sexta-feira, 3 de junho de 2011

Rebatidas


Antes de mais nada, serve a presente para avisar aos navegantes não embarcados, que na tarde desta última quarta feira o Flamengo conquistou a Taça Rio de Futebol Junior, com duas rodadas de antecedência. O jogo que definiu o campeão foi contra o glorioso Duque de Caxias, e terminou com o placar de 8 a zero para o rubro-negro, com 4 gols de Nixon. Com o resultado, o Flamengo disputará a final do Campeonato contra o Botafogo, que venceu a Taça Guanabara. O time que entrou em campo : César, Digão, Marllon, Frauches, Luiz Phillipe ( Vitor Hugo), FB ( Elvinho), João Vitor, Lorran, Nixon ( Yguinho) , Thomás e Rafinha. Técnico: Paulo Henrique. Fica aqui a nossa homenagem aos garotos da base, que mais uma vez demonstraram que temos uma geração de ouro, tão boa que nos faz sonhar com o dia em que estes valores assumirão o seu lugar no time titular. Muita gente, inclusive, entende que muitos destes moleques já deveriam estar no time titular, já que Santos, São Paulo e outros clubes vem promovendo um rejuvenescimento de seus elencos com base em seus jogadores de base. Mas quem olhar a foto acima com cuidado verá que estamos falando de garotos e não de jogadores formados. Eu mesmo cansei de pedir aqui a subida de vários destes jogadores, mas diminuí a intensidade do meu pleito quando compareci à inesquecível conquista da Copa SP de Futebol Junior, no dia 25 de janeiro deste ano (o dia em que a torcida do Mengão literalmente invadiu o Pacaembu). De perto, no campo, se vê que ainda falta algum feijão com arroz para a molecada poder jogar entre os titulares.

Apesar dos insistentes comentários que leio de que o Luxemburgo “não gosta da base”, vale lembrar que no último jogo dos profissionais tivemos 4 jogadores da base em campo : Galhardo, Welington, Egidio e Diego Maurício. Se entrasse o Negueba teriam sido 5. Outra notícia dá conta que o Luiz Antônio, outro egresso da base, vem se destacando nos treinamentos e teve oportunidade de treinar com os profissionais. A foto dele nesta semana, parrudão, não lembra o moleque franzino que andou entrando em alguns poucos jogos, no ano passado, e que me lembro que foi logo rotulado de “mais um bonde que veio da base”. Aí o paradoxo : Se jogamos os moleques às feras, eles podem não jogar bem e viram “bondes”. Se deixamos os garotos seguirem sua vida, ganhando corpo e ensinamentos, “não estamos promovendo os talentos, isso é jogada de empresário” ou o Luxa só gosta de medalhão... Duro de racionalizar o assunto quando o tema é a paixão rubro-negra. Confesso que tem certas horas que perco a disposição de discutir as mesmas coisas seguidamente. Semanas atrás alguns torcedores estavam dizendo que íamos tomar um couro do Coritiba se passássemos pelo Ceará na Copa do Brasil. O Coritiba era o máximo, e não apenas estava invicto, como o Flamengo, mas vinha de vinte e tantas vitórias seguidas. O Coritiba pode até ser campeão da Copa do Brasil, pois vencer o Vasco lá, por 2 a zero, não seria nenhum absurdo. Mas perdeu as últimas 3 partidas, enquanto o Flamengo perdeu a invencibilidade, mas voltou a jogar como time grande.

Por fim, vem aí o 118º jogo entre Corinthians e Flamengo, desde 1918. São 47 vitórias do Flamengo, 45 do time paulista e 25 empates. Marcamos 188 gols e levamos 178. De um time “simpático” (para os rubro-negros que não moram em São Paulo), face a identificação como time popular e de grande torcida, o Corinthians acabou sendo visto como um adversário detestado, principalmente pelas abobrinhas proferidas pelo Gordo e por um presidente adepto da forma popular de se expressar, tão em voga nos últimos anos. Da parte dos torcedores paulistas, a antipatia também cresceu, principalmente depois da nossa derrota que interrompeu um série de 7 jogos de resultados ruins para os paulistas (6 derrotas e um empate, desde junho de 2006). Naquele 28 de abril de 2010, o Flamengo simplesmente acabou com o ano corintiano, que cantava a vitória na Libertadores como favas contadas, como forma de obter o reconhecimento internacional que o clube nunca teve.

Esperemos que o jogo de homenagem ao Pet, que já vendeu até a quinta feira mais de 24 mil ingressos, seja uma continuidade deste espírito guerreiro que temos visto nos últimos 3 jogos, e que o Gringo consiga mostrar um pouco da arte e magia que a torcida do Mengão aprendeu a amar.