quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Crise de tudo!



Amigos, eu deveria escrever sobre o Flamengo, porém, não posso me omitir diante dos fatos que se sucedem no futebol e em todos os campos de atuação que norteiam a vida nacional, na qual o clube se encontra inserido, fazendo história e sendo parte importante dessa mesma história há 117 anos;

A velha e conhecida selvageria, com todas as suas cores, dominou o noticiário relativo ao futebol, nos últimos dias, só faltando pedir bis e aplausos de pé àqueles investidos no poder em nome do e pelo povo em nossa e em outras democracias capengas, de liberdades ilimitadas sem a devida contrapartida de responsabilidades, espalhadas por este hemisfério do mundo;

Na exemplar e organizada Curitiba, uma TO do Atlético Paranaense foi surpreendida por torcedores do Coritiba, numa tocaia, horas depois da realização do famoso clássico no Couto Pereira. Da emboscada, na qual foram utilizados fogos de artifício e apedrejamento, resultou ferimentos numa senhora que passava pela praça de guerra local. Ninguém foi preso;

Na bela Fortaleza de Raymundo Fágner, membros da torcida do Fortaleza espancaram, covardemente, um torcedor do Campinense, que cometeu o pecado de comparecer ao renovado Castelão para simplesmente torcer pelo seu time, derrotado na semifinal da Copa do Nordeste. O coitado paraibano perdeu no campo e apanhou fora dele;

Entretanto, a barbaridade mais chocante foi o assassinato do menino torcedor do San José, Kevin Beltrán Espada, durante a partida valendo pela Taça Libertadores, em Oruro, na Bolívia, o que para alguns interessados na defesa dos corintianos não passou de um incidente e, para outros cínicos de plantão, uma fatalidade, já que uns e outros não levam em conta que o fato poderia acontecer com seus próprios filhos quando, então, seria considerado "um crime bárbaro a exigir justiça rigorosa";

Da Bolívia ao Japão, para aonde acorreram milhares de membros das organizadas do Corínthians, em dezembro passado, não há notícias relevantes referentes a balbúrdias, atos hostis e violências praticadas na Terra do Sol Nascente, ao longo dos dias em que eles lá permaneceram para ver a final do Mundial de clubes. Por quê? Boa pergunta de fácil resposta: porque foram avisados e confrontados com uma sociedade que não admite a impunidade, condição imposta por sua legislação e aplicada com rigor por suas autoridades. Ao desembarcarem, ficaram cientes que iam apodrecer na cadeia caso provocassem ou cometessem algum tipo de infração tipificada como criminosa. Daí, com muita justiça, torceram pelo seu time, cantaram, pularam, dançaram, beberam todas e se divertiram até o corpo dizer "chega".

Depois voltaram para o seu mundo onde impera a malandragem, a crise de autoridade, integridade e o jeitinho, que nos levaram a chorar novamente, no dia de ontem, pela passagem do primeiro mês das mortes de 234 meninos e meninas, iludidos que foram por uma boate mambembe em Santa Maria - RS, aliás, tragédia com características semelhantes à ocorrida com o barco Bateau Mouché, que naufragou na águas da Baía de Guanabara nos minutos iniciais do ano de 1989, há 24 anos.

O Brasil e o brasileiro não aprendem, seja num estádio de futebol, numa boate, no mar ou em qualquer lugar. Até quando?

SRN!