quinta-feira, 12 de maio de 2011

Fim de Semestre

Buon Giorno, Buteco! Infelizmente, na noite de ontem, 11 de maio, acabou o primeiro semestre do Mais Querido. Logo na noite em que a equipe jogou sua melhor partida no ano, numa apresentação que nos dá esperanças para o Brasileiro, desde que, é claro, alguns reforços sejam contratados para específicas posições. Num começo de partida arrebatador, com Ronaldinho Gaúcho parecendo querer "calar a boca dos críticos", com Thiago Neves cada vez mais mostrando sua veia artilheira e conquistando a confiança da torcida, com o Pollo se soltando, com o Renato Abreu, quem diria, jogando com desenvoltura em sua posição de origem e muito bem na distribuição de jogadas, com Leonardo Moura parecendo não sentir a ausência de algumas partidas por contusão. É certo que o Ceará, após levar o segundo gol e ver o risco de eliminação, partiu para cima e marcou o seu primeiro goAlinhar à esquerdal, mas o que realmente decidiu a partida, ao meu ver, foi a injusta e criminosa expulsão de Ronaldo Angelim pelo árbitro cujo nome recuso-me a mencionar neste espaço, por respeito a seus frequentadores.


Jogar com dez homens a maior parte de uma partida como a de ontem é tarefa inglória e isso deve pesar em qualquer análise. Por isso, a eliminação deve ser creditada, em sua maior parte, aos erros cometidos na primeira partida, no Engenhão. Contudo, em relação ao jogo de ontem, não posso deixar de apontar alguns outros que, especialmente pelo treinador Vanderlei Luxemburgo, poderiam não ter sido cometidos. O primeiro deles foi a escalação do Angelim como lateral, o que eu realmente não entendo. Muito embora se possa questionar a segunda falta e mais ainda o cartão, fica clara a falta de velocidade do velho cearense, que ainda por cima estava sem ritmo de jogo, para acompanhar os jovens conterrâneos que insistiam em cair por aquele lado (por que será, né?). Se, ainda que para ficar plantado, marcar na lateral exige maior esforço físico, velocidade e explosão do que na zaga, por que Angelim serve para jogar na lateral e não na zaga? A pergunta é oportuna porque essa zaga... Bem, isso fica para a segunda parte do texto.


O segundo erro que o Luxemburgo cometeu, ao meu ver, foi a substituição do Leonardo Moura. E aqui esclareço que parto da premissa de que foi uma opção tática, segundo informação trazida pela transmissão da Rede Globo. Leonardo Moura jogava muito, muito bem, é um jogador experiente e o Ceará não ameaçava seriamente pelo lado direito. Inexplicável a substituição, que comprometeu seriamente o rendimento ofensivo do time.

O terceiro erro, que deixarei no plano conceitual, pois felizmente não gerou prejuízos, foi a substituição do Willians. Já registrei no começo do texto que concordo com o encaixe do Renato na função de volante, ao menos na parte de distribuição de jogo. O problema é que, naquele ponto da partida, em que o Negueba entrou, e bem, por sinal, já no meio do segundo tempo, o Renato, por razões óbvias, estava cansado. O Renato, aliás, a exemplo do seu antecessor, o Maldonado, que também tinha excelente saída de bola, também apresenta problemas de lentidão na marcação, advindos da idade avançada. Então, o Luxemburgo deixou em campo o volante de trinta e dois anos, cansado, que estava com dificuldades em marcar. Aposta de altíssimo risco, que felizmente não ocasionou a derrota. A transmissão do Sportv apontou que a preparação física do Flamengo se mostrou superior à do Ceará. Talvez isso tenha sido notado pelo Luxemburgo, mas ao meu ver não afasta o erro.

Brasileiro: o que precisa mudar

Pego o gancho do Renato como volante para abordar o primeiro aspecto no qual considero que o time precisa evoluir no plano tático: o Renato, se "distribui bem o jogo" ou tem uma boa "saída de bola", ao mesmo tempo é lento e limitado na marcação. Então, a situação não mudou muito em relação ao Maldonado, que também já começava a apresentar problemas de lentidão na marcação, mas, ao meu ver, ainda estava num estágio superior neste quesito, e também tinha excelente saída de bola ou distribuição de jogo, qualidades que esse ano não se sobressaíam porque o esquema tático era outro, sem o Pollo, e com o próprio Renato a sua frente, numa posição em que não rendia como na sua atual (e original). Mas o ponto é: com Maldonado ou com Renato Abreu, ter-se-ia o mesmo problema, que é apenas um volante com grande capacidade de marcação, que é o Willians, e outro com idade avançada. Com o Renato, o problema da marcação, ao meu ver, se agrava um pouco mais do que com o Maldonado.


O Flamengo, no Brasileiro, defensivamente, não poderá se tornar um 4-2-4. Se isso acontecer, será um desastre, principalmente com um dos volantes tendo idade mais avançada, e aqui repito que pouco importa que seja ele o Maldonado ou o Renato. Pollo, Thiago Neves e até Ronaldinho Gaúcho e o centroavante, seja ele quem vier a ser, terão que se comprometer com a marcação, que de preferência deverá começar a incomodar o adversário já em seu campo. Não falo em marcação sob pressão, mas em não deixar o adversário tocar a bola livremente.


Esse será o desafio tático do Luxemburgo, pois, ofensivamente, o time tem tudo para se transformar num carrossel, tamanha a qualidade técnica dos jogadores, desde que os reforços adequados sejam contratados. Esse é o tema do tópico final.


Reforços


Comentei ontem no Buteco, referindo-me ao Egídio e ao Rodrigo Alvim, a respeito de jogadores que, de tão limitados, logo "gastam" tudo o que sabem em poucas partidas. Esses jogadores não têm como atuar em várias partidas em sequência numa equipe de futebol profissional. Reparem que, nessa dolorosa (para o torcedor) luta entre os dois que citei, eles não duram mais do que três, quatro partidas e passam a correr risco de vida. É um ciclo vicioso que precisa terminar. Nenhum dos dois serve sequer para ser reserva do Flamengo - enquanto Rodrigo Alvim tem noções básicas de marcação, Egídio as têm no plano ofensivo; como não podem se fundir em um só ser, são imprestáveis, ao menos para jogar no Flamengo. Precisamos, então, de dois laterais esquerdos e um direito reserva, porque lateral Rafael Galhardo não é.

No caso do Welinton, ele está quase nesse nível. O rapaz precisa de um tempo; precisaria se afastar do time titular para se reciclar, mas o Flamengo simplesmente não tem opções. Falha do "Manager" Luxemburgo. Dois reforços para a zaga são necessários.

No meio, acho que é hora de aproveitar os volantes da Copinha no elenco. Ao menos o Muralha merece essa chance. De meias estamos bem servidos.

O ataque é que merece atenção especial. A rigor, temos um centroavante muito limitado, que ora se supera com muita força de vontade, que é o Wanderley, e o Deivid, que simplesmente não consegue deslanchar e ganha uma fortuna por mês. Temos ainda uma grande promessa que vergonhosamente não é aproveitada no time principal por razões que só a Diretoria e o "Manager" podem explicar. O time ficaria ainda melhor se essa palhaçada não estivesse ocorrendo. O ataque precisa de reforços urgentemente.

Sem esses reforços específicos, o Flamengo passará sérias dificuldades no Brasileiro. Os ajustes táticos também são imprescindíveis. Brasileiro não é brincadeira. A distância entre o Céu e o Inferno, em se tratando de Flamengo, é pequena.

O futebol apresentado ontem, contudo, anima muito. O Flamengo tem mais de meio caminho andado para dar certo no segundo semestre.

Bom dia e SRN a todos.


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