sábado, 22 de outubro de 2011

Minhas ideias para um Flamengo melhor - Parte III – Patrimônio e aumento da marca

Com as ideias do post anterior seria nítido o aumento do Patrimônio e da marca com as melhorias. As ações de marketing da “Agência Fla” trabalhando em todas as áreas fariam o valor de mercado explodir, sendo uma das maiores marcas do mundo do esporte. O ideal é a exploração da mesma e os royalties provenientes das vendas de produtos licenciados de todas as partes do planeta. O Flamengo deve se diversificar, sair do marasmo, sair do Brasil, mas sem deixar de explorar o Brasil em suas lojas virtuais e físicas. Deve-se utilizar melhor a mídia espontânea que é gerada e criar mais e mais mídia dentro e fora do país somadas a boas ações de marketing. Isso só faz aumentar o patrimônio imaterial e o maior patrimônio que uma empresa pode ter é a credibilidade de sua marca para com seus clientes, o Flamengo deve fazer crescer a todas, credibilidade, marca e clientes (torcida).

Dentro do Brasil o relacionamento com seus torcedores, consumidor fiel, deve ser melhorado partindo do principio do respeito do clube para com seu alvo, coisa que atualmente não ocorre bem. O Flamengo reclama que a “massa” não “comparece” nas campanhas criadas pelo clube, mas se não respeitar o consumidor, não vai ver a cor do dinheiro. Não é só de paixão que se vive, o clube deve se aproximar de seu cliente tratando-o melhor. O exemplo mais simples e primário é a venda de ingressos e o cambismo nos jogos. Isso sem contarmos as relações sombrias na venda dos ingressos entre diretorias e torcidas organizadas que ocorrem em todos os grandes clubes de futebol do país (Beira o absurdo!). As torcidas organizadas existem apenas para fazer a festa nas arquibancadas e isso é lindo! Mas onde está o tudo pelo Flamengo, nada do Flamengo? Porque não vendemos melhor nosso ingressos? Porque não se acaba logo com essa farra? Porque as torcidas organizadas revendem ingressos cedidos como cortesia? E o clube, como fica? E tem mais, o não explicado e aparentemente nada vantajoso contrato com a rede fornecedora dos ingressos.

Começaria a reestruturação e o aumento da receita pela venda dos ingressos, que poderia ser melhorada se feita em acordo com uma parceira do clube na timemania, a Caixa Econômica Federal. Por meio de sua rede de agências lotéricas, tanto locais quanto em outros estados em que o clube joga (futebol e basquete) evita-se confusão e o cambismo com a descentralização da venda. Um cadastro do consumidor seria criado por meio de CPF ou identidade, com a possibilidade de escolha do lugar aonde vai se sentar, como ocorre no teatro ou em redes de cinemas mais modernos e estádios de futebol na Europa, com limitação de dois ingressos por CPF e comprovação documental do titular na hora da entrada do estádio ou por meio de chips inteligentes, como no sistema bancário (cartões de crédito com chips). O mesmo processo ocorreria em caso de meia-entrada e gratuidade, estas sendo retiradas nas lotéricas antes do evento. Mais uma opção mal explorada é a venda de carnês anuais somadas ao programa de sócio-torcedor (próximo post).

A maior fonte esportiva para o aumento de receitas e patrimônio do clube é a construção/utilização de um estádio próprio, nosso, nossa casa. Gostaria muito que se aproveitassem os esforços de copa e fizessem como Grêmio e Palmeiras para construirmos um estádio moderno. Assim não dependeríamos tanto do Maracanã. Obviamente, nossa História está atrelada ao Maraca, mas ele ficaria restrito apenas aos grandes jogos porque os custos do estádio que já eram altos serão maiores ainda após esta reconstrução e sua manutenção também. As polêmicas por mando de campo acabariam e também a farra da divisão de torcida e renda com mandos nossos. No esporte moderno ter estádio é ter receita sua, sem dividir com adversário dentro do campo, porém o mesmo deve parceiro fora dele.

Na Alemanha, o Mainz 05 (com a prefeitura da cidade) construiu o seu estádio por R$135 MI (para 35.000 a 45.000 pessoas, dependendo do evento), na Itália, a Juventus de Turim gastou R$276 MI (41.000 pessoas), no Brasil, a Arena Grêmio será construída para 56.000 pessoas por R$400 MI e a Arena Palestra com capacidade variável de 45.000 a 55.000 pessoas sairá por um custo de R$340 MI, custo mais baixo do que o mais barato estádio do mundial de 2014 à ser construído, a Arena das Dunas, em Natal que custará R$413 MI (45.000 pessoas). Temos ainda exemplos latino-americanos, espelhos para o Flamengo: o Estadio Ciudad de La Plata, utilizado na Copa América, custou R$100 MI e o estádio Omnilife, do Chivas Guadalajara, onde está sendo disputado o futebol no panamericano, moderníssimo custou apenas R$170 MI. Então pergunto: porque não tentamos construir o nosso? Será que no Brasil o material é tão caro assim? Dificilmente, porque as principais matérias primas são brasileiras.

Seria possível construir um estádio na Zona Portuária, Ilha do Fundão, Barra da Tijuca e adjacências ou em outros municípios como Niterói e Duque de Caxias não importando muito o lugar. Desde que seja de fácil acesso, desde que seja nosso! A nação vai, sendo nosso vai! Não somos o Botafogo! Aliás, uma coisa estranha, inexplicável, inexplicada ainda, foi exatamente a saída do Flamengo da licitação do Engenhão, em 2007. Estaríamos em uma grande situação agora em relação ao planejamento, já que o estádio será ampliado para 60.000 pessoas para os jogos olímpicos de 2016, uma pena.

Pois bem, excetuando-se o preço do terreno, o custo seria de aproximadamente de R$350 MI (chutando alto) por um estádio com capacidade de 40.000 pessoas, numa média de aproximada de R$ 8750 por assento. Com o exemplo da copa do mundo e os estádios em construção o preço médio do acento estaria abaixo de quase todos do mundial exceto o do Castelão com o assento médio custando R$8.600 (67.037 espectadores). O Maracanã vai custar R$11.600 e o Itaquerão, do Corinthians terá o custo mais alto na relação preço/lugar, R$13.000. Seria possível baixar alguns custos de produção com o reaproveitamento do entulho da reforma da demolição do Hospital Clementino Fraga Filho, o Fundão e outras soluções como um usina de concreto no próprio local e blocos pré-moldados, por exemplo. A captação de recursos para a construção se iniciaria pelos camarotes do estádio (dependendo do projeto) com 10 camarotes grandes para 500. Pessoas alugados para os cinco primeiros anos de funcionamento do novo estádio renderiam 100 milhões de reais em um aluguel de R$ 2 MI por ano (logicamente negociáveis, dependendo da posição). Com a operação se vão 5.000 lugares, que se somados a venda de 10.000 cadeiras cativas (quem não gostaria de comprar seu lugar no estádio do Mengão) para os primeiros 5 anos de utilização vendidas por R$20.000 se disponibiliza 200 MI.

Até tenho um projeto em mente, mas não sou arquiteto. Nele ficariam os camarotes acima do plano das arquibancadas, como no estádio do Barcelona de Guaiaquil que se pagou a construção apenas com a venda dos camarotes. Pode se fazer também com 20 camarotes de 250 pessoas com bares, restaurantes e escritórios com vista para o campo. Uma área nobre, comercial bem “vendável” pelo Flamengo. No caso o preço seria de R$ 1 MI/ano. Ali, pagou-se praticamente um estádio para 40.000 pessoas, sobrando ainda 25.000 lugares restantes. Imaginem uma arena multiuso, ganhando com espetáculos fora do futebol e aberta 340 dias por ano gerando riqueza? Sei que é muito simples no discurso, mas na prática é outra coisa. Se tivermos uma vontade política grande é bem possível!

Os cálculos acima, como podem perceber não incluem os Naming Rigths pelos primeiros 5 anos num estádio do Flamengo, estes girando em torno de R$20 MI/ano. Além destes aspectos temos ainda a possibilidade de uma parceria com uma construtora ou gestora de estádios, diminuindo o custo para o clube. Acordos de venda de ingressos com 67% para o Clube, 33% para construtora seriam muito vantajosos e são comuns, inclusive em aluguéis para grandes shows. Parecido com o que ocorre com Grêmio, Palmeiras e Náutico (Arena Pernambuco), surgindo um aparelho esportivo novo, autossustentável que poderia ainda ser financiado pelo BNDES. À se analisar, só consigo ver vantagens.

Nesta semana o Náutico fez um acordo parecido com o que o Flamengo e o Fluminense querem fazer com o Maracanã pronto. A Arena Pernambuco dará de cara para o clube pernambucano R$350 Mil por mês, R$500 Mil por mês caso suba para a Primeira divisão. O Náutico ainda conseguiu no acordo R$5MI para reformas no seu CT e as obras serão tocadas pela construtora do estádio. Quanto o Flamengo conseguiria em acordo parecido? Talvez Os R$25MI planejados para todo os módulos do seu CT e ainda, se fosse eu incluir o CT Olímpico (não me iludo e não se iludam, nada é tão fácil, mas é possível). Em relação aos ingressos 75% em média são do clube permbucano e o restante ficam para a construtora e o governo do Estado de Pernambuco, pelos próximos 12 anos a partir de 2013; após isso 80% do das receitas dos ingressos serão do Náutico. As diferenças entre os projetos de Palmeiras e Grêmio e os de Náutico e Corinthians são a aplicação do dinheiro público e as concessões e ganhos futuros. Prefiro os projetos de Grêmio e Palmeiras, mas o que vai acabar ocorrendo são os casos de Corinthians e Náutico. O Importante é que todos irão se modernizar e o Flamengo? O que tem feito a esse respeito? Os clubes do Rio estão PA-RA-DOS!

Espero profundamente que não aconteça a "tragédia" pela qual passarão os clubes mineiros. O Cruzeiro em 2007 iria construir seu estádio em Nova Lima, na grande Belo Horizonte junto com um banco português e foi demovido da ideia pelo governador Aécio Neves. Na época ele dizia que o clube teria metade do Mineirão e o tocaria com o Atlético. O Mineirão foi licitado pelo mesmo governador que fez promessa a outro grupos e na licitação venceu uma administradora de estádios, a Minas Arena, que irá utilizar o estádio por 25 anos, o Mineirão será ALUGADO para Atlético e Cruzeiro, que ficaram a ver navios. Imaginem quanto custará este aluguel? Olho no Maraca Flamengo! Ou construa nossa casa já!

Outra parte importante do patrimônio são as propriedades do clube. Pessoalmente arrendaria o Morro da Viúva na proposta feita por Eike Batista e sua empresa (ou trocaria por um terreno que fosse nossa nova casa). O custo é alto, as dívidas também e não ganhamos nem ganharemos dinheiro com o prédio naquele estado. O mesmo fim teria o casarão de São Conrado. Com o Ninho parece que o projeto caminha bem, mas pode ser acelerado com apoio da torcida (falta uma ação de marketing mais objetiva e popular do que a relativamente bem sucedida ação dos tijolinhos), assim como a reformulação da Gávea, explicado anteriormente em outro post, e quem sabe uma ação com os sócios que frequentam o clube não catalisaria-se a reformulação da Gávea? O objetivo dos olímpicos seria a construção do novo complexo poliesportivo do Flamengo (explicado também anteriormente). Com o crescimento da marca e do patrimônio físico o Flamengo seria maior ainda. Tão grande quanto os grandes clubes europeus em relação as dividas e liquidez (o problema não é o endividamento, sim a capacidade de pagamento). Para o seculo XXI, Mengão!

Somos Flamengo, Vamos Flamengo!