terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Ela voltou!

Enfim, rolou a bola de uma vez por todas neste ano de 2012, devolvendo ao ostracismo o alvará do CT do Flamengo e a ferrugem da caçamba do velho carrinho de mão usado na obra, após usufruírem os seus 15 minutos de fama na entediosa entressafra do futebol brasileiro, quando a novidade tirou nota zero e a fofoca, o disse-me-disse e afins fizeram subir os combalidos índices de audiência da mídia esportiva com a inestimável colaboração de seu maior e melhor fornecedor, o próprio Flamengo, de onde vaza tudo para o lado de fora de seus muros. Aliás, escapa tanto que parece não tê-los e lembra a quem a tudo assiste alguns trechos da canção infantil de autoria de Vinícius de Moraes, o grande Vina:

"Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada
...............
Ninguém podia dormir na rede
Porque a casa não tinha parede
..................................................."

Já que a redonda voltou de suas férias, os promissores garotos da base do Flamengo encheram de esperança a torcida ao brindá-la, mais uma vez, com um futebol digno do antigo slogan "craque o Flamengo faz em casa". Creio que, com critério e bom senso, o clube poderá ter a seu dispor ao longo dos próximos dois anos um grande time formado pelos meninos Muralha, Thomás, Luiz Antonio, Adryan, Camacho, entre outros, com cada um subindo para os profissionais a seu tempo, no seu ritmo de crescimento, sem açodamento, sem euforia desmedida e com seriedade. No Flamengo é difícil juntar tudo isso, eu sei, mas vamos tentar, não custa muito.

Nessa transição que não é feita da noite para o dia, surgirão os espertalhões de sempre, velhos conhecidos, na tentativa de tirar algum proveito numa precoce transferência para outro clube. Caberá, então, ao Flamengo se mirar no exemplo do Santos e segurar suas promessas por alguns anos, lucrando tecnicamente com o talento delas para, mais à frente, realizar ótimas transações para o clube, tendo em vista que o mercado exterior é um caminho praticamente inevitável, constando do cardápio de cada grande jogador que surge no mercado pelo menos uma passagem fora de casa para a sua independência financeira e crescimento profissional. Nada mais justo, porém, que seja feito depois de uns 5 anos de atuações no 1º time do clube.

E a bola rolará de novo logo mais em Potosí, eita coisa boa, no primeiro jogo da fase da pré-Libertadores, há 4095m de altitude, praticamente 12 mil pés, onde os aviões que não dispõem de sistema de pressurização, para chegarem, obrigam os seus ocupantes ao uso de máscara de oxigênio, por questões de segurança física. Mas é lá em cima do morro que o Flamengo tem a missão de encarar de frente o Potosí, com o velho time do ano passado, o mesmo esquema, a mesma valsa, o mesmo trio de volantes de bicões pra cima, chutão pra frente e passes precisos, de 2m, para os lados, quando não erram, pois, como todos já viram, muitas vezes erram, conseguem a tal proeza.

Em tais condições de temperatura e pressão, a famosa CNTP, não espero uma grande atuação técnicamente falando, conheço minha turma, mas como torcedor exijo vontade, determinação e raça. O "faltou vontade" vomitado pelo truculento Alex Silva após o último amistoso, em Londrina, é inadmissível, intolerável, partindo de um profissional pago a peso de ouro justamente para ter...vontade de jogar com seriedade, vontade de cumprir bem as suas funções profissionais e orgulho de fazê-lo, o mínimo que um funcionário de um clube ou empresa tem que exigir de si próprio, embora nem sempre consiga realizar a sua tarefa perfeitamente, o que é compreensível. O que não pode faltar é motivação para a realização do trabalho para o qual é preparado e remunerado ou, então, que vá fazer outra coisa que lhe seja mais interessante, que o deixe feliz em sua execução.

Enquanto escrevo, ouço a torcida excitada pela iminente contratação do Vágner Love. Espero que quando estas palavras estiverem publicadas, a sua vinda sejam favas contadas depois daquela proposta de 60...bem deixa pra lá, acho que foi apenas uma comédia sonhada naquela casa sem paredes, sem teto e sem...CHEFE.

Gol neles, Mengão!

SRN!