Houve um tempo em que associar uma marca à camisa do Flamengo era um
negócio desejado por qualquer empresa brasileira e que poucas teriam
recursos para conseguir. Em tempos recentes, porém, a coisa se inverteu
e, apesar de ter um enorme apelo junto ao público, se associar ao Mais
Querido também passou a trazer no pacote o risco de vexames. Exibição
nas páginas policiais ou simplesmente ter o nome ligado à total falta de
credibilidade no mercado se tornaram preocupações de qualquer empresa
que pensasse em patrocinar o clube.
Atualmente, a maré mudou novamente e o trabalho firme e sério da
diretoria rubro-negra começa a resgatar a credibilidade do clube,
culminando com o anúncio - segundo publicado no Diário Oficial - do
contrato de patrocínio de 25 milhões com a Caixa. Somados aos valores
pagos pelos demais patrocinadores, o montante conseguido pelo clube na
temporada 2013 já gira em torno de 70 milhões de reais, uma evolução
bastante significativa comparada aos zero reais conseguidos pela
diretoria anterior.
Houve muita discussão sobre o valor negociado, especialmente sendo
comparado com o contrato que a mesma empresa tem com o Corinthians. Ora,
segundo informado pelos portais, os paulistas recebem 5 milhões a mais
do que o Flamengo para expor a marca da empresa no peito e nas costas da
camisa. Por outro lado, o contrato com o Mais Querido é apenas para o
peito, sendo o espaço das costas vendido a outro patrocinador.
Mais ainda, vale lembrar que os paulistas vivem o melhor momento
esportivo da sua história e contam com uma gigantesca exposição
midiática, atualmente quase que toda voltada para o mercado paulista. De
seu lado, o Flamengo após 3 anos em frangalhos apenas inicia um
processo de reconstrução. Teve, após um inesperado bom início de ano,
uma série de tropeços no returno do estadual, ficando de fora das finais
e deixando boa parte da torcida desconfiada.
Mesmo assim, os valores negociados pelos dois clubes seguem muito
próximos o que aponta para dois cenários. Ou o momento do time tem
realmente pouca influência no valor das marcas ou o Flamengo é ainda - e
apesar de todos os dirigentes que por lá andaram - muito maior que seus
adversários. Neste segundo cenário, seria de bom tom que o clube
assumisse definitivamente seu protagonismo e parasse de se comparar (e
ser comparado, principalmente por seus torcedores) a um adversário de
expressão local que se pretende nacional. Só existe um clube no Brasil
que arrasta multidões em todas as regiões e este é o Flamengo.
Cabe neste tópico também uma discussão complexa e pertinente sobre o
patrocínio
de empresas estatais (ou de capital misto) a times de futebol, por
tratar-se de um esporte que movimenta milhões e no qual não há escassez
de
patrocínios.
E o que dizer dos torcedores de outros times que vêem o dinheiro de seus
impostos alimentando as finanças dos rivais? Seria revoltante ver uma
empresa pública bancando craques no Vasco, no Fluminense e no Botafogo
da mesma forma como é revoltante ver o Corinthians ganhar um estádio
pago por todos nós. E certamente haverá muita gente reclamando dessa
parceria do Flamengo com o poder público, como havia nos tempos da
Petrobrás.
Pessoalmente, acredito que as estatais deveriam destinar
seu investimento em esporte para modalidades olímpicas, especialmente
por conta dos jogos de 2016. Ainda que o destino dos recursos fossem os
mesmos clube, não seria muito mais proveitoso para o esporte nacional que o
investimento fosse dirigido para atletismo, natação, judô, tênis e tantas outras modalidades que
precisam de apoio?
Aliás, falando nisso, amanhã tem decisão para o basquete rubro-negro,
que pode sacramentar a classificação para as semi-finais do NBB. O jogo
de ontem foi muito disputado e a torcida fez toda a diferença para que
time pudesse sair com a vitória.
Por isso, neste sábado, todos ao Tijuca!!
abs e SRN!