O Buteco do Flamengo é um espaço democrático e que sempre se pautou pelo respeito a todas as opiniões. O texto abaixo reflete a opinião pessoal deste colunista sobre o resultado da sessão que impugnou uma das candidaturas a presidência do Flamengo. É de suma importância que qualquer discussão sobre este assunto evite ataques pessoais a quem quer que seja.
Certamente, os freqüentadores do Buteco têm amigos
torcedores dos nossos rivais. Você já parou para imaginar como se sentiram os
tricolores ao ver seu presidente estourar um champagne comemorando uma virada
de mesa? Ou como se sentiam os vascaínos ao verem as táticas do ex-deputado que
presidia o clube deles atropelando tudo e todos? Hoje eu entendi como eles
devem ter se sentido. Hoje, pela primeira vez na vida, me envergonhei do
Flamengo. Hoje, eu vi o hino do Flamengo sendo profanado para comemorar a
traição, a trapaça, o golpe.
Eu teria que ter o conhecimento de um gênio como o Adriano
Melo, que escreve maravilhosamente sobre a história do Flamengo para dizer que hoje
foi seu dia mais triste. Posso dizer, com certeza, que foi o dia mais triste da
história do meu Flamengo. O clube que nasceu da ousadia de meia dúzia de
rapazes que resolveu comprar um barco para disputar regatas sem nem saberem
nadar direito hoje luta contra aqueles que querem renová-lo.
Na noite de hoje, os grupos que trabalham contra a renovação
do Flamengo obtiveram uma vitória. Desde o início, os fantasmas do atraso davam
mostras de que a luta não seria fácil. A presença maciça dos grandes caciques,
votos secretos e sessão fechada eram prenúncios do clima que se armava no clube.
E desde cedo já circulavam boatos de que as cartas já haviam sido jogadas nos
bastidores.
Mas as máscaras caíram. Não acreditem na idéia de que o golpe de
hoje foi dado apenas pela diretoria atual, nem contabilizem isso como uma vitória apenas deles. Adversários e desafetos históricos se
armaram para tentar derrubar um inimigo comum distribuindo sorrisos e ocultos
por votos secretos. Aqueles que diziam que a decisão viria nas urnas buscaram
fora delas a eliminação de um concorrente forte na esperança de herdar seus
eleitores e talvez forçar uma composição de chapas. Há de ser um tiro dado no
próprio pé!
“A batalha foi perdida mas não a guerra”, diz o velho
chavão. Nesse caso é uma verdade. Existe uma característica fundamental que
difere a chapa que está sendo combatida de todas as outras. Trata-se de um
grupo, que defende idéias. E essas idéias não foram impugnadas e nem serão.
Nomes podem ser, e serão, substituídos por outros que carregarão as mesmas
idéias para renovar o Flamengo, romper os grilhões do atraso e libertá-lo de
capitães, caciques e outros tantos.
Se eu tivesse o dom da palavra, gostaria de conseguir
transmitir a cada pessoa que leia esse texto e que seja um apaixonado pelo
Flamengo a indignação que eu estou sentindo. Mais, gostaria de insuflar cada um
a dar aquilo que puder por essa paixão que nos une em espaços como este. Que
essa tentativa de golpe não passe de um traque e que aqueles que lutam contra
os torpes membros da velha política rubro-negra se agigantem. Somos todos menos
alguns. Somos multidão. Somos como uma hidra. Se cortarem uma cabeça duas
nascerão em seu lugar. Somos maiores do que tudo e todos. Nós Somos Flamengo!
Abs e SRN
