terça-feira, 2 de agosto de 2011

Coluna do Rafael Mengão - 2 de Agosto de 2011

Olá galera do Buteco!

E o time vem engrenando e encantando no Brão 2011. Mas até o vendedor da Fla-Concept não se conforma em não termos um patrocinador Master. Na quinta, após a épica vitória contra o Santos, fui à Gávea comprar ingresso para o jogo de sábado e passei lá na loja para comprar a camisa do Felipe (amarela e cinza) (feia que dói, mas ultra-necessária após a embaixadinha!) E, na hora que eu fui pagar o vendedor fala: pô, depois de ontem a gente consegue um patrocínio, né?

Olhei para ele e respondi: quem sabe? Quem sabe...

Pensando no quanto de $$$ o Flamengo tem “deixado na mesa” me faz pensar até quando teremos competitividade no futebol enquanto erros crassos como estes forem cometidos?! R$ 30 milhões representam hoje aproximadamente 20% do nosso faturamento e, para quem tem a dívida como a nossa ...

Mas voltando para o 3o e último post sobre a questão do número de sócios. Resolvi analisar os 10 Clubes com mais sócios no mundo e tentei observar algum padrão de comportamento que explicasse como eles conseguiram se tornar líderes no processo de captação de sócios contribuintes. A seguir um quadro resumo desses Top10:






Há características comuns a todos Top10 do Mundo: estão situados em países apaixonados por futebol e possuem seus próprios estádios.

Mas há alguns outros destaques:
8 dos Top 10 estão na Europa (exceções: Internacional e River Plate);
6 dos Top 10 possuem um grande market-share (acima de 20% da torcida total dos seus respectivos países);
3 dos Top 10 não pertencem ao Top 2 do respectivo país: 3º maior de Portugal (Sporting Braga), 3º maior da Alemanha (Schalke 04) e o 10º maior do Brasil (Internacional).

Em suma até sob a ótica do futebol mundial, o Internacional distorce os quadros analíticos e impressiona com uma incrível história de sucesso no que diz respeito ao tamanho do quadro de associados em relação ao Market-share que ocupa no seu país (aliás o Internacional não lidera em número de torcedores nem em seu estado de origem!!!!).

Para entender melhor porque os clubes europeus são tão bem sucedidos na captação de sócios torcedores, precisaremos analisar com mais tempo e calma seus respectivos programas de associação (trabalho de longo prazo que ficará para outros posts) bem como a estrutura corporativa desses clubes (quando tratados como empresas, clubes ou entidades associativas). E estender a análise para outros países fortes no cenário do futebol tais como o mercado francês e italiano.

Agora, analisando o quadro acima sob outro ponto de vista (comparação entre países, e não entre clubes), podemos constatar que, Portugal, por exemplo, nossa histórica Metrópole, possui 3 Clubes na lista dos Top 10! Ao fazer este levantamento, descobri que, em comparação ao brasileiro, o Português é tão (quanto) ou mais (do que) aficionado por futebol! Esses 3 clubes Portugueses conseguem a incrível taxa de associação de mais de 4% da sua torcida em média!!!!

Se compararmos os números de sócios dos Top10 clubes do Brasil com os Top10 clubes de Portugal (dados abaixo), perceberemos que nossos colonizadores possuem mais de meio milhão de associados, ao passo que o Brasil tem cerca de 362 mil, ou seja, neste quesito representamos 70% do mercado Português! Lembrando que o Brasil é um país de 193 milhões de habitantes contra 10,6 milhões de Portugal (somos 18,6 vezes mais populoso).








Contudo, como em termos de perspectiva, a situação econômica na Europa Ítalo-Ibérica não vem se desenhando de forma favorável, tudo nos leva a crer que a tendência é de transferência dos melhores elencos para os clubes da Inglaterra, talvez da Alemanha e para os países emergentes (Brasil e China), em detrimento de Portugal, Espanha e Itália.

No caso brasileiro, as perspectivas econômicas e de distribuição de renda da população vêm impulsionando cada vez mais a venda de camisas, de ingressos para jogos, os valores de patrocínio, bem como o número de assinantes de PPV.

Além disto, a construção/reforma de uma série de estádios para a Copa, provavelmente levará uma elitização do público frequentador dos estádios e elevará de sobremaneira a receita dos clubes com bilheteria permitindo ainda um crescimento mais vertiginoso com programas sócio-torcedores.

A curiosidade fica a respeito da dinâmica dos programas sócio-torcedores, uma vez que, em tamanho efetivo, o número de sócios parece próximo, ao menos na escala, do número da capacidade do estádio.

Ou seja, a pergunta é: quanto será possível se obter de sócios-torcedores, no futuro próximo, que provavelmente não conseguirão acessar os estádios (e por conseguinte pretenderão contribuir com a exclusiva ideia de dar suporte financeiro ao Clube)?

Somente o futuro dirá! E vamos torcer para que o Flamengo esteja neste processo que parece ser inexorável, que é a aproximação com a torcida. Afinal, A Maior Torcida do Mundo pode fazer TODA a Diferença...


Abraço e SRN, Rafael_Mengão


P.S.1: De boa notícia fica a informação que o Museu do Flamengo está realmente nascendo ... 8h30min da manhã de quinta-feira, a peãozada estava lá dando duro e o barulho das britadeiras estava ensurdecedor!

P.S.2.: Henrin, o desafio está anotado: semana que vem vou falar do “se eu estivesse lá”, ou seja, o que eu faria caso fosse o diretor do Flamengo.