
O que o título da coluna de hoje afirma que não se trata de mera coincidência é que aqui estamos, um ano depois, jogando um futebol de estágio muito parecido com o do ano passado: de uma mediocridade atroz, e sem qualquer planejamento tático. A verdade é que o Dorival Júnior, que assumiu o Internacional em 12 de agosto de 2011, não tem sequer um semestre de trabalho, mas já consegue colocar em campo uma equipe muito melhor posicionada taticamente e engolir o time treinado por Vanderlei Luxemburgo desde 5 de outubro de 2010. Ambos os elencos caros, de ponta no futebol brasileiro, e, se tivéssemos que arriscar, seríamos obrigados a dizer que o elenco do Flamengo é ainda mais caro.
Ah, Vanderlei Luxemburgo venceu a partida, poderão dizer alguns incautos. Bem, todos sabemos que no futebol nem sempre o melhor vence. Ontem, o pior venceu, graças, dentre outros fatores, a um lance isolado no final do primeiro tempo, em que o centroavante improvisado, o jogador mais caro da América Latina, que jamais jogou na posição, aproveitou a chance e decidiu a partida; mas devemos lembrar que, se não fosse o travessão, o goleiro Felipe e alguns outros fatores, dentre eles a sorte, o Flamengo poderia ter saído de campo derrotado ontem em Macaé.
O Jogo
Pedirei desculpas aos meus amigos, mas eu não tenho estômago, fígado, pâncreas, intestino, sei lá, não aguento mais analisar taticamente partidas como a de ontem. Serei econômico. Apenas frisarei que estou estarrecido como um time que não marcava havia 270 (duzentos e setenta) minutos entrou em campo sem centroavante; por mais que seja enfadonho e repetitivo, eu não consigo deixar de me estarrecer como tudo isso acontece porque o treinador precisa colocar em campo o jogador Renato Abreu, cuja lentidão demonstra claramente, a cada jogo, que não tem mais condições de jogar futebol profissional na Série A do Brasil, porém está prestes a obter uma indecente renovação de contrato graças à Diretoria de Futebol de Práticas Amadoras do Flamengo; e não suporto mais ver o Destreinador o chamando de "jogador técnico", na maior cara de pau, como se quem estivesse fazendo as perguntas e quem estivesse assistindo tivesse cara de palhaço ou fosse idiota.
Fica a pergunta: o Flamengo jogará a Libertadores/2012 com um esquema tático adaptado para o Renato Abreu poder se arrastar em campo?
Por questão de justiça, devo apenas fazer um registro: pior do que o Renato Abreu ontem só mesmo a atuação do Willians, que simplesmente se mostrou incapaz de disputar uma bola sem agredir o adversário e o arremessar a cinco metros da linha lateral. É inexplicável a sua condição de titular na atualidade.
A Última Rodada
O Henrin fez um comentário muito interessante ontem a respeito de sua "predileção" para a conquista do título e eu estava pensando no quanto isso é pessoal. Por exemplo: quem mora na região de São Paulo há um bom tempo provavelmente quer tudo, menos o Corinthians campeão; já quem mora no Rio talvez não suporte a gozação dos vascaínos e demais membros da Arco-Íris carioca. Acredito, e sempre acreditei, que a rivalidade atende a aspectos muito pessoais. Outro exemplo: tenho um amigo que é de família italiana, descendente de italianos; todo mundo palmeirense, ele Flamengo, sozinho. Quem ele odeia com todas as forças? O Palmeiras. Ponto. Nada o demove da ideia de que o Palmeiras tem que ser o foco do seu ódio eterno.
Eu gostaria muito de saber dos amigos qual dos dois, Corinthians ou Vasco da Gama, "preferem" ver campeão no próximo domingo. Os termos "predileção" e "preferem" vêm entre aspas porque todos sabemos que qualquer uma das duas hipóteses é dose pra elefante africando com diarreia. No meu caso, a rivalidade regional pesa muito. Sempre convivi com vascaínos insuportáveis e, no meu trabalho, há uma rede de computadores (de trabalho) que, a cada fracasso do Flamengo ou sucesso do Vasco, é inundada de mensagens de mau gosto, distorcidas, nojentas (etc.), blá, blá, blá... Enfim, convivo com isso 365 dias por ano e isso pesa muito pra mim. Conto ainda algumas goleadas sofridas pelo Flamengo no passado no Brasileiro, conto na balança, e, apesar do tamanho da torcida do Corinthians, ainda sou mais o Flamengo e quero que o Vasco se exploda. Como disse, é muito pessoal.
Qual é a sua opinião?
Mas então
Será que a Diretoria de Futebol do Flamengo de Práticas Amadoras demorará mais um ano para entender que o Vanderlei Luxemburgo, seja por qual motivo for, não é mais capaz de montar um time de futebol com um mínimo de padrão tático, jogadas ensaiadas, etc.?
Bom dia e SRN a todos.