segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Coluna do Patrick - O Sonho de Uma Vida


O Sonho de Uma Vida 
Patrick Selener

Década após década o torcedor corintiano foi motivo de deboche por parte dos seus rivais. Nos últimos 20 anos, então, viu o São Paulo ser tri-campeão da Libertadores e do Mundo e passou pelo pior dos momentos: em dezembro de 2007, há exatos 5 anos, viu com imensa dor seu time ser rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro. Ontem foi o dia da redenção. Jogando como grande clube que é, conquistou o mundo de forma convincente e viu sua torcida dar show em Yokohama como se estivesse em pleno Pacaembu.

Opa... isso aqui é Buteco do Corinthians ou Buteco do Flamengo?

Meus amigos rubro-negros, eu cresci ouvindo do meu falecido avô histórias sobre a FAF, movimento nascido nos corredores da TV Globo através de profissionais bem sucedidos indignados com o descaso com que o Flamengo era tratado. Da vitória nas eleições de 1976 surgiu o maior Flamengo de todos: a Geração Zico que nos levou ao topo do mundo. Desperdiçamos 3 anos da nossa história com uma administração calamitosa em todos os aspectos, principalmente no futebol. Neste dezembro de 2012, entretanto, o Flamengo mudou. Eduardo Bandeira, Wallim, BAP, Godinho, Landim, Claudio Pracownik, Póvoa e Chapa Azul, por favor não nos decepcionem. O torcedor do Flamengo pede respeito com a instituição Flamengo, pede garra na luta pelo vermelho e preto. A nação Rubro-Negra quer sonhar novamente. Permita-nos sonhar! É o sonho de uma vida inteira!




É hora de ter um pouco de paciência. O Corinthians campeão com Alessandro (que saiu daqui muito vaiado pelo nosso torcedor), Chicão, Paulo André, Fabio Santos (reserva do Lúcio no Grêmio), Jorge Henrique, entre outros, mostra bem que não é preciso formar um time de 11 craques pra ser campeão do Brasil, da Libertadores ou do Mundo. Não adianta a gente ficar aqui pedindo 8, 12, 15 contratações de jogadores nível A porque nenhum clube brasileiro os tem. É hora de trazer 3 ou 4 jogadores que de fato façam diferença e organizar o time taticamente. Aí vem a dúvida: o Dorival é o cara certo pra acertar esse time do Flamengo?




Sempre digo que só é possível avaliar um técnico quando ele treina o nosso time. Falar do Dorival do Inter ou do Galo é difícil pra quem não presta 100% de atenção em todos os jogos dos rivais e acompanha apenas partes das partidas, melhores momentos e resultados.

No Flamengo, na minha opinião, o Dorival fez um péssimo trabalho com o elenco que tinha. O time jamais teve organização tática (a não ser em 1 ou outro jogo isolado), houve incoerência nas escalações de titulares e reservas e, com isso, os resultados não vieram: O aproveitamento % do time com ele conseguiu ser ainda pior do que com o Joel.

O argumento de muitos é: mas o elenco era ruim e não foi montado por ele. Aí pergunto: você, torcedor, ficaria satisfeito se o Flamengo anunciasse amanhã as contratações de Oscar do Chelsea, D’Alessandro, Leandro Damião, Dagoberto, Dátolo, Bolatti e Guiñazu? Pois era esse o elenco que ele teve à disposição no Inter, de onde foi demitido após participação pífia na Libertadores. E mais: amigos meus colorados simplesmente o detestam. Será que é ele o cara pra nos conduzir?

Por outro lado há a possibilidade de contratar o Mano Menezes. Foi o Mano quem tirou o grêmio da Série B pra, no ano seguinte, disputar a finalíssima da Libertadores contra o Boca Juniors. Foi o Mano quem remontou o Corinthians nesse 4-3-3 com variação pro 4-2-3-1 ou 4-5-1 no qual o time joga até hoje com o comando do Tite. Não pensaria duas vezes e, se dependesse de mim, o Mano Menezes seria o treinador do Flamengo em 2013.




Seja o Dorival, o Mano, jogue o Léo Moura, o Renato Abreu, o Robinho ou o Ramón (argh!), é hora do torcedor apoiar e dar uma oportunidade a este novo Flamengo. Críticas ou elogios a cada decisão fazem parte do jogo, mas penso que neste momento o Flamengo precisa de paz. Dentro do possível, é hora de manter a calma. Dentro do possível, o momento é de unir forças em prol do Flamengo.



Levanta a placa: sai Zico, entra Iranildo. É dureza, hein? Gustavão, obrigado pelo espaço e espero tê-lo substituído a contento... rsrs