segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Final do Primeiro Turno: Perspectivas

Buongiorno, Buteco! Acabou o primeiro turno da Série A/2012 do Campeonato Brasileiro. Olhando para trás, para as crises pelas quais o Departamento de Futebol e o próprio clube passaram, bem como os erros cometidos desde o início do ano em nível de planejamento e contratações, a impressão que tenho é que o Flamengo agora ao menos tem um rumo e que o pior já passou. Nenhum torcedor do Flamengo pode se sentir satisfeito com um nono lugar na tabela e um gol negativo de saldo; porém, considerando o cenário de crise ultrapassado e o rumo que o Departamento de Futebol parece ter tomado, além do próprio time em campo, o segundo turno vem aí e nada menos do que 60 (sessenta) pontos serão disputados até o final. A pergunta é: esse elenco tem condições de aspirar algo a mais nesse campeonato? E o que seria esse algo mais? Há limites para as nossas pretensões? Alguns números ajudam a tirar as dúvidas. Ou não...

A distância para o líder Atlético/MG hoje é de 17 (dezessete) pontos; contudo, pode ser diminuída, razoavelmente diminuída, porque as duas equipes têm um jogo a menos, exatamente o confronto direto adiado pela 14ª Rodada. E o mando de campo é rubro-negro. Projetando os três pontos, a distância diminuiria para catorze pontos, o que, porém, ainda significa uma longa subida, ainda mais com o rival fazendo ótima campanha; resta apenas saber até quando. Ademais, além de "combinar com os russos", tudo depende do Flamengo se acertar definitivamente, o que são outros quinhentos. E, em termos de título, temos que levar em conta ainda pelo menos o desempenho do Fluminense, que persegue o Atlético/MG dando a impressão de ser o único com condições de disputar o título com os mineiros, ao menos atualmente. E, sendo muito sincero, até pelas campanhas de anos anteriores, nada indica que o Fluminense cairá significativamente de rendimento no segundo turmo.

Bem, se disputar o título é difícil, embora não impossível, mas muito difícil, a vaga na Libertadores é um sonho possível. Entre os 26 pontos atuais do Flamengo e os 35 do Vasco da Gama há 9 pontos que, primeiramente, podem ser reduzidos a 6 após o jogo contra o Atlético/MG. Além disso, o rendimento dos vices não assusta e, à nossa frente, São Paulo, Internacional, Cruzeiro e Botafogo também são times sujeitos a oscilações. A questão é: conseguirá o Flamengo oscilar menos e ser mais regular? Bem, eu acho possível, apesar do rendimento um tanto fraco no clássico de ontem contra o Botafogo. "As tais oscilações", como diz o amigo Guilherme De Baère, continuam a ocorrer, sejam por parte dos jogadores jovens, como também dos mais experientes, mas isso é ponto para o próximo tópico.

Creio que uma vaga na Sul-Americana é mais do que assegurada. Antes, contava os pontos ansiosamente para atingir os 45, baseado no desempenho do time sob o comando de Joel Santana. Com Dorival Júnior tudo mudou. O Flamengo é um time que oscila como os outros rivais que aspiram chegar ao G4 - o próprio Botafogo, rival de ontem, o Cruzeiro, o Internacional e o São Paulo, os quais estão à nossa frente da tabela simplesmente por não terem passado pela situação de instabilidade que o Flamengo passou no início do campeonato. Então, agora é buscar a tão sonhada regularidade e evitar ao máximo repetir atuações improdutivas como a de ontem.

0X0

Um tanto decepcionante o 0X0 após um clássico eletrizante e ofensivo entre Flamengo e Vasco domingo passado, e mesmo entre o Vasco e o Fluminense no sábado; mas talvez não tenha sido uma surpresa, se levarmos em conta a nossa escalação no meio de campo e que o Oswaldo de Oliveira, técnico do Botafogo, passa por um momento desconfortável com a eliminação da Sul-Americana, e por isso tenha preferido congestionar o meio. De nossa parte, Ibson provou mais uma vez que não é armador, e Negueba e Thomás, com isso, tiveram as suas funções táticas prejudicadas na parte ofensiva. Adryan mostrou qualidades, mas ao mesmo tempo excesso de individualismo, especialmente um lance de contra-ataque em que tinha dois companheiros correndo abertos na esquerda, que poderia ter resultado em gol, provando que precisa amadurecer se quiser conquistar um lugar no time. Há, porém, que se destacar o bom desempenho da defesa e da zaga, mais uma vez, e também de Liédson, que quase marcou no final da partida.

Mais importante do que discutir atuações individuais na partida de ontem, porém, talvez seja ponderar se não é a hora de Dorival rever uma premissa que parece claramente direcionar seu início de trabalho na escalação da equipe: nas condições que considera ideais, com esse elenco, Renato Abreu ou Ibson jogam no meio, com preferência para o primeiro. Calculo que o aspecto da experiência seja decisivo para o preenchimento dessa terceira vaga no meio de campo, até porque os dois atletas têm características distintas e se posicionam e movimentam taticamente de modo inteiramente diverso em campo. E espero que nada haja de político na decisão de não barrar simultaneamente os dois, pois essa parece ser a providência ideal para a melhora de rendimento do nosso meio de campo. Acredito que seja com a escalação de um armador que possa se aproximar dos atacantes, seja ele Bottinelli, Camacho ou Adryan.

PS:  Ja comecou o processo de importar os comments do ECHO e podera haver algumas falhas ainda nos comments. Paciencia e fundamental.
Bom dia e SRN a todos.