sexta-feira, 27 de julho de 2012

novas perspectivas

Originalmente, essa coluna ia se chamar "boas novas", mas com a atuação do time ontem, ainda não dá pra dizer isso. De qualquer maneira, podemos certamente dizer que essa semana tivemos algumas boas notícias que devem, no mínimo, renovar as esperanças do torcedor Rubro-Negro.

A primeira delas foi o êxito na contratação que eu considero a mais importante, a do treinador. O Flamengo penou na janela de transferências internacionais, colecionou negativas e vexames mas no fim das contas, talvez tenha sido até bom não termos conseguido contratar o tal "camisa 10". Basta lembrar do que aconteceu em 2010 e da grana que gastamos com Deivid e Diogo apenas para dizer que contratamos alguém de fora. Por esse motivo, entendo que na situação em que o Flamengo se encontrava até semana passada, não fazia muito sentido contratar um grande nome para comandar o time já que, na prática, não temos mesmo um time mas apenas onze caras que entram em campo com a camisa do Mengo.

Como já discutimos muitas vezes aqui no Buteco, a construção do time não se faz apenas contratando grandes nomes e botando os caras pra jogar. É preciso planejamento, estrutura e...  treinamento. Sem isso, qualquer contratação acaba se tornando um tiro no escuro já que, dependendo do jogador contratado, todo um esquema tem que ser montado para que ele seja aproveitado. Um exemplo claro disso era o Botafogo com o Loco Abreu. O time foi montado para que ele pudesse funcionar de maneira eficiente, mas com as mudanças de treinador, acabou se tornando um problema já que suas características não se adaptavam ao restante do time.

É lógico que seguindo um modelo de planejamento, o clube, através de seu diretor de futebol e do conselho gestor, determine de que maneira o time deve jogar (contra-ataques, posse de bola, retranca, ataque suicida, sei-lá).  Em seguida, escolha um profissional para treiná-lo dessa forma, montando elencos consistentes com sua proposta de modo que mudanças de treinador ou de jogadores não afetem bruscamente o desempenho do time.

Pelos motivos acima, acredito que a principal contratação do Flamengo nessa janela foi a do novo treinador, um dos nomes com mais destaque dentro da nova geração, que já conquistou pelo menos um campeonato relevante - a copa do Brasil 2010 com o Santos - e já teve experiência jogando em times de massa, com torcidas que cobram bastante (atlético-MG e inter-RS) e times em crise (Vasco 2009). Cabe ressaltar também o excelente trabalho desenvolvido no Santos, aproveitando uma garotada promissora que subia da base e tendo que mesclá-la a veteranos já sem brilho, situação semelhante ao que vai encontrar no Flamengo. Dentro do cenário geral e com um Flamengo altamente explosivo em ano eleitoral, acho que foi uma contratação de baixo risco para o time e com um grande potencial de êxito, maior até do que se tivéssemos contratado Guardiola, Sampaoli ou Bielsa que, creio que quase com certeza, seriam incinerados na fogueira de vaidades rubro-negra.

Acho importante ressaltar que a escolha de um treinador é uma das situações mais ingratas para qualquer clube, já que é preciso conciliar o tipo de técnico que se deseja com as opções disponíveis no mercado. Nesse ponto, acho que o Zinho foi bastante bem porque se tivesse demitido o Joel antes, talvez hoje estivéssemos desesperados com um Leão ou Renato Gaúcho como técnico do Flamengo. Zinho foi assertivo na contratação e segundo os valores divulgados, foi bem também na parte da negociação, especialmente se levarmos em conta o chamado custo-flamengo (a sobrevalorização que pagamos a técnicos e jogadores por causa da fama de atrasos e dívidas).

Outras boas notícias vêm do campo político, com a pressão crescente sobre a diretoria e as novas medidas anunciadas para a gestão do clube. Independente da validade dos factóides de pedidos de impeachment e afins, foi bom perceber que o modus-operandi da presidenta finalmente vitimou um de seus aliados que mais atrapalha o Flamengo, o vp de finanças. Como ocorreu com Zico, Luxemburgo, Ronaldinho e Joel, na hora em que o Levy começou a dar problemas para os planos eleitorais da mandatária, foi jogado aos leões. Será ainda melhor se realmente for contratado um diretor executivo para gerir o clube de maneira profissional ainda que seja altamente discutível (e pouco digno de confiança) um anúncio de guinada rumo ao profissionalismos faltando 6 meses para a eleição.

E como não falar da barração do Renato Abreu? Sério, o interino Jaime teria saído melhor que a encomenda com essa se não fosse a ressureição do Wellinton e a extremamente infeliz declaração de que ele é o melhor zagueiro do elenco. Ou ele não entende lhufas de futebol (mesmo tendo sido zagueiro) ou estamos muito mal servidos nessa posição. Ou os dois...

Jogamos ontem e temos jogo novamente domingo e quarta numa sequência puxada em que vamos enfrentar o SPFC no morumbi e receber o líder do campeonato em casa. Vou esperar um pouco mais para avaliar o time e o início de trabalho do Dorival.

Esperanças renovadas para um final de ano tranquilo e um grande 2013!

abs e SRN

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