sexta-feira, 3 de maio de 2013

sobre o novo patrocinador

Houve um tempo em que associar uma marca à camisa do Flamengo era um negócio desejado por qualquer empresa brasileira e que poucas teriam recursos para conseguir. Em tempos recentes, porém, a coisa se inverteu e, apesar de ter um enorme apelo junto ao público, se associar ao Mais Querido também passou a trazer no pacote o risco de vexames. Exibição nas páginas policiais ou simplesmente ter o nome ligado à total falta de credibilidade no mercado se tornaram preocupações de qualquer empresa que pensasse em patrocinar o clube.

Atualmente, a maré mudou novamente e o trabalho firme e sério da diretoria rubro-negra começa a resgatar a credibilidade do clube, culminando com o anúncio - segundo publicado no Diário Oficial - do contrato de patrocínio de 25 milhões com a Caixa. Somados aos valores pagos pelos demais patrocinadores, o montante conseguido pelo clube na temporada 2013 já gira em torno de 70 milhões de reais, uma evolução bastante significativa comparada aos zero reais conseguidos pela diretoria anterior.

Houve muita discussão sobre o valor negociado, especialmente sendo comparado com o contrato que a mesma empresa tem com o Corinthians. Ora, segundo informado pelos portais, os paulistas recebem 5 milhões a mais do que o Flamengo para expor a marca da empresa no peito e nas costas da camisa. Por outro lado, o contrato com o Mais Querido é apenas para o peito, sendo o espaço das costas vendido a outro patrocinador.

Mais ainda, vale lembrar que os paulistas vivem o melhor momento esportivo da sua história e contam com uma gigantesca exposição midiática, atualmente quase que toda voltada para o mercado paulista. De seu lado, o Flamengo após 3 anos em frangalhos apenas inicia um processo de reconstrução. Teve, após um inesperado bom início de ano, uma série de tropeços no returno do estadual, ficando de fora das finais e deixando boa parte da torcida desconfiada.

Mesmo assim, os valores negociados pelos dois clubes seguem muito próximos o que aponta para dois cenários. Ou o momento do time tem realmente pouca influência no valor das marcas ou o Flamengo é ainda - e apesar de todos os dirigentes que por lá andaram - muito maior que seus adversários. Neste segundo cenário, seria de bom tom que o clube assumisse definitivamente seu protagonismo e parasse de se comparar (e ser comparado, principalmente por seus torcedores) a um adversário de expressão local que se pretende nacional. Só existe um clube no Brasil que arrasta multidões em todas as regiões e este é o Flamengo.

Cabe neste tópico também uma discussão complexa e pertinente sobre o patrocínio de empresas estatais (ou de capital misto) a times de futebol, por tratar-se de um esporte que movimenta milhões e no qual não há escassez de patrocínios.

E o que dizer dos torcedores de outros times que vêem o dinheiro de seus impostos alimentando as finanças dos rivais? Seria revoltante ver uma empresa pública bancando craques no Vasco, no Fluminense e no Botafogo da mesma forma como é revoltante ver o Corinthians ganhar um estádio pago por todos nós. E certamente haverá muita gente reclamando dessa parceria do Flamengo com o poder público, como havia nos tempos da Petrobrás.

Pessoalmente, acredito que as estatais deveriam destinar seu investimento em esporte para modalidades olímpicas, especialmente por conta dos jogos de 2016. Ainda que o destino dos recursos fossem os mesmos clube, não seria muito mais proveitoso para o esporte nacional que o investimento fosse dirigido para atletismo, natação, judô, tênis e tantas outras modalidades que precisam de apoio?

Aliás, falando nisso, amanhã tem decisão para o basquete rubro-negro, que pode sacramentar a classificação para as semi-finais do NBB. O jogo de ontem foi muito disputado e a torcida fez toda a diferença para que time pudesse sair com a vitória.

Por isso, neste sábado, todos ao Tijuca!!


abs e SRN!