quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Estreia de Ronaldinho Gaúcho

Buon Giorno, Buteco! Passados quase seis meses desde a contratação do Ronaldinho Gaúcho, finalmente a torcida rubro-negra pôde desfrutar de uma atuação do Dentuço no nível daquelas que lhe garantiram a fama que merecidamente possui. Para mim, pouco importa se o adversário era um time misto do Avaí, pois o Flamengo enfrentou times piores ou do mesmo nível no Estadual do Rio e na Copa do Brasil, mas nada parecido com a atuação de sábado passado. Qual seria o motivo?

Para mim, o principal foi a mudança do esquema de jogo, tornando o time mais ofensivo. Quem acompanha o Buteco do Flamengo sabe que eu escrevi várias vezes que a contratação do Ronaldinho Gaúcho só faria sentido a partir do momento em que ele fosse escalado em um time ofensivo, ao lado de jogadores que primassem pela técnica e pelo estilo de jogo vertical, a começar pelos volantes. Pois quando o Willians começou a melhorar no passe e o Renato Abreu surpreendeu a muitos (a mim, pelo menos, surpreendeu bastante) ao ser recuado para a posição de volante e não deixou a peteca cair com a saída do Maldonado por contusão, mostrando excelente desenvoltura na distribuição de jogo, e o Luxemburgo escalou Ronaldinho Gaúcho, Bottinelli, o nosso Pollo, e Thiago Neves juntos com um centroavante, o Flamengo começou a deslanchar e o Ronaldinho Gaúcho finalmente pôde presentear a torcida com uma exibição de gala, como todos esperavam.

Ao meu ver, não foi coincidência; não foi o time fraco do Avaí, ou alguém acha que o time do misto do Avaí é pior do que o do Madureira ou do que o do Macaé, com quem o Flamengo empatou no Estadual? A verdade é que, embora facilitado pelo fato de ter duas semanas para treinar no novo estilo de jogo com o time, pois Luxemburgo mudou de esquema tático, felizmente para o ofensivo, na fase decisiva do Estadual e da Copa do Brasil, o Flamengo parece ter encontrado o caminho certo a partir do momento em que o time passou a entrar em campo com uma formação mais solta e de acordo com as próprias tradições do clube.

Foi nesse contexto que o Ronaldinho Gaúcho se soltou, claro que com outros aspectos também influindo, como o período de readaptação ao futebol brasileiro e o entrosamento com os demais jogadores; mas o principal motivo, para mim, foi a possibilidade de jogar dentro de um esquema que facilite o seu estilo de jogo. Não tenham dúvidas de que, nesse esquema, outras atuações como essa ocorrerão, ao passo que, no esquema antigo, teríamos apenas mais do que vínhamos tendo até aqui.


Então, um viva ao Luxemburgo!


Falsos problemas - 1


Dentro desse esquema ofensivo, vejo dois temas recorrentes sobre os quais todos nós debatemos aqui no Buteco, mas que, na verdade, pensando bem, passo a concluir que se trata de dois "falsos problemas" em relação ao time do Flamengo.


O primeiro é a capacidade de marcação do Renato Abreu como segundo volante e a exposição da zaga. Ainda é cedo para se chegar a qualquer conclusão e o motivo é simples: hipoteticamente, vamos supor que ele saísse para a entrada de um segundo volante com a mesma capacidade de marcação do Willians, se os quatro jogadores mais adiantados não colaborarem com a marcação, obviamente os dois volantes ficarão sobrecarregados e não suportarão um jogo inteiro, ainda mais contra um adversário qualificado e fora de casa, por exemplo. Num campeonato por pontos corridos isso faria ou fará grande diferença.


Por isso, antes de julgar definitivamente se o Renato Abreu tem "condições defensivas" de jogar como segundo volante, precisamos saber se o Ronaldinho Gaúcho, o Bottinelli e o Thiago Neves, além do centroavante, seja ele quem for, serão solidários e ajudarão na marcação. Isso é fundamental. O esquema tático ofensivo depende disso e eu acho que isso independe de quais venham a ser os volantes.

A boa notícia é que, no jogo contra o Avaí, foi possível ver o início dessa colaboração. Muita coisa ainda precisa evoluir e apenas a sequência de partidas nos dará a resposta a respeito de até que ponto esses jogadores progredirão dentro desse esquema tático.


É claro que pode se chegar à conclusão que um determinado jogador não consegue marcar como volante nesse esquema, e isso vale para o Renato Abreu, mas essa análise, ao meu ver, não pode ser feita fora de contexto, sob pena de ser injusta, e apenas poderá ser definitiva com uma sequência de jogos.


Falsos problemas - 2


O outro "falso problema", ao meu ver, é o do Diego Maurício. Não sei o que impede o Luxemburgo de, antes da tão propalada contratação do centroavante ser efetivada e ter condições de jogo, o rapaz ter uma sequência de jogos. Vejam bem, o Luxemburgo já declarou à imprensa que o problema era que o menino "embolava na esquerda com o Ronaldinho Gaúcho", mas duas semanas depois o escalou pela direita, onde, claro, não embolou com o Dentuço.

O rapaz é jovem e o futebol tem exemplos de jogadores talentosos que foram adaptados como centroavantes e se deram bem, levando seus clubes a títulos. Bebeto no Flamengo em 1987 é um exemplo. Mas o que "pega" para mim é que todo mundo que o acompanhou nas divisões de base disse que ele já jogou na área também.

De qualquer modo, acho que a na história do futebol formaram-se times muito versáteis e talentosos que jogavam sem centroavantes fixos, mas com atacantes e meias ofensivos cujas características possibilitavam que sempre chegassem à grande área revezando-se e marcando gols. O São Paulo do Raí foi um bom exemplo e o Barcelona de hoje é outro. O próprio Flamengo do Zico, embora não seja um exemplo ideal, tinha o Nunes volta e meia abrindo pelas pontas para o Zico e o Adílio concluírem, lembrando que o artilheiro do time era o Zico e não o Nunes, centroavante.


O Flamengo, hoje, tem um elenco, um time cujos jogadores possuem características que permitem um esquema com esse desenho. Aliás, basta lembrar que o nosso artilheiro nesse ano é o Thiago Neves. Sem qualquer comparação, mas apenas mostrando que é uma situação que está se repetindo no tempo, é um meia que balança as redes do adversário e não um centroavante, exatamente na época do Zico.


A questão, hoje, é que os centroavantes do elenco tiveram muitas oportunidades, mas nenhum parece conseguir se firmar e o Diego Maurício, quando entra, mostra uma desenvoltura que nenhum deles possui, inclusive em tabelas rápidas com os jogadores mais talentosos do time, como o Ronaldinho Gaúcho e o Thiago Neves. E mais: já fez gol de tudo quanto é jeito esse ano, inclusive dentro da área. Como se não bastasse, vai demorar muito para uma contratação vinda de fora ter condições de jogo. Então, vamos esperar todo esse tempo?

Ao meu ver, as palavras são um "falso problema" nesse caso e são desmentidas pelo que vemos em campo.


Problema de verdade


Problema de verdade, ao meu ver, é entrar com o Fernando de volante contra o Bahia fora de casa. Bem, a questão das faltas sem sentido do Willians perto da área, além dos seus cartões amarelos prematuros e precipitados, já eram um foco do Luxemburgo, que terá que ampliá-lo para a agressividade contra colegas do elenco. A agressão covarde ao Negueba não tem justificativa plausível.


Aproveito o momento para abordar, além do tema das faltas e cartões inoportunos do Willians, a questão do seu reserva e da possibilidade da sua negociação. Temos substituto no elenco hoje? Digo alguém com sua capacidade de marcação? É bom que a Diretoria e o Luxemburgo percebam que, com todos esses defeitos, o Willians, nesse elenco, dentre os jogadores que estão sendo utilziados, é o único que efetivamente possui grande capacidade de marcação e desarme. Sua saída, repito, apesar de todos esses problemas, pode causar grandes transtornos.

Se eu pudesse escolher, manteria o Willians no elenco, mas contrataria alguém para disputar essa posição com ele.


Egídio


Prometi durante a semana e vou cumprir. Vão me chamar de louco, mas encontrei num episído da série americana "X Files", que tratava da "Área 51", nos Estados Unidos, a resposta para a ótima atuação do nosso lateral esquerdo no sábado. Havia um jogador de baseball que se destacava muito, era um verdadeiro cracaço, e o sujeito era um extraterrestre, metamorfo, que assumia a forma humana. No enredo da série, é comum os alienígenas assumirem a forma e a identidade de pessoas. Sugeriu-se que outros craques do baseball americano também seriam extraterrestres, como Babe Ruth, etc.


Pois eu acho que o Egídio foi abduzido e um metamorfo assumiu seu lugar. Ninguém no mundo irá me convencer de que ele aprendeu a marcar, especialmente a marcar, com duas semanas de treinamento, e também a ter tamanhas regularidade e consistência. Vocês podem argumentar que a atuação não foi essa coisa toda e que ele não se transformou num craque, mas nesse caso eu me vejo obrigado a responder, por outro lado, que estamos falando do Egídio e não do Júnior ou do Nílton Santos, e nem a tecnologia ou os poderes extraterrestres/alienígenas poderiam fazer do Egídio um craque; talvez a Providência Divina, mas vejam bem: talvez...

O ponto negativo é que a recente contratação do Júnior César, já com a tarja de titular, pode desanimar os alienígenas e fazer com que eles devolvam o verdadeiro Egídio. Novamente o tempo trará a resposta.

Bom dia e SRN a todos.