sábado, 5 de novembro de 2011

O anestesiado Flamengo

Depois do brilhante texto de ontem do Henrin (quem puder não perca) vou tentar fazer um apanhado rápido sobre um clube que parece ter tomado um tiro com dardos tranquilizantes. Presidência, diretorias, técnico, time e torcida, todos tem sua parcela de culpa cada setor deve ajudar ao outro a ser melhor, estar melhor. Até acredito que as responsabilidades tem níveis diferentes para estas parcelas, mas todos somos partes deste organismo gigantesco que está ficando cada vez mais doente, enfraquecido. Enfraquecido mesmo tendo as melhores possibilidades à sua frente, ao seu alcance.
Presidência
A presidência é omissa, reativa e condiz em alguns aspectos com o que há de mais retrógrado em gestão esportiva no Brasil. É conivente com pressões indevidas de conselheiros, e mesmo com acertos nas políticas de patrimônio e a valorização dos esportes olímpicos, o faz de modo errado. Não dá autonomia aos olímpicos para que se auto-gestionem e tira dinheiro do futebol. Não força a independência do clube (social) e dos olímpicos/amadores das receitas do futebol que gera renda e permanece como o motor do clube.
Diretorias – Olímpicos, Marketing e Futebol
A diretoria olímpica não avança nos patrocínios e nas captações de recursos para com o COB, Ministério do Esporte e Educação e as secretarias estaduais de esporte e educação, como fazem Pinheiros e Minas Tênis. Sem projeto claros e como executá-los objetivamente (execução do planejamento) não há como. A diretoria de marketing é nula! Não consegue que o clube faça dinheiro de jeito algum. Não há projeto não há nada que se apresente em ganho para o clube. Parece que trabalha só, alheia as diretorias do clube. Muita incompetência. Diretoria de futebol: é a casa da mãe joana! (ainda que tenha acertado parcialmente no caso Willians que é patrimônio do clube) Todos podem tudo, planeja mal (como todo do clube), faltam funcionários e apesar de competente logística, parte médica e preparação (melhor do país) é muito suscetível a política. Futebol é negócio, falta profissionalizar de vez!
Técnico
Este sim tem um pôjeto, mas é o suficiente? Projetos são mutáveis a medida que as realidade se apresenta. Estava perto de brigar pelo titulo, agora vai lutar e muito pela libertadores porque o pôjeto era a libertadores. Assim como na insistência no pôjeto é insistente com o time. Não muda seu estilo de jogo mesmo dando tudo errado. É egoísta, egocêntrico e sabemos que pode mais, mas ele não dá o menor sinal de que vai mudar (insiste com a molecada Luxa!). Para tudo mudar penso em um 2012 com nomes que renovem o futebol dentro e fora do campo: Ney Franco para treinador com Petkovic como auxiliar ou um treinador estrangeiro com o Pet como auxiliar (faria um meio campo, pelo nível cultural e saber como vencer no caldeirão Flamengo). Por que Ney franco? Porque já conhece como funciona o clube, foi o PRIMEIRO a tirar o futebol da Gávea, tentando ser PROFISSIONAL, mas sucumbiu a pressão de diretorias retrógradas por estar em inicio de carreira. É estudioso e fez grandes trabalhos depois de sair do Flamengo, muito pela experiência do peso de nossas cores.
Time
Alguns atletas, principalmente os que vem de fora não tem noção do seu real tamanho, o que representam. Os “pratas da casa” sempre falam em títulos e vitórias, estão acostumados com clássicos e jogos importantes, além do que mesmo falhando não tremem e entram com vontade de vencer. Sem generalizar nos dois casos, mas parece que quem vem de fora é meio besta quando joga no Flamengo. É o máximo da carreira esportiva no Brasil, mas não pode acomodar ou deslumbrar (Renato pelé, Willians, os Deivids, e a prata Diego Maurício que parece que veio de fora). Como falei nos comentários do post do Romeiro na quinta-feira, em nenhum outro clube do planeta deve jogar pontos corridos como o Flamengo. Cada jogo é uma decisão e o clube deve encarar como tal. Não há nenhum outro clube que tenha 11 grandes rivais no Planeta! (Somados a outros muito bons rivais como Atlético-PR, Coritiba, Bahia, Náutico, Sport, Ceará, Fortaleza, Santa Cruz, Avaí, Figueirense, Goiás e Portuguesa de grande tradição e representação regional) falta preparação técnica e principalmente psicológica para entender que toda partida é decisão.
Torcedores – Organizados e comuns
Como no exemplo do time deve entender que toda a partida é decisão. Não sei porque cargas d'agua a torcida ainda não reclamou de um campeonato tão às mãos indo para o saco. Não vi e nem vejo ninguém reclamar de substituição mal feita ou escalação de caráter duvidoso (são poucos). Só vejo uma coisa: com 5 minutos o Ué (thanks, Leila) toca na bola e é vaia. Espere para o intervalo para vaiar, é um time inseguro por causa da torcida. Devemos ir ao Engenhão (quem puder) e incentivar equipe, não ficar reclamando com 10 minutos. Devemos também, quem puder, ser sócio do clube. se quiser mudá-lo por dentro não há outro modo. neste caso o clube também deve ajudar, facilitar o acesso da torcida/cliente para dento do Flamengo, mas ele quer mais sócios? Não vale tentar anistiar o pessoal faltando pouco para a eleição. Anistia, mas cria condição desse anistiado não ficar inadimplente de novo.
O Clube de Regatas do Flamengo de hoje é apenas um clube blasé que acha que a qualquer hora vai acontecer tudo de melhor sem se preparar integralmente para isso. A culpa é de todos torcida, imprensa (torcida na imprensa), time, treinador, diretoria, presidência do clube, sócio, o clube como um todo. Para Nelson Rodrigues e pra nós "A camisa do Flamengo sempre será uma bastilha inexpugnável", quando suada. Sem suor é apenas um pano e desbotado, surrado em suas glórias, mas velho e obsoleto. È isso que queremos? Acho que não! Comecemos indo ao Engenhão amanhã. se lá é nossa casa atual devemos ocupá-la por completo!

Somos Flamengo, Vamos Flamengo!