segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Às Contas

Bom dia, meus caros amigos do Buteco! O empate contra o Cruzeiro no sábado nos levou inevitavelmente aos cálculos de toda ordem, pois, apesar do Flamengo estar razoavelmente distante da ZR, não se afastou a ponto de podermos considerá-lo livre do perigo. O desempenho pífio dos adversários que ora ocupam a ZR permitem cogitar de uma pontuação menor do que os "tradicionais" (porém sempre relativos) 45 (quarenta e cinco) pontos (43 parece ser a conta mais plausível) e até uma visão otimista para a nossa permanência na Série A em 2013, dada a atual pontuação; contudo, como quem morre de véspera é peru e o Flamengo é urubu, estamos chegando naquela fase do campeonato em que todo mundo joga "pela honra" e todos querem complicar o Flamengo, o melhor é conquistar três vitórias, se possível intercaladas com alguns empates, e assim atingir 45 ou mais pontos, de preferência antes das duas últimas rodadas, quando enfrentaremos um Vasco da Gama certamente lutando por uma vaga na Taça Libertadores e um Botafogo que tentará não desperdiçar a chance de tentar nos prejudicar, acaso a veja pela frente. Nossa tabela é a seguinte: Portuguesa (f), São Paulo (c), Atlético/MG (f), Figueirense (c), Náutico (f), Palmeiras (c), Vasco (f/n) e Botafogo (c/n).

Portuguesa, Figueirense, Náutico e Palmeiras compõem o grupo das partidas que podem ser consideradas como "confrontos diretos" entre os que buscam se ver livres da degola. Dentre esses confrontos, em tese, o mais complicado será contra o Náutico, dado o excelente retrospecto dessa equipe contra adversários de grande porte no Estádio dos Aflitos no atual campeonato. O confronto contra o São Paulo tem contornos semelhantes aos do Grêmio, Atlético/MG e Fluminense e o resultado dependerá muito da juventude e da escalação do time que Dorival colocar em campo, podendo-se dizer, entretanto, que, em tese, o risco de derrota é alto; já a partida contra o Atlético/MG é a de perspectivas mais remotas, na qual qualquer resultado que não uma derrota será tremendo lucro. Os jogos contra Figueirense e Palmeiras em casa, acaso não vencidos, poderão acarretar problemas muito sérios para os planos de permanência na Série A, na medida em que ambos são, disparados, os dois adversários mais fracos dessa reta final e o Flamengo precisa ganhar de alguém, pois não pode ficar estacionado em 36 (trinta e seis) pontos e nem conseguirá apenas empatar até o final do campeonato. Finalmente, os dois clássicos regionais, os quais, aparentemente, terão temperaturas distintas: enquanto o Vasco provavelmente estará na disputa de uma vaga para a Libertadores da América com o São Paulo, o Botafogo deverá apenas cumprir tabela; mas ambos certamente terão por motivação extra nos complicar, acaso tenham essa oportunidade.

Evidente, portanto, a importância de somar ao menos 43 pontos antes dos dois clássicos regionais e do caráter decisivo dos chamados "confrontos diretos", inclusive do próximo jogo. A Portuguesa vem de derrota contra o Cruzeiro, nosso último adversário, fora de casa, e de um empate contra o Corinthians no qual produziu poucas chances e foi muito pressionada, porém teve um gol mal anulado pela arbitragem, tal como o Flamengo - por justiça, ambos deveriam estar, respectivamente, com 39 e 38 pontos na tabela. Mas o que mais preocupa é a sequência de duas partidas após a Portuguesa, pois São Paulo e Atlético/MG são adversários que estão entre os cinco primeiros da tabela e com alto índice de aproveitamento. Eventual fracasso nas próximas três rodadas poderá modificar bastante o panorama atual de "confortável distância" da ZR (a título de exemplo, os próximos dois adversários do Sport são Ponte Preta em casa e Atlético/GO fora), o que nos leva ao tópico final da coluna de hoje.

Tenho para mim também que a sucessão de jogos tornou ainda mais evidente dois aspectos: a) que o elenco propicia uma formação minimamente competitiva, contando com dois volantes marcadores, os dois estrangeiros que ora estão afastados servindo suas respectivas seleções, dois armadores e dois atacantes; b) que, do chamado "trio da panela", nenhum dos três reúne condições para a titularidade - Leonardo Moura e Renato Abreu, sobretudo, por falta de condições físicas (não querendo dizer que tecnicamente estejam bem); Ibson por deficiência técnica. A formação ideal, para mim, seria Felipe; Wellington Silva, Renato Santos, González e Ramón; Cáceres, Muralha (Amaral), Cléber Santana e Adryan (Luiz Antonio); Vagner Love e Liédson. Contra a Portuguesa (Chile e Paraguai jogarão terça-feira, dia 16) eu utilizaria Amaral e Muralha (se recuperado) ou Lorrain como dupla de volantes. O Flamengo precisa de sangue novo! De juventude! De pegada!

Dorival tem condições de tornar menos complicado o que já era e é bastante difícil não por culpa sua. Hoje o cenário é um pouco favorável, o que, porém, em questão de algumas rodadas pode mudar, e então Dorival não poderá simplesmente alegar que pegou o bonde andando, que o Departamento de Futebol está desorganizado ou que no clube acontece isso ou aquilo; terá sua boa e nada desprezível cota de responsabilidade por conta de suas decisões como treinador.

E você, amigo do Buteco? Qual seria a sua formação ideal e qual seria a sua escalação para quarta-feira? Com qual pontuação você acha que pode ser assegurada a permanência na Série A em 2013?

Bom dia e SRN a todos.