sábado, 27 de outubro de 2012

O Flamengo lesado

Já que estamos numa espécie de recesso forçado do time do Flamengo, que só volta a jogar no próximo dia 31, vou falar de um tema que acredito ser pouco explorado e que, sobretudo em período eleitoral,  devia ser mais esmiuçado e questionado pelos candidatos.

Trata-se dos contratos e acordos trabalhistas firmados em nome do nosso clube por essa administração pavorosa. 

O roteiro que o clube costuma seguir é mais ou menos o seguinte:

1. contratação de jogadores a preços proibitivos, sem condições reais de adimplemento;
2. inadimplemento;
3. o clube é acionado na Justiça;
4. feitura de acordo, com multas gigantescas em caso de inadimplemento;
5. inadimplemento;
6. multa e consolidação de dívida milionária, totalmente desproporcional ao que o clube de fato recebeu na relação contratual e que é ainda mais proibitiva ao se acrescer o número de parcelas e valores de salários e encargos já pagos;
7. novo acordo, com previsão de multa ainda mais alta;
8. inadimplemento;
9. novo acordo ou penhora.

Claro que contratos e acordos mirabolantes sempre foram rotina no CRF, mas, como um erro não justifica o outro, a detentora do poder atual, que inclusive tenta a reeleição, é quem deve fornecer as imediatas explicações para os casos mais recentes, dentre os quais se inclui as dívidas do Romário, do Pet e do Ronaldinho Gaúcho.

No caso do Romário, o Flamengo foi condenado a pagar 15 milhões de reais. Fez acordo pra pagar 144 parcelas no valor de 108 mil, o que convenhamos não é muito pro clube hoje em dia. Passou 7 (SETE) ANOS pagando para, em 2010, na gestão Patrícia Amorim, parar de pagar e a dívida atingir o patamar de incríveis 25 milhões de reais. Isso porque não pagou uma parcela de pouco mais de 100 mil reais! 

Será mesmo que o clube não tinha dinheiro? Será mesmo que não era possível, se fosse o caso, até mesmo pedir um empréstimo pra pagar a parcela, diante da multa astronômica que seria aplicada? Será mesmo que não seria possível deixar de contratar um ou outro cabeça de bagre pra pagar esse valor? Será tão difícil planejar o pagamento das parcelas mensais desses acordos, incluindo o valor e executando rigorosamente o orçamento?

A dívida com o Pet segue basicamente o mesmo roteiro. Foi feito um acordo na gestão Delair, já no enorme valor de 17 milhões de reais. Parcelas no valor de 200 mil deviam ser pagas ao jogador. O Flamengo pagou, pagou, pagou, até que a Dna. Patrícia deixou de pagar e, como num passe de mágica, os milhões já pagos viraram pó e o valor voltou a ser de 17 milhões, já que uma pesada multa foi aplicada. As mesmas perguntas podem ser feitas.

Lembro que, atualmente, há uma corrida contra o tempo no caso Deivid. Caso o valor acordado não seja pago, outra multa pesadíssima será aplicada.

Por fim, o caso-escândalo Ronaldinho. Gostaria que alguém perguntasse diretamente à atual mandatária, qual o motivo do CRF assumir dívida milionária de terceiro, no caso a Traffic? Qual contrato, acordo ou documento legal o obrigou a isso? 

Afinal de contas, Patrícia Amorim, por que fizeram nas coxas um contrato altamente lesivo ao clube, com cláusulas duríssimas ou quem sabe até mesmo leoninas, impondo obrigações cuja marca, cheiro e lastro de inadimplemento já era  claramente pré-anunciado, para 3, 4 meses depois, já em flagrante estado de inadimplemento, caracterizado inclusive por regular notificação, o clube ser acionado na Justiça no estratosférico valor de 40 milhões? Qual a justificativa para tal indecência?

Amigos, não lhes parece que tudo isso não é ruim demais pro CRF e bom demais pros envolvidos? Não lhes parece que tais ações ou omissões deviam de alguma forma ser objeto de investigação, questionamento,  holofotes gigantescos, responsabilização e matérias diárias (ao invés do diário do Adriano) até que a atual mandatária se veja compelida  a dar explicações minimamente convincentes (e não estapafúrdias, como a que não pagou o Romário porque o clube dos 13 acabou, já que isso era fato público e notório, não pegou ninguém de surpresa e ainda contou com a participação direta do CRF)?

Até quando o CRF vai ser surrado, vilipendiado, sugado, usado e lesado, sem que nada aconteça a quem pratica esse tipo de coisa? 

Com ou sem Wallim (tomara que com) o certo é que, se o Flamengo é um Brasil em menor escala, país notoriamente corrupto, mas onde até mesmo mensaleiros estão sendo condenados, esqueminhas sujos e podres poderes relacionados ao clube também precisam ganhar notoriedade e ser alvo de correta reprimenda. À oposição resta AGIR (e não apenas em tempos de campanha).

SRN


Obs. Hoje durante o dia não poderei estar comentando com os amigos. Vou tentar ao final do dia voltar para participar do debate.