segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Três Minutos

Buon Giorno, Buteco! Estou tentando entender até agora o que foram aqueles 3 (três) minutos ontem. Primeiro a falta: a distância foi enorme até para os parâmetros do Renato Abreu, do Marcelinho Carioca, ou, para os mais antigos, como eu, do Nelinho ou do Éder Aleixo, ou eu estou enganado? Que curva foi aquela? Que capricho foi aquele de ainda bater na trave e no Cavallieri antes de entrar? E três minutos depois, a patada no canto, indefensável. Não é de hoje que leio e escuto a respeito da importância do atleta se sentir confiante no futebol, mas quando o Bottinelli "tirou" o Thiago Neves e o Renato Abreu para bater aquela falta, bem, agora ninguém pode dizer que ele não sabia o que estava fazendo, certo? Ou não sabia, mas "sentia"? Agora não faz a mínima diferença... O mais importante, para mim, foi a magia daqueles três minutos. Esse tipo de coisa não acontece num Flamengo x Vasco, num Flamengo x Botafogo ou mesmo num clássico interestadual. Acontece em Fla-Flu. Não me perguntem o porquê, mas Nelson Rodrigues tinha toda a razão. Sempre teve. É o maior de todos clássicos, no mundo inteiro, apesar de não achar o Fluminense o nosso maior oponente. Contradições da vida, cuja complexidade não tenho condições de explicar. Não há clássico que tenha tanta magia e fatores sobrenaturais envolvidos.


Os três minutos de ontem ficarão para sempre, cravados na história desse clássico. Valeu, Pollo. Que ontem tenha sido o início do seu despertar no Flamengo.


Pés no Chão - Meio de Campo


O Fluminense foi melhor a maior parte da partida, como também fora no jogo do primeiro turno, onde também saímos vencedores. Naquela oportunidade jogamos com o esquema favorito do Luxemburgo, o losango, com um volante fixo e Willians e Renato Abreu variando como segundos volantes e apoiadores. Ontem, Renato jogou mais à frente, como armador. Um desastre. É claro que pode-se argumentar, em seu favor, o primoroso lançamento para Deivid ainda no primeiro tempo, mas esse lance isolado não apaga a quantidade de contra-ataques armados a partir de erros de passe do Renato, nem tampouco a falta de articulação da equipe, a qual deve também ser atribuída a Thiago Neves, um mero expectador em campo até o gol do Fluminense, registre-se.


Na minha opinão, é irresponsabilidade do Luxemburgo tanto insistir no esquema do losango, como também com Renato como apoiador. E eu novamente vou deixar claro que, tal como ocorreu no Morumbi contra o São Paulo, Renato, apenas como volante, após as substituições, jogou uma partida extremamente correta ontem. Mais uma vez digo que Renato pode ser um jogador útil nesse elenco, desde que utilizado em sua posição original, como volante; absurdo, teratológico, monstruosamente estúpido é o tratamento que Luxemburgo lhe dá de jogador insubstituível e centro do esquema tático. Hoje, o esquema tático do Flamengo varia em torno do Renato, em torno de como ele será utilizado, o que deveria ocorrer em relação ao Ronaldinho Gaúcho. Renato, mesmo como volante, em algumas partidas, considerando sua idade avançada, pode até atrapalhar. Ao meu ver, ele e Maldonado se excluem. Quando um jogar, o outro não pode jogar. Ambos devem ser utilizados como volantes experientes, com boa saída de jogo e espírito de liderança dentro de campo, em partidas nas quais não seja imprescindível ter dois jogadores com maior poder de marcação dentro de campo.


A articulação, ao meu ver, só melhorará quando o esquema se tornar mais ofensivo. O Thiago Neves, está mais do que provado, não consegue jogar como apoiador com três volantes ou sendo um dos apoiadores o Renato (o que dá na mesma). Basta a equipe se tornar mais ofensiva com as substituições, e ele normalmente aparece no jogo e de forma decisiva. Ontem, além do gol, ainda participou de alguns lances. Não foi o jogador brilhante de outrora, mas passou a ser mais participativo na partida.


Pés no Chão (2) - Defesa


O rendimento do sistema defensivo melhorou, sem dúvida, mas Leonardo Moura, que apoiando foi bem, continua muito mal na defesa e deixou espaços em ambos os gols do Fluminense. Por outro lado, é incompreensível como a defesa continua a marcar mal coletivamente, permitindo aos adversários, inclusive os de baixa estatura, como foi o caso ontem, marcar gols de cabeça. Ridículo.


Pés no Chão (3) - Ataque


Prezados amigos do Buteco, não estou entre os fãs do Deivid, muito pelo contrário, e nem vou buscar justificativas para a atuação sonolenta do Diego Maurício. Por sinal, quem acompanha o Buteco sabe que eu fui um dos que mais insisti na necessidade da Diretoria aproveitar a janela e reforçar o ataque. Contudo, acho que o esquema atual, defensivo, no qual o meio de campo pouco articula com o ataque, torna as coisas mais difíceis ainda para atletas como o Deivid, cujo momento atual (pós grave contusão, que lhe impede de render como em temporadas anteriores), como o Jael (limitado por natureza) ou mesmo o Diego Maurício (novo, tentando se firmar) renderem como a torcida do Flamengo espera.


Espero que entendam o que eu quero dizer: se com o esquema ofensivo já será difícil, por conta da limitação técnica ou de maturidade, conforme o caso, com o esquema amarrado que temos a coisa fica ainda pior.


Palmeiras


O rei dos empates do Brasileiro, a ponto de nos superar, com boa margem de dois jogos, nesse quesito. O jogo será em casa. Após tantas partidas sendo dominados no meio de campo, tendo dificuldades em marcar, precisando alterar o esquema tático durante as partidas com substituições, entraremos em campo com três volantes novamente, insistindo com Willians e Renato Abreu na "dupla função" de segundos volantes e armadores, no tal "losango do inferno"?


Com a palavra, o treinador mais teimoso do mundo.


Bom dia e SRN a todos.