quarta-feira, 15 de agosto de 2012

De bando a time!


"Lá vem o Flamengo subindo a ladeira!". O último treinador (?) deixou no espólio para Dorival Júnior uma ladeira das mais íngremes, que precisa ser vencida com muitos treinamentos, raça e ousadia na falta de opções consolidadas, pois há que testar todos os esquemas de jogo viáveis e todas pratas da casa à disposição, fatos que não foram devidamente valorizados lá atrás no Campeonato Estadual, momento propício para se ajustar um time para os dias de hoje, com o Brasileirão em curso. Todo início de ano se fala a mesma coisa e todas as metades se parecem entre si, como se irmãs gêmeas fossem. É a vocação para a hipertensão e o infarto do miocárdio esperar o último minuto da janela de transferências para contratar na emergência que se instala e, depois dela, obtido o insucesso com o resto do resto, contratar jogadores antes desprezados ou promover os juniores para darem conta do recado. É o que sobra da festa.

É também o já conhecido "correr com o carro pegando fogo". O Flamengo gosta disso, vive dessa energia provocada por essa estranha vocação. De acordo com esse modus operandi, Liedson chegou agora em agosto e já estreiou sábado passado na vitória sobre o Náutico, em Volta Redonda. Os garotos seguem entrando e saindo do time obedecendo à mesma rotina. Ora Thomás é o titular da vez, ora fica em casa para ceder o lugar a Adryan. Num jogo as esperanças recaem sobre Negueba para desafogar o Love da marcação da zaga, noutro o hermano pisca-pisca, Bottinelli, é lançado no fogo errando tudo mais uma vez, assim como Welliton entra como zaqueiro-ficção, provocando no nosso goleiro mais uma preocupação além do ataque adversário, e até Marlon reaparece na defesa, sem contar Felipe barrado por Joel Santana, mas que voltou para se firmar no gol novamente, apontando o banco de reservas para o ex-titular Paulo Victor, chamuscado pelos erros cometidos na derrota para o São Paulo;

Não há alternativa para se fazer, com urgência, de um bando um time de futebol durante uma dura e longa competição, sendo o enredo baseado num samba muito doido, embora existam eventos que vão dando certo como a chegada e entrada na meiúca, transcorridos 1/3 das rodadas, do paraguaio Cáceres, com boa tomada de bola e rápida saída para o contra-ataque;

Dorival Júnior ainda vai queimar muita a mufa até encaixar um time ideal. O ataque deverá ficar restrito a Love e Liedson, mais o Adriano caso a novela de sua recuperação seja concluída, com algumas variações para as entradas improvisadas de Negueba (sim, não é atacante, é meia-atacante segundo seu ex-treinador Adílio), Adryan e Thomás. No meio de campo, Cáceres e Luis Antonio parecem garantidos e espero, desejo, oro e bato os meus tambores imaginários para que o Renato Abreu não leve a vaga no grito com o novo treinador como este já demonstrou que não irá permitir, estando Muralha e Íbson de sobreaviso, e ainda um dos meninos citados acima para a função de municiador dos atacantes. Para as laterais, até dezembro, o martelo está batido e a zaga, ahhhh...a zaga, grande zaga, o que fazer com uma zaga que tem Welliton como inimigo número 1, fogo amigo, procurado com sucesso pelos mais inofensivos atacantes adversários? Desisti desse rapaz, e iria para a partida de logo mais, em São Paulo contra o Palmeiras, com Marlon e Frauches;

E vamos em frente com as chamas lambendo os sapatos, pois há muito o que fazer nesse rescaldo do Flamengo amarrotado como uma calça que saiu de dentro de uma garrafa. Dá para ganhar do Palmeiras enquanto as labaredas são apagadas. Gosto do estilo ofensivo do time que está ganhando cara, jeito e se renovando. O tempo urge e volta o lema "vencer ou vencer".

SRN!