sexta-feira, 15 de junho de 2012

e essa defesa?


Bom, vou aproveitar que o Henrin abordou o tema da política rubro-negra e da tentativa de união das oposições na coluna de ontem e tentar falar apenas de futebol hoje. O tema vai ser um que normalmente tem sido dor de cabeça pra nós rubro-negros mas que essa semana nos trouxe uma surpresa que esperamos que se revele positiva. Vou falar sobre a nossa problemática defesa.

Começamos com a excelente notícia da barração do Wellinton. Independentemente de quem vai entrar no seu lugar, a maioria há de concordar que só de o nosso estabanado camisa 3 não estar no time titular é uma boa notícia. Como vai jogar o seu substituto realmente é uma incógnita, mas a escalação do Wellinton é certeza de erros cometidos na linha de zaga e emoções fortes para o torcedor. Da minha parte, espero que seja emprestado (mas não de graça) para algum time de centro menor onde possa trabalhar sem a pressão e a desconfiança da Nação. Se tivermos sorte, pode ser que se destaque em outro lugar e seja vendido, rendendo alguma coisa para os cofres do Mais Querido.

Mas Wellinton, apesar de contribuir muito para isso, está longe de ser o grande responsável pelos problemas da nossa defesa. Desde os tempos do Luxemburgo e a invencibilidade de 6 meses do time, a defesa sempre se mostrou frágil, especialmente contra as bolas levantadas na área, frontais ou laterais. Joel Santana, que sempre teve como uma de suas características principais, o foco na organização defensiva também não conseguiu arrumar a casa. Temos um grupo de zagueiros fraco e heterogêneo e laterais fraquíssimos defensivamente. O sistema de cobertura depende muito da atuação dos volantes e a escalação de jogadores lentos nessa posição acaba tornando a defesa um cobertor curto: ou eles estão cobrindo os laterais e deixam a entrada da área exposta ou o contrário. Os dois casos têm resultado em mais gols sofridos do que gostaríamos, como ficou claro no jogo contra o Inter.

Mas o que fazer para acertar essa defesa? Bom, o primeiro passo foi dado com a barração de um jogador que além de ser inseguro, deixa seus companheiros desconfiados. Quantas vezes vimos Vagner Love e antes dele Thiago Neves e o dentuço deixando o campo contrariados por vitórias deperdiçadas pelos erros grotescos do nosso camisa 3? O segundo passo é corrigir o posicionamento dos defensores nas jogadas de bola parada, nosso calcanhar de aquiles. Teoricamente nesse momento todos sabem (ou deveriam saber) onde devem se posicionar para cortar a jogada e puxar o contra-ataque. A solução é treinar e repetir incontáveis vezes até acertar e não tem outro jeito. O terceiro movimento deve ser a definição do posicionamento de volantes e laterais, acertando o sistema de cobertura. Hoje jogamos com inacreditáveis quatro volantes e provavelmente não vamos ver menos do que três em campo. Não é possível que 3 jogadores de marcação não consigam proteger a entrada da área se os laterais estiverem onde devem estar quando o time se defender. E o último passo é organizar um sistema de pressionar a saída de bola adversária especialmente, mas não apenas, no início dos jogos de modo que os zagueiros e o goleiro adversário apelem para chutões. Essa marcação é mais complicada e demanda treino para que os dois atacantes e o 4o homem do meio fechem em bloco as opções de passe do adversário que tem a bola. 

Nenhuma dessas soluções é milagrosa ou mirabolante mas todas demandam trabalho, treino e repetição. O início do campeonato brasileiro vem oferecendo ao Flamengo diversas semanas sem jogos as quartas-feiras para que o time tenha tempo para se acertar. Infelizmente, as notícias são sempre de treinos em apenas um período, como se o time já estivesse pronto, precisando apenas de pequenos ajustes ou manter o bom trabalho. A fortuna também nos têm sorrido colocando diante de nós adversários com times mistos, reservas ou recém-eliminados de competições importantes. Nosso próximo adversário deve vir com time misto e tem o pior ataque da competição até aqui. Pode não ser um grande teste para a nova defesa, mas certamente (se conseguirmos) passar um jogo sem sofrer gols vai ajudar a trazer um pouco de confiança para os jogadores e a torcida.

Um bom fim de semana a todos e SRN!