado por uma explosiva mistura de paixão versus emoção. Nessa seara nunca encontrei uma saída, pois é uma via de mão única cuja placa bem visível a todos que na Gávea militam é a de "Intolerância com o Fracasso", nem que o insucesso de hoje possa significar as glórias do amanhã. Nesse campo não se admitem quatro derrotas seguidas a título de "sob nova formação, em experiência ou em treinamento";
Esse é o quadro que espera o novo treinador. Não é assim em clubes com torcidas menos apaixonadas e com poucas exigências. Mas assim é o Flamengo e perderá tempo quem tentar transformar essa genética como vimos nos seis primeiros meses de mudança de rota administrativa. É o "Modus operandi" rubro-negro, que tem o seu aspecto negativo, o de não saber esperar, e o seu ângulo bom, o da cobrança permanente de resultados positivos. Não à-toa somos os maiores Campeões do Estado do Rio, mesmo tendo atravessado uma década internamente perturbada e também um dos que mais conquistas acumula no país nos últimos 33 anos, sem um centro de treinamentos e com a predominância do amadorismo em sua vida, ou seja, um gigante campeão, embora adormecido e que, entre tapas e beijos, vai acordando para o indispensável profissionalismo.
SRN!