sábado, 27 de abril de 2013

Novos conceitos

Bom dia, Butequeiros!

Essa semana "o mundo parou" para assistir aos grandes duelos entre Bayern de Munique x Barcelona e Borussia Dortmund x Real Madrid. Confesso que não esperava um placar tão elástico nos dois jogos, tampouco o inapelável domínio dos alemães sobre os espanhóis. Sobretudo no último confronto, em que o Real, ao menos pra mim, era favorito. Claro que tudo pode mudar com a realização dos jogos da volta, mas, de qualquer forma, está aí um novo modelo capaz de, se não superar, ao menos medir forças com o outrora (ainda atual?) melhor futebol do mundo.

Passei a refletir sobre vários aspectos dessa provável mudança de hegemonia. Na entrevista dada à ESPN, o ex-jogador e ora dirigente Paul Breitner destaca que houve um momento em que reconheceram, o caminho não é esse, temos que fazer diferente. Esse pra mim foi o 1o  e grande passo. Fundamental. Outro aspecto interessante foi a não tentativa de copiar o melhor time do mundo, o Barcelona. Retiraram e implementaram alguns conceitos importantes (como marcação pressão e coletiva, time compacto, intensidade), somaram aos próprios (ex. forte marcação, excelente preparo físico, velocidade) e aperfeiçoaram (ex. ultra velocidade, toques rápidos e verticais, alta agressividade - atacam e asfixiam o adversário).

Merece destaque também o extracampo. Além da significativa saúde financeira dos clubes alemães citados (um já bem rico, mas por méritos próprios e outro remodelado graças a uma nova Direção), não há como deixar de notar o significativo e numeroso público que invade os estádios.

Mas a pergunta que fica é, o que o futebol brasileiro, em especial o Flamengo, pode aprender ou tirar de lição dessa nova realidade?

O Borussia me parece um ótimo paradigma, tanto dentro, como fora de campo  (Luiz, a especialidade é sua, vou só tirar uma casquinha rs). Sem grandes recursos, apostaram tudo no futebol coletivo. Nenhuma grande estrela, nenhum grande craque, um time bem jovem, mas de jogadores bem escolhidos ou formados na base, cada vez mais entrosados (não é de hoje que jogam juntos, ainda mais jovens venceram, após 9 anos na fila, seguidamente a Bundesliga 2010-2011 e 2011-2012). O time é liderado pelo técnico Jürgen Klopp desde 2008 e, nesse ponto, acredito que vale uma séria auto-crítica. Precisamos parar de trocar de técnico a cada 6 meses. Enfim, me peguei pensando até que ponto é possível ou não montarmos um time só de jovens e qual a real necessidade dos chamados jogadores experientes, bem como de jogadores extremamente caros.

Outra questão fundamental é a torcida, sobretudo a Südtribüne, a Geral deles, responsável por formar a chamada Muralha Amarela, com capacidade para cerca de 25 mil pagantes, ingressos populares, direito de ver o jogo em pé e cerveja liberada. Quando foi que perdemos isso? Até que ponto devemos simplesmente aceitar um modelo Fifa, que destrói nossas tradições e nos impõe um modelo europeu de Arenas no mínimo questionável? (sei que o assunto é polêmico). Na verdade, por alegados motivos de segurança, eles chegaram a perder a Geral, mas questionaram, lutaram e conseguiram resgatá-la. De qualquer forma, atrair para junto do clube esse torcedor mais inflamado e com menos recursos, me parece um grande acerto.




Ainda sobre torcida, precisamos de alguma forma solucionar essa problemática da divisão das nossas Organizadas no estádio. Parecem torcidas sem nada em comum, o objetivo de uma é calar a outra e, com isso, o escopo maior de empurrar o time e se valer do mando de campo acaba ficando pelo caminho. A situação beira a insanidade e é muito prejudicial ao time.




Enfim, tanto dentro, quanto fora de campo, o Borussia me parece uma ótima fonte de inspiração, inclusive mais interessante do que o tão citado SCCP, embora, logicamente, um time brasileiro possua particularidades que um time alemão não possui. 

Nas 4 linhas, torço muito para que o Jorginho, que inclusive passou boa parte da carreira na Alemanha, consiga assimilar e implantar alguns dos conceitos citados, sobretudo marcação pressão na saída de bola, intensa marcação coletiva, time compacto de toques rápidos e verticais, alta velocidade e agressividade. Terá um bom tempo pra organizar o time.

SRN!