segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O Patrão

Buon Giorno, Buteco! Após os resultados do final de semana, o Flamengo aguarda a partida de quarta-feira com ansiedade para enfrentar o Cruzeiro de Joel Santana vindo de duas derrotas e estando a um ponto do Corinthians. O time vive um momento especial, não só pela sequência de resultados positivos, como também pela grande fase que vive o seu maior astro: Ronaldinho Gaúcho, que parece finalmente estar "deslanchando" com a camisa 10 rubro-negra. Estava matutando a respeito do porquê dele estar tão solto com o Manto Sagrado quando, antes mesmo da partida contra o Grêmio, no sábado, durante o sorteio da FIFA para a escolha dos grupos das Eliminatórias para a Copa do Mundo/2014, num determinado momento o Sportv teve entre os seus debatedores Luiz Carlos Jr., Galvão Bueno e Lédio Carmona. Discutia-se naquele momento o porquê de jogadores como Lionel Messi e Neymar não renderem tão bem nas suas seleções o que rendiam em seus clubes, e não é que o Galvão Bueno deu a melhor explicação? De uma forma simples, o Galvão resumiu o que eu sempre pensei a respeito desse tema em relação aos grandes gênios e craques que jogam bem ou não por suas seleções: o cara tem que ser e se sentir "O Patrão" na seleção, assim como é em seu clube.

Ao meu ver, faz sentido: tomemos por exemplo o Zico. Ele não era "O Patrão" no Flamengo? Não foi o clube em que ele nasceu, cresceu, mandou, desmandou? Os times não foram montados em torno dele? Qual foi o resultado disso? Não é o que está acontecendo com o Messi no Barcelona, clube ao qual chegou com tenros 12 (doze) anos de idade? Não é o que está acontecendo com o Neymar no Santos? Agora vamos tomar por exemplo as seleções: quando Maradona teve uma seleção "só para ele", em 1986, quando ele estava "no auge", quando ele era "O Patrão Absoluto", o que aconteceu? O Zico foi "O Patrão" em 1982? Claro que não! Maradona não era "O Patrão" também no Napoli? Claro que sim!

Quando o Luxemburgo deu a braçadeira de capitão ao Ronaldinho Gaúcho, gesto ao qual Leonardo Moura elegante e sabiamente aderiu; quando a Patrícia Amorim disse à mãe do Ronaldinho que cuidaria dele como uma mãe, tomaram atitudes que ajudaram Ronaldinho a se sentir a vontade no Flamengo. Como Maradona no Napoli, é diferente de chegar no clube em uma idade muito tenra, como Zico chegou ao próprio Flamengo, Messi ao Barcelona ou Neymar ao Santos, mas ainda assim, ao meu ver, jogadores desse naipe precisam dessa tranquilidade para renderem o que sabem e podem se sentir à vontade em seus clubes ou seleções desde que os ambientes propícios a tanto sejam criados.

Ronaldinho começa a se sentir "O Patrão" no Flamengo e o resultado nós começamos a ver em campo.

O segundo gol marcado contra o Grêmio foi antológico. É daqueles para serem lembrados por longos anos, inclusive pelo Victor, rsrsrsrsrs.


Que Fique Claro


Deixar o gênio, o craque à vontade, não quer dizer deixar de chamá-lo à responsabilidade e nem cobrar profissionalismo. Isso o Flamengo tem feito e está de parabéns pela atitude.

A posição do Patrão em campo

Luxemburgo declarou aos quatro ventos que quer o Ronaldinho Gaúcho mais adiantado, como um atacante. Tenho cá minhas dúvidas quanto a esse posicionamento, até porque muitos dos gols por ele marcados neste campeonato o foram na posição de meia, até porque eu o prefiro lançando o Negueba, o Rafinha ou o Diego Maurício do que ocupando a posição deles, a título de exemplo.

Não há como negar, porém, que, quando o Ronaldinho joga como atacante, se o meio campo conta com jogadores ofensivos, o time também pode jogar muito bem. Quando Bottinelli está em campo, tudo é diferente. Pode-se dizer o mesmo do jovem Luiz Antonio, em tese volante, na prática um tanto descompromissado com a marcação e, felizmente, mais ocupado com as funções ofensivas, o que nos levou à conquista de importantes pontos nas últimas rodadas.

O problema ocorre quando jogamos com o trio Aírton, Willians e Renato Abreu. Sábado tivemos novamente essa prova. Até a jogada individual e genial de Ronaldinho, concluída, como disse o Rocco em um comentário, com um "chute de cabeça" do Thiago Neves, o Grêmio, desfalcado de três jogadores e inclusive do seu bom armador Douglas, dominava o meio de campo, o que não pode ser surpresa para qualquer torcedor rubro-negro: esse meio campo e outras formações similares, com Willians e Renato Abreu "armando o jogo", já foi sobrepujado taticamente, em volume de jogo, por equipes de muito menor estirpe e qualidade técnica neste campeonato e em outras competições neste ano.

A insistência com essa formação é o que realmente ainda está "pegando" no trabalho do Luxemburgo. Pelo menos um dos três tem que sair. Cabe ao treinador escolher quem. A decisão não é fácil. Os dois primeiros exerceram importantes papéis no último título nacional e o terceiro é o "Artilheiro do Século" do clube. Todos os três podem desempenhar muito bem a função de volante, desde que sejam apenas isso: volantes e não armadores.

Não dá para jogar com os três e nem acomodá-los para fazer política interna de grupo. A disputa pelo título esse ano será ferrenha e não permitirá idiossincrasias como essa. E, com a Sul-Americana e a maratona que vem por aí, haverá jogos de sobra para os três jogarem, além dos nossos jovens talentos da base.

Muralha

Falando em jovens talentos da base, adentramos o oitavo mês do ano e um dos grandes destaques do time campeão da Copinha praticamente não teve chances do time de cima. Quem já viu Muralha jogar não tem como não ficar surpreso e decepcionado. Eu sinceramente espero que não esteja se iniciando uma nova novela Diego Maurício.

Bom dia e SRN a todos.