Buon Giorno, Buteco! Já falei para vocês dos tempos em que morei em Goiânia e da Rádio K do Kajuru, não é? Pois o desenho das semifinais da Taça Rio/2011 me lembrou de um programa chamado "A Hora da Verdade". Meus caros, era, literalmente, "A Hora da Onça Beber Água". Não tinha conversinha fiada ou mole. E é o que o nosso Flamengo enfrentará doravante, a partir de quarta-feira. Primeiro, o Horizonte/CE. Não, não estou ficando doido. Amigos, não tenho muito o que dizer a respeito do Horizonte, senão que, pelos placares que me chegam ao conhecimento, é um time que faz muito, muito gol. É uma equipe pra lá de destemida, que não tem medo de ir ao ataque. Sabem qual foi a última vez que o Flamengo enfrentou uma equipe ofensiva, que marcava muitos gols, destemida, pequena, inexpressiva, na Copa do Brasil, e tendo um time com problemas ofensivos, bom na defesa, mas que marcava poucos gols, e que jogava um futebol medíocre? 2004. Pesquisem ou puxem na memória como terminou a nossa campanha naquele ano.
Agora, o campeonato estadual. Se você tivesse a oportunidade de enfrentar o M A C A É na última rodada da Taça Rio e, vencendo, pegar o O L A R I A na semifinal, para, na final, provavelmente enfrentar o Fluminense, o que você faria? Levaria a partida na brincadeira, na sacanagem? Ou entraria para decidir, jogando sério? Pouparia jogadores? O que você faria?
Fico com a impressão de que o Flamengo adotou o discurso do pragmatismo o campeonato inteiro com o objetivo de tornar as coisas simples para, ao final, abandoná-lo e complicar tudo. Incompreensível, não é? Bem, o certo é que o Flamengo, para variar, escolheu o caminho mais difícil: enfrentar o campeão brasileiro na semifinal, imprevisível, sem favorito. E no meio do caminho tem o tal do Horizonte, o qual, pelo menos eu acho, sem sequer ter visto o time jogar, que será uma parada indigesta.
Durante toda a fase de classificação das Taça Rio e Guanabara, e finais da Guanabara, não faltaram posts e comentários neste espaço quanto ao futebol medíocre praticado pela equipe. O contraponto à voz corrente sempre foi o pragmatismo; mas quando a mediocridade deságua no já ganhou irresponsável, o pragmatismo de Luxemburgo nada mais tem a fazer do que suplicar à Nação Rubro-Negra por seu apoio incondicional. Sorte sua de que pode contar com ele!
E, de fato, nada está perdido. Eventual insucesso na Taça Rio, que ninguém espera que ocorra, todos confiamos que não ocorrerá, apenas prolongará o Estadual do Rio de Janeiro, cuja final já tem o Flamengo como protagonista previamente classificado. O desafio não será fácil, mas também não representa nada que a Nação Rubro-Negra já não tenha enfrentado, inclusive em anos difíceis nos quais o rubro-negro de coração Luxemburgo, no desempenho de sua profissão, enriquecia nos quadros de alguns rivais do futebol brasileiro.
Reflexões a respeito do que pode melhorar ou do que foi feito equivocadamente devem ser deixadas para depois de encerradas as campanhas no Brasileiro e na Copa do Brasil. Por exemplo: acho que o time poderia estar jogando melhor, mas ao mesmo tempo não encontro melhor opção de treinador para o time no mercado, além de que deve ser contado o seu ótimo trabalho como “manager”. Logo, penso que não é o caso de trocar de técnico. Mas, como eu disse, fica para depois.
Uma coisa é certa: na hora da bola rolar em todos esses jogos decisivos, tudo isso pouco importará: só valerá o sentimento de ser rubro-negro, pouco importa o resultado; ser Flamengo até o último suspiro.
Que venham os adversários. A Hora de verdade chegou. Torcer pelo Flamengo é para fortes. Bom dia e SRN a todos.