sexta-feira, 25 de maio de 2012

O que fazer com Ronaldinho Gaúcho?

Essa, meus amigos, é a pergunta que não sai da cabeça de 9 em cada 10 rubro-negros. Independente da corrente política, do nível de participação e envolvimento com o clube e o time, cada torcedor hoje se questiona sobre possíveis formas de dar fim a uma parceria que tinha um enorme potencial de sucesso, quase tão grande quanto o de fracassar. E - na opinião deste colunista - fracassou, por diversos motivos.

Desde a interminável novela de sua contratação, a relação entre Ronaldinho e o Flamengo sempre foi obscura, tendo seu vínculo com o clube ficado registrado em um memorando de intenções durante mais de um ano. Sabe-se que a contratação foi avalizada por uma empresa parceira e que o acordo envolvia outros ativos e programas do clube como o patrocínio master do uniforme e o programa sócio-torcedor, mas nunca ficaram claros os termos negociados. Após a saída da parceira e da assinatura do contrato, o clube assumiu a responsabilidade de pagar um salário da ordem de 1,25 milhão de reais, sabidamente além de sua capacidade financeira. Assim, colocou-se em situação de extremo risco e tentando acordar com o jogador que pagaria assim que conseguisse um contrato de patrocínio master, algo que a gestão patrícia amorim foi incapaz de conseguir sozinha até hoje.

A consequência óbvia e natural é que Ronaldinho está sem receber há meses, sem nenhuma perspectiva de pagamento e o clube segue enrolando e pedindo paciência ao seu irmão e empresário. Essa semana, Assis chutou o balde e protagonizou uma cena vergonhosa na loja do clube, levando inclusive o nome da patrocinadora (e maior parceira do clube há 3 anos) para dentro de um escândalo absolutamente inacreditável. Mais inacreditável e digna de repúdio (senão punição pelo estatuto do clube!!!) foi a atitude do vice-presidente de finanças que ao invés de chamar a segurança e a polícia para retirar o irmão de Ronaldinho da loja, liberou a retirada de produtos da loja sem pagamento, contrariando a determinação da olympikus, fazendo uso da "cota da diretoria". Um absurdo sob todos os aspectos, caso de polícia e inacreditavelmente sem maiores consequências nem para Assis e muito menos para o dito vice-presidente do clube.

Situações como essa contribuem para a desestabilização completa do ambiente do time, que tem em Ronaldinho um foco de oposição ao treinador, que a cada dia balança mais no cargo e já não tem nenhuma convicção em suas escolhas e em seu trabalho, constantemente minado pelos jogadores. Ocorre que na situação atual, o dentuço é mais que um peso morto, um problema tático já que faz com que o time jogue não apenas com um jogador a menos, mas com um jogador que é referência para o time, mas incapaz de dar sequência a uma jogada que passa por seus pés. A solução mais simples, a barração do craque, foi admitida pelo diretor técnico, mas imediatamente desconsiderada pelo treinador que tenta se agarrar desesperadamente ao cargo.

Sem conseguir dinheiro para pagá-lo o Flamengo sabe que não tem como cobrar um comportamento profissional do jogador, que pode acionar o clube na justiça a qualquer momento cobrando uma multa que poderia levar o clube a falência. A solução estudada é levar o time a excursionar pelo mundo como um circo mambembe arrecadando dinheiro com exibições do próprio Ronaldinho para poder pagá-lo e aproveitando a exposição, tentar negociá-lo o mais rápido possível.

Até o momento, o único amistoso divulgado deverá acontecer no Piauí, contra uma selção local, em mais um período de recesso por conta dos jogos da seleção. Ou seja, no momento em que precisa desesperadamente de uma solução criativa para resolver um problema, o Flamengo aposta todas as suas fichas no seu departamento de marketing. O mesmo que em 30 meses da gestão atual não conseguiu fechar sequer um mês de patrocínio master nem lançar nenhuma campanha aproveitando o apelo de um jogador de renome mundial.

Alguém acredita que isso vai acabar bem?

abs e SRN