segunda-feira, 2 de julho de 2012

O Paradoxo, a Providência e o Tempo

Buongiorno, Buteco! O Flamengo venceu mais uma no sufoco ontem à noite no Engenhão. Dessa vez foi o lanterna Atlético/GO, de virada, por 3x2. Há o que comemorar, mas não muito. O futebol jogado na segunda etapa, até sua metade, foi razoável, especialmente pela entrada do jovem Adryan, de apenas 17 (dezessete) anos, o qual demonstrou que não é o caso de gastar-se uma montanha de dinheiro para trazer um camisa 10 que não venha para resolver coisa alguma, já que ele está pronto para entrar no time (minha opinião). Naqueles minutos o time voltou do vestiário mais solto, ofensivo, jogando em velocidade, tendo até feito a torcida cantar. Foi bacana. A tônica do jogo, porém, foi outra: foi o Flamengo na roda com o Atlético/GO com a bola, chegando na nossa área e desperdiçando oportunidades grosseiras de gol. Não é por outro motivo que são os lanternas, calculo. Sem articulação, incapaz de marcar no meio, com os jogadores da zaga em linha de quatro e frequentemente deixando os atacantes adversários serem lançados em suas costas, em condições de jogo e na cara do nosso goleiro, que mais uma vez foi um paredão, o Flamengo levou 1x0 e poderia ter levado mais, não fosse Paulo Victor e a ruindade dos atacantes goianos. Nossas laterais eram avenidas, especialmente a direita, já que Joel, em sua mesmice tática, para promover a entrada de Adryan tirou o único defensor que sabe marcar - Wellington Silva - improvisando Luiz Antonio, que não sabe marcar ou então recusa-se a fazê-lo.

Quem não viu o jogo deve então estar se perguntando como o Flamengo fez três gols. Simples: dois deles foram marcados por Renato Abreu magistralmente de falta. Apenas um foi com bola rolando, após uma jogada construída com passes e lançamentos, mas valeu a pena, pois Adryan sepultou qualquer dúvida que se pudesse ter a respeito de suas condições de jogar no time principal ao depositar a gorducha no fundo das redes quase que com nojo de tanta categoria. Eis então o paradoxo: vitória, três pontos, quatro pontos do líder, estreia com sucesso e golaço de um jovem de 17 (dezessete) anos como camisa 10 (embora em alguns momentos tenha sido ordenado que marcasse o lateral); contudo, não se enganem: o futebol é de rebaixado e, se continuar a ser praticado sem que mudanças drásticas e corretas sejam tomadas, o destino será a gravitação em torno da "Zona do Rebaixamento", se não a figuração dentro da própria.

Providências Divinas - o noticiário anda um tanto estranho, os amigos devem ter notado. Falam em um ex-treinador da seleção brasileira. Fui aconselhado a não mencionar o seu nome, sob pena de ter que inserir na o Ritual Romano de exorcismo. Resolvi seguir o conselho. Mas Zinho, o que se passa, meu caro? O papo é sério mesmo? Enquanto rogamos para a Providência Divina nos salvar dessa e nos trazer um técnico de verdade, como o Jorge Sampaoli, que está pedindo para ser contratado, penso em algumas providências, ao meu ver divinas, que precisam ser tomadas para que tenhamos um final de ano tranquilo:

* Renato Abreu: sem dúvida um dos maiores cobradores de falta do futebol brasileiro; só não é reconhecido como tal por preconceito em razão da sua inacreditável falta de qualidade técnica nos passes. Não se deve misturar as coisas. Sua presença no time, ao que se deve apenas às cobranças de falta, representa jogar com um a menos com bola rolando e ainda por cima é um enorme limitador para alterações táticas, sem contar o mau exemplo para o grupo, demonstrando que o critério de mérito não prevalece. Suas cobranças de falta não nos salvarão em todos os jogos. Tem que ser BARRADO.

* Zagueiro de Copa do Mundo: na minha opinião, a atuação do Adryan ontem, somada à presença no elenco de bons valores como o Camacho e o Mattheus demonstra que o camisa 10 não é prioridade; eles só precisam ser escalados em um esquema ofensivo e na posição certa. O problema está na defesa. O Flamengo precisa de zagueiro, mas não pode ser qualquer um. Tem que ser zagueiro de nível de Copa do Mundo, top mesmo. Se for pra gastar dinheiro, rios de dinheiro, tem que ser com um zagueiro com esse perfil, e se possível ainda com idade para suportar o tranco, pois a coisa tá muito feia no setor.

* Laterais: pra mim o Flamengo precisa de dois: na direita, porque o Leonardo Moura não suporta mais todos os jogos e talvez fosse o caso de repensar sua posição em campo, quem sabe como um meia ofensivo pela direita, aberto, e o Wellington Silva não tem condições de ser titular, pois só sabe marcar e não apoiar; na esquerda, porque o Magal não pode nem ser reserva, quanto mais titular (parece que o tal do Ramon está chegando para o setor).

* Ataque: o Vagner Love precisa de um companheiro de ataque. O tal de Hernane é jogador de área. Alguém ainda tem paciência com o Diego Maurício? Esperar pelo Negueba aprender a finalizar talvez leve aos meus netos entrarem nesse time. Enfim, precisamos de um bom atacante.

O Tempo - o tempo é a janela e depois que ela se fechar estaremos à mercê do elenco e suas limitações, bem como do técnico que o Zinho escolher. Que São Judas Tadeu nos proteja. E Vade Retro, Satanás!

Bom dia e SRN a todos.