terça-feira, 19 de junho de 2012

O Exemplo de Casa



Não é segredo para ninguém que acompanha ao que escrevo que gosto muito de basquete, principalmente quando se trata de acompanhar ao Flamengo! Tive o prazer de ver em quadra o maior jogador brasileiro de todos os tempos Oscar Schmidt envergando o manto sagrado, uma honra. Inclusive o esporte citado já foi capaz de “matar” um presidente, Gilberto Cardoso. Chego a este tema para fazer um alerta ao departamento de futebol, via o de Basquete. Ocorreu uma devassa no esporte da bola laranja, logo após uma campanha digna, porém abaixo das expectativas de desempenho, de um time milionário formado ano passado. O único problema ela Gonzalo Garcia, gabaritado e experimentado treinador argentino, que  infelizmente, mesmo vindo de bons trabalhos, não funcionou aqui. O Flamengo foi semifinalista do campeonato nacional, mas teve em seu treinador um calcanhar de aquiles para chamar de seu. Arnaldo Szpiro, diretor de basquete, faz uma competente gestão, ancorada em estrutura muito profissional, montada por João Henrique Areias em 2009, sempre com equipes competitivas. O caso é que para nós, no basquete do Flamengo, por seu tamanho que já gigante no futebol, imagine nas quadras, não basta ter equipes competitivas, temos que disputar títulos, até o fim, e o time da temporada 2011/2012 foi no minimo blasé, insosso, de falhas gritantes com momentos brilhantes, já que tinha muita qualidade, ocasionando com isso uma magnifica limpa!

Na limpa permaneceram apenas 3 jogadores da temporada que se encerrou mês passado, Marcelinho Machado, Duda e Caio Torres. Marcelinho dispensa comentários por sua História dentro do clube e sua contribuição dentro de quadra, Duda é importante peça de reposição, foi titular por anos (até grave contusão) e é irmão de Marcelinho, e por fim Caio Torres, um dos melhores pivôs brasileiros em atividade, tanto que disputa posição para os jogos olímpicos numa geração espetacular de pivôs. Acertamos com 6 reforços, todos importantes em seus clube e de brilho na temporada que se encerrou. São eles: os armadores Gegê e o ganês Kojo Mensah; o escolta Vitor Benite, o ala Marquinhos da seleção e que pode deixar Marcelinho fora das olimpíadas, dependendo da lista final, o ala-pivô Olivinha e o pivô Shilton, além do Treinador José Neto, assistente-tecnico da seleção brasileira e treinador da equipe que está no sul-americano (em disputa). Todos excelentes.

A equipe contratada e montada é a mais versátil do Brasil, e apesar de ter perdido Kammericks um ala-pivô classe mundial, é mais versátil que a anterior, tendo tudo para vencer aos campeonatos que disputar nos próximos anos. Analisando, vejo o time titular assim: Kojo, Benite, Marquinhos, Olivinha e Caio Torres. A força deste time estaria no conjunto, na rotação, o banco é muito forte! Benite pode jogar nas posições 1 e 2, Marcelinho e Duda na 2 e na 3, Shilton e até Olivinha na 4 e na 5, e assim por diante (1 = Armador, 2 = Escolta ou ala-armador, 3 = Ala (finalizador), 4 = Ala-Pivô e 5 = Pivô). Esta equipe recém formada ganha variação tática e se previne ante eventuais contusões com formações que podem funcionar contra qualquer adversário. Otimo! (Não sou muito bom para explicar, o que importam são as lições do departamento de basquete) Pela média, números da temporada que terminou, os contratados seriam uma equipe de 71 pontos e 22 rebotes por jogo, para começar, fora Marcelinho (pontuador nato) e Caio Torres 4º melhor pivô da temporada, que ficou no clube e Gegê. Com treino tem tudo para encaixar.

Um aspecto importante, que não deve passar despercebido é a utilização do craque do time nos últimos anos com justiça, Marcelinho, que com seus 37 anos não tem mais a vitalidade (se contundiu bastante nos últimos anos), mas é eficiente no que se propõe, inclusive na seleção brasileira. A contratação de Marquinhos, jogador de altíssimo nível, com inclusive passagem pela NBA, deixa claro, ao menos para mim, que Marcelinho não será o titular, Ou no minimo irão arranjar lugar para ele de algum jeito. Como na seleção, deve ser utilizado com parcimônia (só que com um pouco mais de tempo no clube), sem sacrifícios e/ou danos para a equipe. Acho que Marcelinho está fazendo, e deve, uma transição tranquila para o final de sua carreira, inclusive se preparando para ser dirigente do clube, o que respeitaria não apenas sua liderança técnica e carismática. Ponto para a diretoria que soube tratar do assunto de modo indiscutível. Brigará por posição e não descarto de modo algum sua história e a importância para o time atual, inclusive nas relações de vestiário, já que era o dono do time. Veremos como se comportará.

Outro aspecto importante é a pele e formação, já que Benite e Olivinha passaram pelas categorias de base do Flamengo e retornam à Gávea com status de craques, Gegê jovem promessa volta após uma temporada “emprestado” ao Tijuca Tênis Clube (onde foi titular e se destacou), que se juntam a Marcelinho e Duda, além de três jogadores juvenis, todos Made in Gávea. Um time de pele rubro-negra, formado em casa, voltando às suas raízes. Um time de pele rubro-negra, formado em casa, voltando às suas raízes. Penso em uma equipe que se formará para um prazo mais longo e Marcelinho não pode ser titular por muito mais tempo. Baseado em casa, a pressão sentida será muito menor e o que mais anima é que o clube da Gávea tem formado bons jogadores, muito bons, Varejinho que foi estudar nos EUA ainda pode voltar e tornar um time mais forte na rotação e de futuro tranquilo e garantido, é apenas um exemplo do que relato.

Com o elenco que está montado e a adição de um ou outro jogador estrangeiro que faça a diferença (que ainda pode chegar), posso dizer que o Flamengo jogaria em igualdade de condições com qualquer time europeu, onde se joga o melhor basquete do mundo (A NBA é para extraterrestre), porque o novo treinador é excelente, e mesmo estelar é 20% mais barato do que o desmanchado, quase um milagre. E o trabalho fora de quadra foi executado, teremos que esperar e ver o resultado. O novo basquete do Flamengo tem tudo para ser novamente o orgulho da nação, mas mesmo com todos estes pontos positivos padece, por causa de uma estrutura podre do clube fora da área e o conhecido e ineficiente marketing. O time tem patrocínios específicos, mas não se pagam, infelizmente, assim como em outros esportes. Tem aproximadamente 30% dos recursos vindos do futebol para fechar no azul (não por sua culpa, mas da estrutura, do todo), com um diferencial, se reforçou com competência e sabedoria, com conhecimento do mercado e das necessidades do clube e do basquete atual na formação de uma equipe. Se o marketing não conseguir patrocínios para este time de basquete se pagar, será muito mais humilhante do que o futebol sem o máster, pois o basquete tem tradição e uma torcida fiel, única, que quando trabalhada se apresenta, e que mostrou sua força em 2009 pagando 6 meses de salários atrasados e deixando 3 adiantados, após o já citado trabalho de J.H. Areias. Resultado, Campeão Brasileiro e Sul-Americano. Se tem algo que me fez feliz nos últimos dias foi (apesar de a maioria não gostar ou ligar) foi a formação do novo time de basquete! Quantas lições para o futebol...

Ubique, Flamengo!
SomoFlamengo, VamoFlamengo!
Desocupa Patrícia!