Saudações e muito prazer rubro-negros do Buteco que ainda não me conhecem!
Nada como estrear minha coluna após uma vitória do nosso amado Mengão. Foi sofrida, chorada, na base do abafa, da raça, da sorte, massss....também na base da ousadia e da mudança do esquema tático.
Tempo ruim, Engenhão vazio, cidade mobilizada pro Rock in Rio e, mais uma vez, de novo, again, o Flamengo entrou em campo com 3 volantes. Jogando em casa, contra o “poderoso meriquinha”, precisando vencer, nosso teimoso treinador, cada dia mais acovardado pelos seguidos resultados negativos, insistiu no malfadado esquema conhecido como árvore de Natal. Verdadeira contagem regressiva: 4-3-2-1...................abismoooooooo
E não deu outra. Primeiro tempo horroroso, time lento, sem conseguir criar nada, Jael isolado feito uma ilha perdida no meio do oceano. Chegava a dar pena do nosso ataque, ou melhor, da ausência dele. Diante da inoperância do sistema ofensivo, os volantes, como sempre, passaram a subir desordenadamente, a ponto do Airton ter tentado finalizar na área adversária. Nitidamente estava sobrando volante e faltando atacante.
O América-MG percebeu que podia vir pra cima, nos acuou, começou a criar chances de gol. Uma delas, protagonizada pelo atacante Kempes, conseguiu a proeza de deixar o Deivid doente de inveja. A cena, digna de comédia pastelão, teve David Brás se chocando com Felipe, os dois no chão, Kempes sozinho, o gol todo aberto, escancarado. O atacante podia parar, pensar no cachorro, na vizinha e depois empurrar a bola, mas não, jogou pra fora! Eu ri. Inacreditável, surreal.
Mas, depois de uma falta batida na intermediária da área adversária, em que a bola foi cruzada pra área e todos os nossos foram pra lá, o adversário encaixou um perigoso contra-ataque (vocês já não viram essa cena antes?). Bottinelli veio correndo feito um louco lá da frente e acabou por cometer um pênalti infantil.
Depois do 1 a 0 o Flamengo se desintegrou. Totalmente perdido em campo, parecia um boxeador tonto após receber um direto no queixo. Olhos esgazeados, respiração ofegante, só o gongo pra nos salvar. No caso, o término do 1º tempo. Ficou barato, 3 a 0 não seria injusto.
E eis que diante da catástrofe iminente, da perda total da moral, do emprego, do respeito, nosso contestado treineiro resolveu soltar o time e fazer o que muitos, há tanto tempo, pedem. Retirou um volante (claro que não o Renato, pois segundo apurou um amigo nosso aqui do Buteco, mantém parente do Luxa sob cárcere e ameaça constante rs) e colocou os meninos pra jogar.
Thomás de um lado, Diego Maurício do outro, abusados, ligeiros, cheios de vontade, ameaçadores. Os laterais passaram a ter com quem tabelar, chutes a gol, finalizações. O Flamengo ressurgia na pele dos jogadores da base. O Flamengo finalmente atacava, pressionava, acuava o adversário. As jogadas pelas pontas saiam, voltamos a acreditar.
Claro que foi na base de um certo desespero ou abafa que conseguimos a virada, mas sobretudo e nitidamente através de esquema tático que privilegia a força ofensiva, que não nos acovarda, não nos encolhe e respeita nossas tradições. Temos um elenco recheado de garotos bons de bola, sedentos por jogar, correr, conquistar, mostrar o próprio futebol e ganhar. Chega de covardia, de medo, de esquema retranqueiro, de futebol feio, mal jogado e lento. Eu acredito que somente em situações excepcionais o Flamengo deve jogar com 3 volantes. Fora isso, 2 volantes marcadores.
Gostaria de ver Airton com Maldonado, os dois guardando mais a posição ou, então, um deles com o Muralha, jogando de 2º volante.
A decisão de ter Renato Abreu como jogador insubstituível, dentre os 5 volantes ora disponíveis (Airton, Maldonado, Willians, Muralha e Renato Abreu), não pode mais subsistir. É irresponsável e equivocada demais.
Ronaldinho centralizado, Diego Maurício de um lado, Thomás do outro e Jael (ou até mesmo o Deivid) enfiado na área. Isso é ataque. Tiago Neves talvez possa ficar um ou dois jogos no banco ou, ainda, disputar posição com um dos meninos, que pode entrar no 2º tempo. O certo é que precisamos de 4 jogadores lá na frente.
Espero, sinceramente, que depois de hoje o Luxemburgo se convença dessa necessidade mais do que urgente de mudança. Do contrário, faço votos por sua saída, pois não aguento mais ver tanto potencial desperdiçado, enquanto o Flamengo apresenta um futebol de 5ª categoria, digno de um timeco de várzea. Somos grandes, somos fortes e corajosos, jogamos pra frente, sempre em busca da vitória. Isso é ser Flamengo.
Já árvore de Natal é enfeite natalino. Prefiro vê-la em dezembro, balançando e enfeitando a sala aqui de casa, de preferência comemorando algum título. Não nos gramados, em inconfundíveis tons vermelho e preto.
SRN!