quarta-feira, 29 de agosto de 2012

"Começar de novo..."


Outro dia, ao ler uma matéria de jornal sobre as empresas de tecnologia do Vale do Silício, tomei conhecimento que as empresas do setor estavam, cada vez mais, admitindo profissionais para as funções de executivos do presente e do futuro. Estes para pavimentar o caminho a ser percorrido em futuro breve, otimizando a vida de quem chegava junto com o calendário, tocando a bola da produção de idéias e dos negócios, e aqueles para apagarem o fogo do dia-a-dia. Achei interessante a medida e imaginei, num simples exercício, tal ação no futebol do Flamengo, me deparando com meras questões insolúveis para o meu fictício funcionário do amanhã, que consistia em não ter algo de útil para planejar tendo em vista o clube viver sem que sequer houvesse um "amanhã" logo ali, daqui a pouco mais de quatro meses, quando estará em curso a pré-temporada de 2013. Quando começará, duração, fim, onde será realizada, qual o tamanho ideal do elenco, perguntinhas chinfrins para qualquer instituição minimamente organizada, mas sem as devidas respostas no clube da Gávea. "Nenhuma das acima", letra "D", com certeza responderia a vereadora de plantão na presidência para a qual foi eleita legitimamente e praticamente três anos depois de assumir não passa de uma síndica da sede social, que não perde a oportunidade de sair nas fotos nos momentos felizes, mas foge com a velocidade de um Usain Bolt nas horas para ela adequadas. Os "sem-medalhas" atletas olímpicos que o digam;

Nesse contexto balbúrdico para planejar, trabalhar e apagar o fogo que vai surgindo, segue Dorival Júnior "trocando pneu com o carro andando", o que tem feito com competência para renovar o time e levá-lo aonde se encontra, ou seja, a nove pontos do G-4 do bem, com um jogo a menos que os rivais, situação até satisfatória considerando o bando de jogadores recebido há pouco mais de um mês, o qual precisava de tudo que um time de verdade tem. Daí, sigo concordando com a metodologia usada para aclimatar os meninos nos profisssionais, entrando e saindo, de acordo com as conveniências momentâneas, sem pressa para julgá-los e tampouco sem manifestar desinteresse por eles mantendo-os largados nos juniores. Tive mais que o prazer, tive a honra de acompanhar os primeiros passos do ídolo maior, o mítico Zico, nos meados dos anos 1970, que se firmou paulatinamente até a consolidação final com a camisa 10. Não que eu veja um novo Galo surgindo na atual safra, quem me dera, quem me dera!, mas mesmo naqueles que não passarão de bons jogadores daqui a alguns anos não se deve passar a régua de forma simétrica, pois cada um tem o seu ritmo de crescimento e essa condição natural precisa ser obedecida. Para citar apenas um exemplo, nas divisões de base Muralha era a cereja do bolo e Luis Antônio apenas um coadjuvante conforme destacava a mídia e a torcida. No time de cima, em condições críticas e sob pressão, o garoto Luis manteve uma curva de crescimento mais consistente que o companheiro da base, já sendo considerado titular para começar jogando sempre.

As condições críticas citadas, vividas sob o comando do antigo e incompetente treinador, é tudo o que não precisam os jovens jogadores recém-lançados nos profissionais, sendo um grande obstáculo a mais a ser superado pelos que estão na transição de divisão. Muito mais fácil se estabelecer numa equipe arrumada, brigando na ponta da tabela e sem as cobranças pertinentes às sucessivas más atuações do time que vinha acometendo o Flamengo;

Finalmente, hoje começa o 2º turno do Brasileirão e o Flamengo fecha a 20ª rodada amanhã jogando contra o Sport, um dos Campeões da Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro de 1987. Somos favoritos como sempre que jogamos contra o "leão" da Ilha do Retiro, mas não considero uma partida fácil, já que os pernambucanos podem chegar para o jogo na lanterninha da tabela, dependendo do resultado do Figueirense na noite de hoje, e tentarão iniciar a corrida de recuperação para fugir do rotineiro rebaixamento que, mais uma vez, se aproxima da toca deles, o que pode ser perigoso pra gente, porém, atuando com disciplina tática, raça e focado no objetivo de vencer, sou mais o meu Mengo amansador de leões, para faturar os três pontos que podem levá-lo até ao 7º lugar.

Gol neles, Mengão!