
Muito maior que a materialidade do evento para a apresentação dos novos visuais, a beleza intangível do momento pairava no ar e não desperdicei algumas oportunidades oferecidas pelo acaso para rápidos bate-papos com Adílio, Júlio César, o Uri Geller, Cascão e com o exemplar cidadão e meio-campista Nelsinho de quem ouvi que, embora fossem tomadores de bola, tanto ele como o Carlinhos receberam o troféu Belfort Duarte, por terem ficado mais de 10 anos sem uma expulsão de campo. Inacreditável! Exclamei de prima pensando nos volantes de hoje e seus respectivos treinadores que aconselham a procurar um teatro quem quiser ver espetáculo. Sim, vamos ao teatro, mas em contrapartida quero saber se daqui a algumas décadas uma criança de hoje se lembrará desses bonitudos que ganham a vida com carrinhos covardes em pernas adversárias, bicões para frente e chutões para o alto no atual futebol de resultados praticado. Talvez até lembrem, lembrem com um sorriso sarcástico e debochado no canto da boca, por terem vivido uma fase negra para o futebol maltratado por essa mulambada que infesta os campos nossos de cada dia, onde o fundamento básico conhecido como "passe de bola" é atributo reservado a alguns encantados pelos deuses desse esporte;
Foi um início de semana com sorte, pois além de participar de um evento muito bem organizado para a apresentação dos novos modelos da terceira camisa, da linha casual e do livro "Sempre Flamengo", fui poupado, graças a um congestionamento no trânsito para chegar ao clube bem antes do início do evento, de assistir ao covarde e insano ato de agressão praticado contra o blogueiro Arthur Mulhemberg pelo arruaceiro conhecido pela alcunha de Peruano, dublê de sócio-proprietário e chefe de torcida organizada, que transita pelas dependências do clube há anos, ora vigiando a vida privada de jogadores, ora os peitando como se fosse um carcereiro dos antigos filmes de faroeste. Para tal, só pode contar com a anuência dos presidentes e diretores de plantão. Alguém precisa avisá-lo que o clube de Regatas do Flamengo não precisa de gente da sua laia, pois é um cancro dentro da instituição que mais dia menos dia terá que ser extraído, com ou sem anestesia, para o bem da imagem de toda a torcida desorganizada, a maioria dos 35 milhões de torcedores, avessos à balbúrdia, à hostilidade, à covardia, amantes da paz no esporte e para que o próprio Flamengo não prossiga sendo por ele desmoralizado ad aeternum. Enfim, o meu, o nosso Flamengo definitivamente não é o mesmo que o dele;
Por falar em sorte, hoje é um bom dia para a mudança dos ventos que sopram sobre o time comandado por Vanderlei Luxemburgo, encerrando a fase negra dentro do Campeonato Brasileiro e recomeçar a subida na rampa da tabela. Assim tem sido a curva de todos os clubes e o momento é agora, vencendo os dois mineiros que estão na zona do rebaixamento, acumulando mais seis pontos a fim de voltar a integrar o bolo formado pelos cinco primeiros, que certamente irão tropeçar em alguns lugares;
Luxa já experimentou diversas maneiras de jogar do meio de campo para frente e para tanto utilizou diversas formações que não vingaram, porém, poucas vezes usou uma simples formação com dois atacantes e nenhuma sequer com Diego Maurício de centro-avante, uma pregação desde o início do ano dos amigos frequentadores deste Buteco;
O Flamengo tem condições de vencer tanto o Atlético quanto o América mineiros como já fez no 1º turno. Uma única e exclusiva imposição é jogar o que pode e o que seu time sabe, e que Luxemburgo não escale mal para depois tentar substituir bem. Não é sempre que dá certo.
Gol neles Mengão no rumo ao hepta!
SRN!