segunda-feira, 14 de maio de 2012

A Uma Semana da Estreia no Brasileiro

Buongiorno, Buteco! Estamos a uma semana da estreia do Flamengo no Brasileiro/2012 e o quadro é de absoluta incerteza ou, se preferirem assim, de certeza de que nada está definido: o elenco só será completado com a competição em curso e, antes disso, um time bem parecido com o que fracassou no primeiro semestre começará a competição mais difícil do futebol brasileiro. Parte disso se deve às dificuldades de se reforçar efetivamente o time nessa época do ano, independentemente de se gostar ou não dos reforços até aqui anunciados como "fechados com o Flamengo", como nos casos do volante paraguaio Cáceres e de Ibson, ambos envolvidos na disputa da Taça Libertadores da América por seus times - Libertad e Santos, respectivamente. No caso de Cáceres, pesa ainda o fato de se tratar de uma transferência internacional, sendo necessária a abertura da chamada "janela de transferências", o que obviamente valerá tanto para ele quanto para qualquer outro vindo de fora, brasileiro ou estrangeiro. É o caso da última especulação do momento, o atacante Nilmar, que suscita algumas perguntas: diante do quandro financeiro atual, há dinheiro para mais essa contratação? Algum jogador da base será envolvido? Quem? Nilmar se vê finalmente livre dos problemas médicos?

Essa é a parte fácil para a Diretoria. A difícil é explicar tudo o que aconteceu desde o toco levado do Fluminense na negociação do Thiago Neves, passando pela montagem do elenco para a temporada, o fiasco da pré-temporada em Londrina, as confusões, a demissão do Luxemburgo para a contratação não de um treinador de ponta, mas do Joel Santana, os fracassos medonhos em ambas as competições disputadas, enfim, todo esse horroroso primeiro semestre que ficará para a história como um dos piores do futebol do clube. Em busca da reação, tenta-se agora dar um rumo ao Departamento de Futebol com a contratação de Zinho.

Gostaria, primeiramente, antes de qualquer coisa, de desejar muito boa sorte a esse ex-jogador de currículo impecável, profissional correto e que nunca escondeu sua condição de torcedor do Flamengo. Como jogador, realmente não foi um craque, até porque sempre desempenhou um papel de, digamos, "coadjuvante de luxo" nos times que vitoriosamente compôs, ou seja, desempenhando funções mais voltadas ao lado tático do que ao de participações individuais, à exceção do período de 1991/1992, no Flamengo, onde, sob a batuta do Mestre Carlinhos e jogando ao lado de Júnior Capacete, ao invés de coadjuvante foi protagonista e saiu-se muito bem, sendo um verdadeiro articulador de jogadas no meio de campo e um ótimo armador, exercendo papel fundamental nos títulos estadual de 1991, em cima do Fluminense (inesquecível inclusive por esse detalhe), e Brasileiro de 1992, em cima do Botafogo, com direito a semifinais sobre o São Paulo, Santos e Vasco da Gama (nada mal, concordam?).

Zinho só terá sucesso se tiver respaldo. Começou com o pé direito ao exigir garantias, dentro daquilo que lhe cabia e lhe era possível exigir e extrair da furtiva e escorregadia Patrícia Amorim. Enfrentará, contudo, um Departamento de Futebol  que, hoje, enfrenta evidentes insatisfações de grandes estrelas do time, tais como a de Ronaldinho Gaúcho com os salários atrasados, e a de Renato Abreu com sua claríssima barração (é anunciado na escalação titular e, se não joga, não senta no banco), até aqui ainda não comentada na imprensa, sem contar o absurdo caso de Deivid, este que, porém, tem tido comportamento exemplar. Terá que lidar com o ego de Michel Levy e a constante invasão das atribuições do Departamento de Futebol, além das declarações inoportunas. Terá que lidar com a vida boêmia de Ronaldinho Gaúcho e a influência nefasta que exerce sobre parte do elenco, inclusive alguns mais jovens, e segurar as pontas de um início de campeonato brasileiro que pode (vejam bem, estou dizendo que pode, e não que necessariamente será) vir a ser problemático, em razão da falta dos reforços, e os recados que Joel Santana vem mandando via imprensa a todos, eximindo-se de antemão de responsabilidade, ao entregar o caso de Ronaldinho Gaúcho à Diretoria (empenho nos treinamentos) e, digamos, "observações" quanto à falta de contratação de reforços.

Zinho, a Nação Rubro-Negra está contigo. Sabemos que não será fácil. Muito boa sorte e que São Judas Tadeu ilumine o seu caminho.

Bom dia e SRN a todos.