segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Encontro Marcado


Buongiorno, Buteco! Três pontos, uma vitória após sete rodadas! Inacreditável! Bem, mas pra falar a verdade, eu não posso me dizer surpreso com a vitória sobre o genérico goiano. A vitória deles sobre o líder do campeonato, semana passada, foi obra do acaso futebolístico, que torna o esporte imprevisível e arrebatador para milhões no mundo inteiro. Na prática, para eles, enfrentar-nos em Goiânia significa ter, além de lanterna, a responsabilidade de mandante, porém "fora-de-casa", eis que a Magnética tomou, como sempre, todo o Serra Dourada. Nunca foi e nem será bom negócio. O que eu não esperava é que a balbúrdia do primeiro tempo contra o Grêmio, um dos aspirantes ao título nacional em 2012, fosse se repetir contra o lanterna do campeonato. Pois não foi o que ocorreu? Parece que o Flamengo de Dorival Júnior se especializou em entrar em campo completamente desorganizado, apático, inofensivo e vulnerável.

Dorival teve uma semana inteira para treinar o time após um segundo tempo por todos considerado heróico e revigorante contra o Grêmio no Maracanã. Tinha então uma formação da qual partir e a chance de treiná-la. Mesmo a suspensão automática de Leonardo Moura por conta do terceiro cartão amarelo não parecia ser motivo para preocupação, pois Luiz Antonio podeira perfeitamente executar a mesmíssima função tática desempenhada por Leo Moura naquele segundo tempo, já que foi exatamente ali, aberto pela direita, que teve os seus melhores momentos até aqui. Porém, devo confessar que a insistência de Dorival com alguns jogadores em determinadas posições começa-me a dar nos nervos. Luiz Antonio como volante é uma delas. Simplesmente não suporto mais. Não sei se é um problema com o atleta, que tem aliás grande potencial; não sei se é um problema de orientação, mas o fato é que o rapaz não se adapta à posição, não marca ninguém e "some" de todas as partidas. Somando-se a isso o começo de jogo também apático e sonolento de Ibson, o Atlético/GO, que parecia jogar em outra rotação, tamanha sua maior velocidade, encaixou um rápido contra-ataque (ou teria sido simplesmente um ataque de um time rápido contra outro lento?), no qual Ramón, "só pra variar", pateticamente levou desvantagem na marcação, González ficou no meio do caminho, sem dar combate, sem cortar o cruzamento, meio que assistindo a tudo, alheio, como se fosse um observador alienígena, enquanto o ataque do Atlético fazia dois em um em cima de Frauches (seguro durante a partida) e abria a contagem.

Seguiram-se momentos de grande descontrole até o Flamengo se achar novamente em campo, mas foi Ramón, vejam só, Ramón, que lançou Cléber Santana, que tabelou com Vagner Love, o nome do jogo, não pelos gols perdidos em profusão, mas pelas assistências, que devolveu para Cléber Santana, até então apagado, apático, desconcertado, destrambelhado, o qual apareceu bem colocado para empatar. A partir de então o Flamengo foi outro em campo, a começar por Cléber Santana, que, vejam só, resolveu dar uma de "maestro" e fazer uma boa partida, como um autêntico 10, transformando-se, para a alegria da galera do Buteco, num "Zinho Santana do bem". O Atlético/GO, a partir de então, até que criou algumas chances, as quais porém não foram tão agudas quanto as nossas. Vagner Love, o cabo eleitoral da Patrícia Amorim, apesar do pênalti e do gol inacreditavelmente perdido no final, foi sem dúvida o destaque pela raça e pela movimentação, que culminaram na segunda assistência para Liedson marcar o gol da vitória.

Taticamente o time do primeiro tempo foi um bando. O Atlético/GO parecia jogar em outra rotação. Aliás, mesmo no segundo tempo o adversário sempre pareceu mais rápido e com mais fôlego. Luiz Antonio como volante e Adryan como atacante ao lado de Vagner Love foram experiências nas quais Dorival Júnior mais uma vez, vejam bem, mais uma vez fracassou. Não quero aqui dar desculpas para a atuação fraca de ambos os atletas, que ontem deixaram muito a desejar independentemente de terem sido mal posicionados em campo pelo treinador. Luiz Antonio poderia perfeitamente colocar seus pés de cristal em algumas divididas e Adryan não se encontrou na partida após desperdiçar um bom ataque tentando, dentro da área, tocar com efeito de primeira após um bom cruzamento de Wellington Silva (cada vez mais seguro). Adryan pode até um dia vir a ser o craque que pensa que é, mas tem que comer muito feijão para alcançar essa meta. Um pouco mais de suor e seriedade ajudarão, com certeza. Ainda assim considero-o melhor opção do que outros na posição no elenco e acho que pode ser melhor escalado.

No saldo, o 4-4-2 do segundo tempo foi mais lúcido e efetivo, porém jamais saberemos se a formação do segundo tempo contra o Grêmio teria funcionado, a qual, como vinha dizendo, poderia ter sido treinada e testada com Luiz Antônio aberto pela direita. É uma fase difícil e esquisita. Não dá pra dizer qual é a melhor formação tática para o Flamengo ou mesmo se é possível encontrar alguma que resista a período superior a 45 minutos.

Encontro Marcado

Bem, mas essa será uma semana diferente. Há motivação extra. O adversário de quarta-feira é um antigo rival, que vem agora "turbinado" pela presença de um ex-jogador nosso que saiu do clube cobrando a "bagatela" de R$ 80 milhões. Time em estágio muito mais avançado no plano tático, o Atlético/MG não pode ser comparado ao homônimo goiano. Igualmente veloz e mais ofensivo, porém com muito mais poder de fogo, além de qualidade técnica e organização tática, é bem mais propício a aproveitar falhas ou brechas defensivas do que o genérico goiano. 

Pode parecer estranho, mas sinto que os três pontos de ontem só terão o seu valor realmente sentido se forem somados a mais três na próxima quarta-feira.

Sei que é difícil exigir tamanha evolução em três dias, mas gostaria de ver o Mais Querido altivo e implacável, com o apoio da Magnética no Engenhão.

Bom dia e SRN a todos.