quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O Espelho das Posições

Amigos, devo confessar a vocês que não vi o jogo todo.
O lance do gol perdido pelo nosso (ai) atacante, foi o prenúncio de uma derrota que viria a seguir. Vejo o futebol de uma forma, bem, particular. A visão e a resenha que cada um faz do jogo, é algo subjetivo. Mas, sempre, é o resultado que vai estar, ali, marcando o final da disputa.
Ontem, após aquele lance bisonho protagonizado pelo Deivid (foi o maior, mesmo, cara-de-pau?),eu não tive, devo admitir, mais estômago para assistir a múmia envergando o manto sagrado. Gravei o jogo, para ver depois, e poder vir aqui, até as mesas do nosso convívio e debater os lances, e atuações. Mas, não consigo. Tenho medo. Medo do que possa me transformar, em ver que o corne (é assim mesmo) voltou para o segundo tempo, porque Joel é papai.
Fui trabalhar, consolado, por ter me poupado.
Durante o percurso ao trabalho, veio à minha mente, quando o Flamengo conquistou o último Brasileiro. Eu lembro que, no início dos jogos, quase todos, o adversário vinha pra dentro do nosso time, e pressionava nossa defesa, que não era grandes coisas. E, sempre, que a partida mostrava que, a qualquer momento, o outro time marcaria o gol, acontecia um fato que virou história daquela disputa. O Adriano, ou o Pet, iam lá, e marcavam um gol que surpreendia, assustadoramente, os jogadores adversários. O nosso gol, desmoronava o outro time, que recuava, como um pugilista, quando volta de uma contagem na lona, buscando o clinche. Não estou saudoso, permitam-me continuar.
O nosso ataque, com o faraó eterno, hoje, age, justamente, ao contrário. Ele perde o gol que iniciaria uma outra contagem. E, é o nosso time que se desintegra, com a falta de potência mortal dos nossos golpes ofensivos.
Se um zagueiro tem atuações médias, mas falha em um lance que resulta no gol da outra equipe, ele fica marcado. A falha, naquele setor, pode ser fatal, fazendo com que a gente sofra um baque crucial. Ninguém fala em proteção à defesa. Do outro lado da imagem, se um atacante perde gols, partidas após partidas, mas marca um tento, de quando em quando, vai sendo tolerado, defendido por alguns, e tendo a atenuante que joga sózinho no ataque!
Cada partida tem o seu enredo, e variantes infinitas, consequencia da quantidade de protagonistas que participam do espetáculo. Que o R10 não justifica toda a operação envolvida na sua contratação, todos os traumas com parceiros, isso é fato. Falo em termos de resultados do esporte. A sua presença em campo, com aqueles toquezinhos de primeira, completamente, dispersivos que são típicos de qualquer peladeiro, já cansaram. Que o Renato Abreu só anda naquela faixa horizontal do campo, como se estivesse em um trilho, em uma subida eterna, criando vícios na articulação da equipe, isso é fato. Ontem, no início do jogo, quando voltou para recuperar a bola, que havia perdido, e teve que dar um pique, no encalço do jogador do nosso vice eterno, pensei que teria um enfarto. Tamanho o esforço para mover a carcaça pesada, em uma primeira corrida!
O nosso time tem falhas, como qualquer outro, mas, me surpreendia com uma boa disposição em campo, até onde eu vi! Estava bem distribuído, o frango espalhado (by UFC) e, conseguia fugir do ímpeto do Vasco em marcar a nossa saída de bola. O gol do Love, foi tremendo! Golaço! Mas, logo depois, Filipe, rebateria, mal, uma bola e cedíamos o empate. Porém, o Flamengo prosseguia melhor, na minha humilde opinião. Deivid, foi servido duas vezes. Com um bom cruzamento do R10, pelo alto, em que ele cabeceou para fora. E, outro, com um passe longo, que o deixou, folgadamente em boa posição para marcar. Acabou chutando em cima do goleiro. O jogo seguia dinâmico, era um bom jogo, realmente. Até que, numa estocada sinistra do Léo Moura pela direita, aconteceu o terror! A bola...bem, todos viram, né? Não há palavras que descrevam o lance que resultou em manifestações, patéticas, de apoio da nossa torcida, ao faraó. Não vou falar da manifestação da outra torcida, que treme só de nos enfrentar.
Continuar dando apoio ao Deivid, é o mesmo que massagear o coração de uma pessoa que morreu há uma hora! É algo insano, e desprovido de conhecimento do esporte. Deivid morreu, há um tempo atrás, para o futebol, e tentar reanimá-lo só vai fazer com que, a maldição da múmia continue nos assombrando, por toda a eternidade que durar o seu contrato!
SRN!